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13/Jan/2025

Camil Alimentos: resultado do 3º tri fiscal de 2024

A Camil Alimentos, multinacional de origem brasileira, obteve lucro líquido de R$ 44,4 milhões no terceiro trimestre fiscal de 2024, encerrado em novembro. O resultado representa queda de 69% ante igual período do ano anterior, quando a companhia registrou lucro líquido de R$ 143 milhões. O lucro por ação atingiu R$ 0,13 no terceiro trimestre. A companhia atua em arroz, feijão, café, açúcar, massas, pescados e biscoitos. A receita líquida aumentou 3,4%, de R$ 3,004 bilhões para R$ 3,105 bilhões no terceiro trimestre fiscal de 2024. No segmento alimentício Brasil, a receita aumentou 2,1%, para R$ 2,194 bilhões. O segmento alimentício internacional obteve receita líquida 6,6% maior, de R$ 910,3 milhões. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da companhia caiu 31,3% na mesma comparação, de R$ 249,3 milhões para R$ 171,3 milhões.

A margem Ebitda retraiu 2,8 pontos porcentuais do terceiro trimestre fiscal de 2023 para o terceiro trimestre fiscal de 2024, encerrando o período em 5,5%. A alavancagem (relação entre dívida líquida e Ebitda) terminou o terceiro trimestre fiscal de 2024 em 4,2 vezes ante 4,3 vezes de igual período do ano fiscal anterior. No período, a companhia investiu (Capex) R$ 83,7 milhões, 5% mais que no terceiro trimestre fiscal de 2023. A companhia destacou sobretudo aportes na manutenção e investimentos na nova planta de grãos em Cambaí (RS). Destaque para a queda no Ebitda ajustado e na margem de Ebitda ajustado. Esse resultado foi impactado, principalmente, por menores volumes e rentabilidade no Brasil, parcialmente compensado por uma boa rentabilidade no resultado do segmento internacional.

Em um momento no qual o ambiente econômico no Brasil se torna mais desafiador, a plataforma diversificada na América Latina se destaca com constantes resultados positivos no âmbito do resultado internacional. A Camil comercializou no terceiro trimestre fiscal de 2024, encerrado em novembro, 6,8% menos volume em produtos em comparação com igual período do ano anterior. Foram 540,3 mil toneladas contra 579,7 mil toneladas do terceiro trimestre fiscal de 2023. A queda foi puxada sobretudo pelo recuo de 12,7% no volume comercializado no segmento internacional, para 156,4 mil toneladas vendidas no período. No Brasil, o volume comercializado pela empresa cedeu 4,2% na comparação anual, para 383,9 mil toneladas.

No Brasil, que representou 71% do volume comercializado pela Camil, o total de vendas do segmento de alto giro, formado por arroz, feijão e açúcar, foi 5,9% menor, para 338,3 mil toneladas. O volume vendido na divisão de alto valor, formado por pescados, massas, café e biscoitos, aumentou 11,3%, para 45,5 mil toneladas. O preço líquido do segmento de alto giro no Brasil avançou 0,1%, para R$ 4,26 por quilo, enquanto o preço líquido médio do segmento de alto valor diminuiu 0,2%, para R$ 12,64 por Kg. No mercado internacional, que representou 29% do total comercializado pela companhia no trimestre, apesar da queda de 12,7% no volume, houve aumento de 7,8% no preço líquido, para R$ 5,82 por quilo ao fim do terceiro trimestre de 2024.

A empresa destacou que os volumes no terceiro trimestre do ano fiscal de 2024 caíram 9% ante o segundo trimestre fiscal do mesmo ano. Sobre a redução das vendas na comparação anual, a retração é atribuída ao menor volume registrado em grãos na categoria de alto giro, o que foi parcialmente compensado pelo aumento do volume do segmento de alto valor com crescimento dos novos negócios. No alto giro no Brasil (grãos e açúcar), a empresa apresentou queda nos volumes impulsionados pela redução de grãos, justificado por menores volumes de compras por parte dos varejistas no terceiro trimestre do ano fiscal de 2024. Esse é um movimento comum historicamente, tanto em momentos de constantes quedas de preços de arroz no mercado, como no registro de uma menor sazonalidade de vendas quando nos aproximamos do fim do ano.

Quanto ao açúcar, o aumento das exportações impulsionou os volumes vendidos no período. Na categoria de alto valor, a companhia vê uma boa rentabilidade em massas e aposta no crescimento da categoria por meio do lançamento das massas Camil na Região Metropolitana de São Paulo e com a Santa Amália em Minas gerais. Quanto ao café, a Camil citou crescimento contínuo em volumes de vendas por meio da marca União, assim como avanço anual nas vendas de biscoitos. Em relação a pescados, a empresa observou crescimento anual e sequencial de volumes, entrando no período de maior sazonalidade da categoria com varejistas elevando estoques para a quaresma. A Camil mantém o otimismo ao observar as oportunidades de expansão nos resultados das novas operações e o potencial de crescimento das categorias de alto valor para os negócios.

A empresa citou ainda resultados positivos no segmento internacional. A Camil Alimentos enxerga uma dinâmica "mais desafiadora" no Brasil no curto prazo. Há preocupação de clientes (varejistas) com capital de giro em virtude da alta dos juros. Diante da conjuntura desafiadora, a companhia está adotando medidas necessárias para ganhos nos próximos anos, mas não foram detalhadas quais são as medidas. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da companhia cedeu 31,3% no período, para R$ 171,3 milhões. A margem Ebitda se retraiu em 2,8% na mesma base comparativa, encerrando o terceiro trimestre fiscal de 2024 em 5,5%. A receita líquida da empresa aumentou 3,4%, para R$ 3,105 bilhões.

O desempenho mais fraco do trimestre é atribuído a uma sazonalidade observada no ano fiscal de 2024 diferente do histórico. Em grãos, além do cenário macroeconômico desafiador, teve uma dinâmica diferente. Geralmente, o quarto trimestre é mais fraco em virtude da proximidade da colheita de arroz e expectativa de queda de preços pelo varejo, o que leva à redução do ritmo de compras pelos clientes. Este ano foi completamente diferente do histórico e o terceiro trimestre de 2024 antecipou o desempenho mais fraco sazonal do quarto trimestre porque a colheita da safra começará mais cedo, o que levou à cautela e redução de estoques no varejo. A tendência é que a safra nacional seja maior com aumento de área.

Apesar do deslocamento do desempenho mais fraco do quatro trimestre para o terceiro trimestre, com a queda dos preços do arroz começando já em novembro do ano passado, a virada de reposição de estoques pelo varejo ocorrerá somente quando os preços atingirem o piso da safra. Mesmo com a colheita do arroz começando em janeiro, o piso de preços não deve ser no início da safra. Apesar de um menor volume de vendas no terceiro trimestre do ano fiscal de 2024, encerrado em novembro, a Camil não vê mudança estrutural na demanda do consumidor final. Não há preocupação do varejo com a demanda. Neste momento, o foco maior do varejo está no capital de giro. No terceiro trimestre do ano fiscal de 2024, a Camil comercializou 540,3 mil toneladas de produtos, 6,8% menos em comparação com igual período do ano anterior.

A queda foi puxada sobretudo pelo recuo de 12,7% no volume comercializado no segmento internacional, para 156,4 mil toneladas vendidas no período. No Brasil, o volume comercializado pela empresa cedeu 4,2% na comparação anual, para 383,9 mil toneladas. No Brasil, que representou 71% do volume comercializado pela Camil, o total de vendas do segmento de alto giro, formado por arroz, feijão e açúcar, foi 5,9% menor, para 338,3 mil toneladas. Já o volume vendido na divisão de alto valor, formado por pescados, massas, café e biscoitos, aumentou 11,3%, para 45,5 mil toneladas. O segmento de alto giro representa hoje cerca de 55% das vendas no Brasil. O segmento teve menor volume de vendas internas e desafio de rentabilidade.

Parte da queda do alto giro deve-se a mix e parte é preço menor de arroz. Gradualmente, a empresa reconquistará espaço em alto giro. Sobre os segmentos dos produtos, o menor volume vendido de arroz, queda sazonal no fim do ano, pressionou a rentabilidade do segmento de grãos. Em açúcar, houve aumento das vendas devido às exportações. As menores vendas de café foram parcialmente compensadas pelo maior volume dos pescados, enquanto em massas foi mantida a boa rentabilidade. Em açúcar, o cenário no mercado doméstico permanece "desafiador" para rentabilidade, sem grandes mudanças. Em café, o cenário é desafiador em virtude de preços altos e da rentabilidade baixa. Os segmentos de pescados e massas estão em linha com a rentabilidade esperada, enquanto em biscoitos, a rentabilidade continua baixa.

O Citi informou que a alavancagem consolidada da Camil atingiu 4,2x Dívida Líquida/Ebitda no terceiro trimestre fiscal, encerrado em novembro de 2024, em comparação com 3,5x no segundo trimestre fiscal de 2024. O impacto da alavancagem operacional nas margens foi mais forte do que o previsto. Esse aumento foi devido principalmente ao pagamento pela aquisição no Paraguai de R$ 200 milhões. Apesar disso, foi mantida a classificação de Compra, pois a Camil está sendo negociada a 4,3x EV/Ebitda 2025, abaixo de sua média de cerca de 6x. O Citi tem preço-alvo de R$ 10,00 para a ação da Camil, o que corresponde a um retorno esperado de 74,2% ante fechamento de ontem a R$ 5,74 por ação.

A Camil registrou Lucros antes dos juros, tributos, depreciação e amortização (Ebitda) do terceiro trimestre de 2024 em linha com o consenso, mas 6% menor em relação à estimativa. O faturamento veio em linha com a expectativa, pois já foram incorporados volumes fracos no Brasil, que tiveram impacto negativo no trimestre. No geral, as vendas vieram em linha com a estimativa, com o segmento Brasil +1,4% e Internacional -3,0%. O volume do Brasil caiu -4% em relação ao ano anterior. O Ebitda ficou 5,5% abaixo de nossa estimativa em -5,5%, por causa de Brasil (-14%), embora parcialmente compensado pelo Internacional (+7%). O Ebitda do segmento Internacional superou em 7%. No geral, há otimismo com as ações, pois os altos preços das commodities (arroz e feijão) continuam indicando potencial de lucros positivos no futuro. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.