14/Oct/2024
A Camil Alimentos, multinacional de origem brasileira, obteve lucro líquido de R$ 118,8 milhões no segundo trimestre fiscal de 2024, encerrado em agosto. O resultado representa alta de 153,4% ante igual período do ano passado, quando a companhia registrou lucro líquido de R$ 46,9 milhões. O lucro por ação atingiu R$ 0,34 no segundo trimestre. A companhia atua em arroz, feijão, café, açúcar, massas, pescados e biscoitos. A receita líquida aumentou 12,1%, de R$ 2,910 bilhões para o recorde de R$ 3,262 bilhões no segundo trimestre fiscal de 2024. No segmento alimentício Brasil, a receita aumentou 9,6%, para R$ 2,357 bilhões. O segmento alimentício internacional obteve receita líquida também 19% maior, de R$ 904,4 milhões. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) cresceu 35,4% na mesma comparação, de R$ 212,4 milhões para R$ 287,6 milhões.
A margem Ebitda avançou 1,5% do segundo trimestre fiscal de 2023 para o segundo trimestre fiscal deste ano, encerrando o período em 8,8%. A alavancagem (relação entre dívida líquida e Ebitda) terminou o segundo trimestre fiscal de 2024 em 3,5 vezes ante 3,4 vezes de igual período do ano fiscal anterior. No período, a companhia investiu (Capex) R$ 66,5 milhões, 130% mais que no segundo trimestre fiscal de 2023. A receita líquida foi recorde no período e o Ebitda da empresa em doze meses passou pela primeira vez de R$ 1 bilhão. A empresa mantém o otimismo ao observar as oportunidades de expansão nos resultados das novas operações e o potencial de crescimento das categorias de alto valor para os negócios. Ainda como destaques do segundo trimestre do ano fiscal de 2024, estão o lançamento da linha de massas da Camil em São Paulo, a entrada no mercado de café gourmet com a marca União e o avanço para entrada no mercado paraguaio de arroz.
Os resultados obtidos pela Camil Alimentos no segundo trimestre fiscal de 2024, encerrado em agosto deste ano, mostram o processo de crescimento e de melhora na rentabilidade da empresa. O resultado, de fato, foi bom com receita líquida recorde e pela primeira vez Ebitda em 12 meses acima de R$ 1 bilhão. Observa-se crescimento sequencial em volume, de preços e melhora na rentabilidade, o que afetou os principais indicadores. Foi um trimestre com resultados financeiros e operacionais bons. Quanto ao volume de vendas, que recuou 5,7%, para 593,6 mil toneladas no segundo trimestre do ano fiscal, puxado sobretudo pela queda de 8,1% no segmento internacional, mas há aumento sequencial no volume comercializado, de 13,6% do segundo trimestre frente ao primeiro trimestre do ano fiscal.
No segmento internacional, a análise anual trimestre contra trimestre é ingrata porque como o Uruguai é uma operação mais voltada ao atacado, pode haver variação expressiva no ano, mas há crescimento expressivo no período sequencial. O desempenho trimestral da companhia foi alavancado no último trimestre pela recuperação da rentabilidade em grãos. Em contrapartida, o mercado de açúcar segue pressionado em margens. Ainda não há mudança de competitividade de adoçados no mercado doméstico. É um segmento que a empresa tem enfrentado dificuldades e tem sido ofensor de resultados. Em pescados enlatados, sazonalmente é um período mais fraco. Em biscoitos e café, segmentos de alto valor, apesar de incremento de volume, ainda são duas categorias que estão longe do nível de rentabilidade esperado, em margens compatíveis com outras categorias. Apesar dos resultados positivos, a empresa ainda está aquém do seu potencial de rentabilidade.
O Ebitda acima de R$ 1 bilhão em 12 meses ainda está abaixo do potencial de rentabilidade. Ainda há expectativa de fazer mais e capturar alavancas que podem melhorar os números. A Camil Alimentos comercializou no segundo trimestre fiscal de 2024, encerrado em agosto deste ano, 5,7% menos volume em produtos em comparação com igual período do ano passado. Foram 593,6 mil toneladas contra 629,5 mil toneladas do segundo trimestre fiscal de 2023. A queda foi puxada sobretudo pelo recuo de 8,1% no volume comercializado no segmento internacional, de 187,9 mil toneladas. No Brasil, o volume comercializado pela empresa cedeu 4,5% na comparação anual do segundo trimestre, para 405,7 mil toneladas. No Brasil, que representou 68% do volume comercializado pela Camil, o total de vendas do segmento de alto giro, formado por arroz, feijão e açúcar, foi 6% menor, para 357,6 mil toneladas.
O volume vendido na divisão de alto valor, formado por pescados, massas, café e biscoitos, aumentou 8,5%, para 48,9 mil toneladas. O preço líquido do segmento de alto giro no Brasil avançou 26,3%, para R$ 4,90 por Kg, enquanto o preço líquido médio do segmento de alto valor cresceu 7,1%, para R$ 13,06 por Kg. No mercado internacional, que representou 32% do total comercializado pela companhia no trimestre, apesar da queda de 8,1% no volume, houve aumento de 21,8% no preço líquido, para R$ 4,81 por quilo ao fim do segundo trimestre de 2023. A empresa atribui a queda anual de 5,7% no volume total comercializado à redução no segmento de alto giro e no segmento internacional, que foi parcialmente compensado pelo aumento de volumes em alto valor. No cenário de alto giro no Brasil, na comparação sequencial, o crescimento na categoria ocorreu devido a maiores volumes de grãos, com maiores compras por parte dos varejistas no período.
Esse resultado foi impulsionado pelo descasamento da colheita de arroz este ano, alocando uma maior sazonalidade usualmente concentrada no primeiro trimestre de 2024 para o segundo trimestre deste exercício. Em açúcar, atingimos maiores volumes de vendas internas no ambiente de varejo, compensado por maiores exportações de açúcar na base comparativa do segundo trimestre do ano fiscal de 2023. Na categoria de alto valor, a companhia vê uma boa rentabilidade em massas e crescimento contínuo em volumes de vendas de café e avanço sequencial em biscoitos. Em relação a pescados, houve crescimento anual, porém com redução sequencial dada a sazonalidade da categoria no primeiro trimestre do ano, que afetou os resultados do alto valor de forma sequencial. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.