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22/Aug/2024

Governo volta a se preocupar com o preço do arroz

Segundo o ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA), Paulo Teixeira, o preço do arroz voltou a preocupar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O ministro relatou que recebeu, na terça-feira (20/08), ligação do presidente Lula com relato de que o preço do cereal está subindo em algumas regiões. O MDA está fazendo monitoramento de preços em todas as regiões com indústria e produtores. Os preços no mercado interno ainda estão acima do considerado adequado pelo governo. A recente valorização do dólar ante o Real, que pode elevar a paridade do arroz e impulsionar os preços locais, está entre os pontos de atenção do Executivo. Apesar da preocupação externada pelo governo com o preço do cereal, o Indicador Cepea/Irga aponta para uma alta pontual nas cotações do cereal no último mês. O Indicador de preço pago ao produtor subiu 0,65% em um mês, atingindo R$ 117,25 por saco de 50 Kg na terça-feira (20/08).

O governo entende que o preço adequado do arroz no mercado nacional estaria entre R$ 90,00 e R$ 100,00 por saco de 50 Kg. Arroz é um produto da mesa do povo brasileiro e o governo quer que o produto tenha um preço mais adequado. O governo vai estimular a produção do cereal em todas as regiões do País a fim de aumentar a oferta e diminuir a pressão sobre os preços. Nesse cenário, o governo praticamente descarta a necessidade de compra pública de arroz importado. A Medida Provisória 1.217/2024 que autoriza a compra pública de até 1 milhão de toneladas de arroz importado por meio de leilões de aquisição pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) perderá a validade em 5 de setembro. Até o dia 5 de setembro, todos os seus instrumentais serão utilizados. Não há esforço do governo para articulação e votação da medida antes que ela caduque. Na mesma linha, o diretor-presidente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Edegar Pretto, afirmou que não há no horizonte do governo nova proposta de compra internacional de arroz.

A partir do diálogo construído com o setor produtivo, com as empresas, se houver necessidade, há condições de fazer o arranjo com a produção nacional. Essa é a expectativa. A Conab tem acompanhado, com o MDA, semanalmente, o comportamento dos preços do arroz no mercado nacional. O combinado é que, quando for detectada uma região em que o preço tenha se alterado acima da média do mercado, o setor (indústria e produção) se compromete a colocar mais arroz à disposição naquela região para equilibrar os preços. O governo deve realizar uma terceira reunião sobre o tema com o setor produtivo nos próximos dias. Até o momento, está indo tudo bem. Há uma preocupação com a questão do câmbio, pois a Associação Brasileira da Indústria do Arroz (Abia) alertou que essa alta do dólar poderia afetar o preço do arroz. Será um ano complicado para a questão do arroz porque o balanço entre consumo e oferta está muito ajustado. Em paralelo ao monitoramento de preços, o governo quer incentivar e diversificar o plantio de arroz em vários Estados por meio de contratos de opção firmados com os produtores.

Na prática, o governo vai garantir ao produtor preço de compra do produto com margem de lucro. Se no momento da operação o preço de mercado for mais remunerador, o produtor tem a opção de não exercer o direito de vender ao governo (opção de venda) e negociar o produto no mercado. No caso inverso (preços de mercado inferiores ao custo), o produtor exerce a opção de venda ao governo, que compra o cereal para os estoques públicos. Os valores dos contratos de opção tendem a ser a um preço médio 10% acima do Preço Mínimo de garantia (estipulado pelo governo para cada cultura e que cobre os custos de produção) e mais custo de carregamento, o que alcançaria entre 12% e 15% sobre o Preço Mínimo. Os mecanismos devem ser lançados em breve. Os valores serão sugeridos pela Conab em nota técnica que está sendo preparada pela Diretoria de Informações Agrícolas. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.