20/Feb/2025

Quase quatro anos depois, o grupo Carrefour Brasil, enfim, praticamente encerrou a fusão com a rede de hipermercados BIG. A compra da marca varejista por R$ 7,5 bilhões foi anunciada pelo grupo francês em março de 2021 e a transação foi concluída em junho de 2022. Ao fim do processo, a companhia sai com uma rede de lojas menor: 212 lojas foram fechadas em 2024, e não há previsão de expansão acentuada para 2025, por causa do atual cenário econômico brasileiro. Com a Selic indo para 15% ou talvez um pouco mais neste ano, a prioridade é cuidar do caixa e da alavancagem. A intenção é recuar e abrir menos lojas que no ano passado para o formato Atacadão e Sam's Club. A redução no número de lojas não impactou negativamente o balanço da empresa.

O Carrefour Brasil registrou lucro líquido ajustado controlador de R$ 2,382 bilhões no último ano fiscal, alta de 517,3% em relação a 2023, quando o lucro líquido controlador registrado foi de R$ 386 milhões. O resultado, no entanto, tem mais a ver com menores despesas financeiras, taxas mais baixas de empréstimos intercompany e eficiência tributária. As receitas totais de 2024, por outro lado, foram de R$ 115,6 bilhões (crescimento de 5,3%) e basicamente acompanharam o IPCA do ano passado, que foi de 4,84%. Com a expansão da rede de lojas deixada de lado, o Carrefour Brasil vê dois caminhos para seguir crescendo em 2025: manter a eficiência operacional registrada no ano passado e oferecer novos serviços para atrair mais clientes para suas lojas, especialmente as da rede Atacadão, que representam mais de 70% das vendas do grupo.

No ano passado, foram acrescentados serviços de padaria, açougue e frios fatiados em 157 lojas do Atacadão. Há espaço para ter mais lojas com esses serviços (no total, o grupo conta com 379 unidades da bandeira de atacarejo) e vai expandir em 2025. Isso é uma boa oportunidade para crescer em clientes, em volumes, e no tíquete médio nas lojas atuais. Por outro lado, há oportunidades para continuar crescendo, abrindo lojas orgânicas ou convertendo algumas lojas em outros formatos (em unidades do Atacadão ou do Sam's Club, as bandeiras que apresentaram maior crescimento no ano passado). Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.