26/Nov/2024
Em outubro, os preços mundiais do arroz registraram uma queda média de 10%, atingindo seu nível mais baixo desde junho de 2023, antes das restrições de exportação implementadas pela Índia. Os exportadores enfrentam grande pressão desde o retorno da Índia ao mercado de exportação, anunciado no final de setembro. As vendas externas tendem a recuar, enquanto a demanda global de importação retorna, especialmente no sudeste asiático, Oriente Médio e África Ocidental, estimuladas pelas ofertas de exportação mais atraentes. A Índia está se beneficiando dessa retomada da demanda mundial graças a preços mais competitivos, após a revogação dos preços mínimos de exportação e a eliminação de todas as taxas de exportação. A desvalorização da rupia em relação ao dólar também a melhora a competitividade do arroz indiano.
No hemisfério ocidental, a evolução dos preços tem sido mista com um mercado de exportação bastante ativo nos Estados Unidos e uma demanda mais fraca no Mercosul, por causa de preços pouco competitivos. No início de novembro, os preços mundiais mostravam sinais de relativa estabilidade, em comparação com a alta volatilidade nas primeiras semanas de outubro. A oferta mundial de exportação deve aumentar durante a safra 2024/2025, graças, principalmente, a uma melhora na produção indiana que deve aumentar de 5% em relação à safra passada. Espera-se também um aumento do consumo mundial de arroz de 2%, atingindo o recorde de 536 milhões de toneladas, embora ainda 3 milhões de toneladas a menos em relação à produção mundial prevista para 2025.
Na Índia, os preços do arroz branco 5% e parboilizado caíram 10% com a supressão dos preços mínimos de exportação. Os preços indianos, bem abaixo das ofertas concorrentes, atraem importadores asiáticos e africanos. A redução da taxa de exportação para o arroz parboilizado, de 20% para 10%, também deve estimular as vendas indianas. Além disso, a oferta indiana será mais abundante, com previsão de safra recorde 2024/2025, aumento de 5% em relação à safra passada. Nos primeiros dez meses do ano, as exportações indianas ultrapassaram 13 milhões de toneladas, embora tenham diminuído 18% em comparação ao ano anterior no mesmo período. Em outubro, o arroz branco e parboilizado indiano registraram uma média de US$ 470,00 por tonelada FOB, contra US$ 524,00 por tonelada anteriormente. Em novembro, os preços indianos oscilam entre US$ 440,00 e US$ 450,00 por tonelada.
Na Tailândia, os preços caíram entre 5% e 10% em outubro, segundo as categorias. Os preços do arroz de baixa qualidade resistiram melhor à pressão de queda causada pelo retorno da Índia ao mercado de exportação. Apesar da valorização do bath em relação ao dólar, os preços de exportação continuam a cair devido à queda dos preços domésticos, com a chegada da nova safra ao mercado. Nos primeiros dez meses do ano, as exportações tailandesas alcançaram 8,3 milhões de toneladas, um aumento de 21% em comparação a 2023 no mesmo período. Em outubro, o arroz Thai 100%B esteve cotado à média de US$ 515,00 por tonelada contra US$ 574,00 por tonelada em setembro, enquanto o arroz parboilizado também teve uma média de US$ 515,00 por tonelada, contra US$ 569,00 por tonelada anteriormente. Em contraste, o arroz quebrado A1 Super caiou apenas 5%, para US$ 438,00 por tonelada, contra US$ 458,00 por tonelada. Em novembro, os preços ainda estão enfraquecidos.
No Vietnã, os preços de exportação caíram em média 5% em um mercado que continua ativo. A queda dos preços foi relativamente moderada, devido à forte demanda do mercado do Sudeste Asiático, especialmente das Filipinas, cujas importações podem ultrapassar 5 milhões de toneladas em 2024/2025. Nos primeiros dez meses do ano, o Vietnã exportou cerca de 7,8 milhões de toneladas, um aumento de 10% em comparação com o ano anterior, e pode atingir um recorde de 8,9 milhões de toneladas em 2024. Em outubro, o arroz Viet 5% foi negociado a US$ 535,00 por tonelada, contra US$ 566,00 por tonelada anteriormente, enquanto o Viet 25% caiu para US$ 506,00 por tonelada contra US$ 534,00 por tonelada. Em novembro, os preços continuam pressionados pela concorrência da Índia e da Tailândia.
No Paquistão, os preços do arroz caíram entre 10% e 11% em outubro após a reabertura do mercado indiano. A diferença de preço com a Índia tende a diminuir, em cerca de US$ 10,00 por tonelada. Nos primeiros dez meses do ano, as exportações paquistanesas atingiram quase 5 milhões de toneladas, um aumento de 72% em comparação ao ano anterior no mesmo período, devendo atingir um recorde de 5,5 milhões de toneladas em 2024, em comparação com 4,5 milhões de toneladas em 2023. Em outubro, o Pak 5% registrou uma média de US$ 479,00 por tonelada, contra US$ 534,00 por tonelada em setembro. Em novembro, os preços se mantêm estáveis.
Nos Estados Unidos, em contraste com os mercados asiáticos, os preços do arroz aumentaram 2,3% em relação ao mês anterior. Em outubro, o mercado externo esteve novamente ativo, atingindo 290.000 toneladas contra 275.000 toneladas em setembro, representando um avanço de 45% em comparação com o mesmo período de 2023. Em outubro, o preço indicativo do arroz Long Grain 2/4 foi de US$ 788,00 por tonelada, contra US$ 770,00 por tonelada. Em novembro, a tendência é de queda no preço, para US$ 760,00 por tonelada. Fonte: Informativo Mensal do Mercado Mundial de Arroz - CIRAD. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.