28/Aug/2024
A Arrozeira Pelotas, com sede no Rio Grande do Sul, será a primeira empresa brasileira a usar tecnologia de blockchain para oferecer rastreamento de arroz. Com o Sistema Brasileiro de Agrorrastreabilidade (Sibraar), ferramenta desenvolvida pela Embrapa Agricultura Digital, o consumidor terá acesso a informações sobre a origem da matéria-prima e o processo pelo qual o cereal passa na produção. Neste primeiro momento, serão rastreadas cerca de 300 toneladas de arroz branco tipo 1 com a marca Brilhante. Mas, a ideia da Arrozeira Pelotas é produzir novos lotes, expandindo para outros produtos, como o arroz parboilizado e o arroz parboilizado integral. A tecnologia será lançada durante a 47ª Expointer, em Esteio (RS), nesta quinta-feira (29/08). O trabalho de rastreabilidade foi realizado junto a produtores que cultivam as variedades do portfólio da Embrapa: BRS Pampa e BRS Pampeira.
Os lotes estão sendo distribuídos nesta última semana de agosto para comercialização no Distrito Federal e no Rio Grande do Sul. Em seguida, o produto deverá chegar a outros mercados nos quais a empresa atua, como Acre, Amazonas, Mato Grosso do Sul e Pará. O Sibraar já foi utilizado pela Usina Granelli, para rastrear açúcar mascavo e demerara no interior de São Paulo. A Embrapa também fechou uma parceria com a Associação Brasileira de Automação (GS1 Brasil), na tentativa de usar a tecnologia internacionalmente e responder à nova leia União Europeia sobre rastreabilidade de produtos. Realizada por demanda do Ministério da Agricultura, a iniciativa visa atender à Lei do Autocontrole, que prevê o compartilhamento de responsabilidades entre governo e setor produtivo na fiscalização da produção agropecuária.
A legislação, ainda em processo de regulamentação, determina a necessidade de monitoramento e o registro auditável de informações ligadas aos processos produtivos, de maneira a garantir qualidade, segurança e conformidade legal aos produtos. A Arrozeira Pelotas explica que o projeto para rastreabilidade teve o apoio da diretoria e gerência da empresa, que já vem trabalhando para atender às legislações vigentes, adotando mecanismos de autocontrole e certificações. O objetivo é oferecer aos consumidores informações relevantes sobre o produto, demonstrando transparência no controle do processo de produção. Segundo a Embrapa Clima Temperado (RS), é importante fomentar uma cultura de rastreabilidade para que o consumidor tenha acesso às informações sobre o que está consumindo, além de promover um diferencial de mercado para a indústria.
Ainda é uma questão cultural que está se iniciando no Brasil. Na Europa, isso já está mais difundido, e as pessoas só compram o produto se for rastreado. A tecnologia blockchain reúne dados criptografados, com informações registradas em blocos conectados seguindo uma sequência temporal que garante a inviolabilidade das informações inseridas na plataforma. Essa tecnologia garante a integridade dos dados. Após o registro não é possível alterá-los. E, indiretamente, garante uma autenticidade, uma veracidade do dado. Isso é importante para garantir um histórico, uma trilha de auditoria ou de auditabilidade. As informações são armazenadas em um centro de dados da Embrapa seguindo protocolos de segurança. Recentemente, a Embrapa firmou parceria com a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) para definição de protocolos e rastreabilidade de suínos e frango de corte, e tem em vista parceria para o setor de pescados. Fonte: Globo Rural. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.