20/Jan/2025

Em dezembro/2024, os preços mundiais do arroz mantiveram-se relativamente estáveis, mas começaram a cair no final do mês e apresentando quedas acentuada no início de janeiro; uma tendência que continua. A estabilidade dos preços mundiais durou pouco tempo, entre meados de novembro e meados de dezembro de 2024, em parte graças ao equilíbrio entre a demanda ativa de importação e o retorno da Índia ao mercado de exportação. No entanto, com a expectativa de abastecimentos mais abundantes e os movimentos do comercio mundial tradicionalmente reduzidos durante o período de fim de ano, os países importadores parecem ter adotado uma postura cautelosa, antecipando novas quedas de preços.

De fato, a tendência baixista pode continuar durante a primeira metade do ano devido à queda prevista do comércio mundial de arroz em 2025, especialmente nos principais países importadores, com exceção das Filipinas, o maior importador mundial, cujas necessidades de importação devem aumentar novamente. Isso contrasta com a evolução do mercado em 2024, considerado um "ano de ouro" para os exportadores asiáticos, cujas vendas atingiram níveis históricos devido à forte demanda de importação e às medidas restritivas da Índia. Contudo, o retorno da Índia e a projeção de aumento nas vendas externas de 30% em 2025, os principais exportadores asiáticos serão impactados, reduzindo sus exportações em pelo menos 20%. Consequentemente, os preços mundiais podem cair ao nível mais baixo dos últimos dez anos. Os operadores estão cautelosos, esperando que os preços mundiais se estabilizem antes de se comprometerem com novos contratos.

Na Índia, os preços do arroz permaneceram relativamente estáveis em dezembro/2024, tornando-se a referência no mercado mundial. Com a retomada das exportações da Índia, os importadores demonstram interesse prioritário pelo arroz indiano, forçando os concorrentes asiáticos a reduzirem seus preços. No total, as exportações indianas atingiram 17 milhões de toneladas em 2024, quase equivalente a 2023. Mas, em 2025, prevê-se um salto para 22 milhões de toneladas, graças a estoques abundantes acumulados durante o período de restrições à exportação e ao forte aumento da produção durante a safra 2024/2025. Em dezembro, o arroz branco e parboilizado indiano registraram preços médios entre US$ 445,00 e US$ 450,00 por tonelada FOB, estáveis em relação a novembro. Em janeiro, os preços tendem a ceder em média US$ 10,00 por tonelada, negociados entre US$ 435,00 e US$ 440,00 por tonelada.

Na Tailândia, os preços subiram, em média de 2 a 3% em dezembro/2024. Esse aumento aconteceu durante a primeira metade do mês devido à valorização do baht em relação ao dólar, enquanto a demanda de importação permaneceu relativamente estável. Mas, desde meados de dezembro, os preços estão sob forte pressão, caindo 7% nas últimas quatro semanas. No total, as exportações tailandesas alcançaram quase 10 milhões de toneladas milhões de toneladas em 2024. Porém, prevê-se uma contração significativa em 2025, para 7,5 milhões de toneladas, devido à forte concorrência da Índia e à menor demanda de importação mundial, especialmente da Indonésia. Em dezembro, o arroz Thai 100%B valorizou-se para US$ 515,00 por tonelada, contra US$ 499,00 por tonelada em novembro. O arroz parboilizado foi cotado a US 508,00 por tonelada em dezembro, contra US$ 498,00 por tonelada. Em contraste, o arroz quebrado A1 Super caiu 2%, para US$ 399,00 por tonelada, contra US$ 408,00 por tonelada. Em janeiro, os preços continuam enfraquecidos devido à redução da demanda externa.

No Vietnã, os preços de exportação caíram 4% em dezembro/2924 devido à contração da demanda de importação, especialmente das Filipinas e da Indonésia, seus principais clientes. As exportações de dezembro foram estimadas em 590.000 toneladas em dezembro, contra 700.000 toneladas em novembro. Em meados de janeiro, os preços atingiam seu nível mais baixo desde abril de 2023, após uma queda de quase 20% desde meados de dezembro. No entanto, o Vietnã se beneficiou em 2024 da ausência da Índia, assim como a Tailândia e o Paquistão. As exportações do Vietnã superaram, pela primeira vez, 9 Milhões de toneladas. Porém, o ano 2025 será desafiador, com uma possível queda das exportações para 7,5 milhões de toneladas. Em dezembro, o arroz Viet 5% foi cotado a US$ 502,00 por tonelada, contra US$ 520,00 por tonelada anteriormente. O Viet 25% caiu para US$ 471,00 por tonelada em dezembro, contra US$ 489,00 por tonelada em novembro. Em janeiro, os preços continuam caindo devido à concorrência da Tailândia e à redução da demanda mundial.

No Paquistão, os preços do arroz permaneceram relativamente estáveis em dezembro/2024, mas ajustando-se aos preços da Índia. Desde meados de dezembro, os preços caíram de forma moderada, em 1,5%, o que contrasta com a forte queda dos preços do Vietnã. As exportações do Paquistão se beneficiaram também das medidas restritivas da Índia, superando assim o marco histórico de 6 milhões de toneladas em 2024, contra 4,5 milhões de toneladas em 2023. Em dezembro, o arroz Pak 5% manteve-se estável, com uma média de US$ 455,00 por tonelada. Em janeiro, os preços continuam estáveis.

Nos Estados Unidos, os preços do arroz caíram mais 2% em dezembro/2024, em um mercado externo relativamente estável. Em dezembro, as exportações diminuíram para 240.000 toneladas, contra 290.000 toneladas no mês anterior, mas encerraram o ano de 2024 com um total acumulado de 3,2 milhões de toneladas, representando um aumento de 33% em relação a 2023. O México continua sendo o principal cliente dos Estados Unidos, representando um quarto das exportações norte-americanas. Em dezembro, o preço indicativo do arroz Long Grain 2/4 foi de US$ 746,00 por tonelada, contra US$ 763,00 por tonelada em novembro. Em janeiro, o preço permanece estável em torno de US$ 750,00 por tonelada. Fonte: Informativo Mensal do Mercado Mundial de Arroz - CIRAD. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.