21/Mar/2025
Segundo a Associação Brasileira de Supermercados (Abras), o consumo nos lares brasileiros recuou 4,25% em fevereiro, em relação a janeiro deste ano. Este movimento é sazonal e típico do início do ano. Por outro lado, o consumo apresentou crescimento de 2,25% quando comparado com fevereiro de 2024. O crescimento na comparação anual reflete a expansão da renda, redução da taxa de desemprego e a continuidade dos programas sociais. Todos os indicadores apresentados pela Abras são deflacionados pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA/IBGE) e abrangem todos os formatos de supermercados. Nos dois primeiros meses do ano, o orçamento das famílias foi pressionado por despesas obrigatórias, como reajustes das mensalidades escolares, transporte e tributos. A priorização de gastos fixos gera redução do consumo de outros itens no período. Além desses fatores, a realização do Carnaval em março, diferentemente de 2024, quando ocorreu em fevereiro, também influenciaram o desempenho mensal.
O preço da cesta AbrasMercado (composta por 35 produtos de largo consumo) subiu 0,73% em fevereiro ante janeiro, passando de R$ 800,75 para R$ 806,61 na média nacional. O destaque do mês foi o encarecimento nos preços dos ovos (15,39%), seguida pelo café torrado e moído (10,77%). O aumento atípico no preço dos ovos, observado desde a segunda quinzena de janeiro, fez do item o produto com maior variação na passagem de janeiro para fevereiro. As maiores altas ocorreram na Região Sul (23,24%), seguida das Regiões Centro-Oeste (20,76%), Norte (18,38%), Nordeste (16,67%) e Sudeste (15,12%). O café torrado e moído manteve a tendência de alta, com avanço de 10,77%. No acumulado do ano, o avanço supera 20,25%, e em 12 meses atinge 66,19%. No recorte da cesta de alimentos básicos (composta por 12 produtos) houve encarecimento de 0,70% em fevereiro antes janeiro, passando de R$ 345,56 para R$ 347,99 na média nacional. Entre os itens que registraram queda nos preços, destacam-se: feijão (3,33%), óleo de soja (1,98%), arroz (1,61%), farinha de mandioca (1,61%), leite longa vida (1,04%), açúcar refinado (0,28%) e massa sêmola de espaguete (0,16%).
O setor supermercadista projeta um aumento entre 8% e 12% no consumo durante o período da Páscoa 2025, mesmo diante de um cenário marcado por alta de preços nos principais produtos típicos, que registram, em média, elevação de 12,5% em relação ao ano anterior. Apesar da pressão inflacionária observada nos itens sazonais, o crescimento do consumo será sustentado por uma combinação de fatores econômicos e estratégias comerciais adotadas pelo varejo. O equilíbrio entre renda disponível e ações comerciais bem estruturadas deve garantir o bom desempenho do período, reafirmando a data como uma das mais relevantes para o consumo das famílias. Os preços dos ovos de chocolate e produtos relacionados (bombons, mini ovos, coelhos e barras) registraram aumento anual médio de 14%. As colombas ficaram 5% mais caras. Entre os produtos importados, a elevação foi, em média, de 20%, com destaque para o azeite (18%), bacalhau (10%) e vinhos importados (7,5%). Nas bebidas, também foram observadas altas nos preços da cerveja (5%), refrigerante (6%) e vinho nacional (7%).
Para enfrentar o desafio imposto pelos preços mais elevados, cerca de 65% das redes supermercadistas indicam que irão oferecer promoções específicas para a data. Além disso, metade do setor reforçou parcerias com indústrias e fornecedores, garantindo maior variedade e condições competitivas para itens como ovos de chocolate, colombas e produtos de confeitaria. A ampliação da oferta de marcas próprias também pode ganhar relevância, representando aproximadamente 20% do mix relacionado à Páscoa, especialmente nas categorias de ovos de chocolate e panificados, como alternativa de menor custo sem renunciar à qualidade. No ambiente físico, 53% dos estabelecimentos mantêm a tradição das clássicas "parreiras de teto", reforçando a atmosfera sazonal. Paralelamente, o e-commerce consolida-se como um canal estratégico, presente em 30% das redes. Somado a isso, a expectativa é que 51% do abastecimento dos lares para a Páscoa se concentre na última semana antes da data, com destaque para o sábado que antecede o feriado, responsável sozinho por 20% do fluxo nas lojas. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.