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13/Aug/2024

Preços mundiais do arroz com tendência de queda

Em julho, os preços mundiais do arroz caíram em média 2%, confirmando assim a tendência baixista desde meados de junho. A demanda de importação continua fraca, já que compradores e vendedores antecipam o fim das restrições de exportação da Índia de arroz branco não basmati, embora isso demore a se concretizar. Além disso, o comércio mundial está sendo afetado por adiamentos de compras ou contratos que cobrem apenas pequenas quantidades, apesar dos esforços dos exportadores asiáticos de reduzirem seus preços para reativar o mercado de exportação. O aumento dos custos de transporte marítimo e a escassez de contêineres vazios são uma pressão adicional no mercado de exportação. Na Tailândia, os preços caíram significativamente 7% em julho, marcando seu nível mais baixo em três meses.

Em outros mercados de exportação, a queda dos preços foi mais moderada, graças a uma demanda de importação sustentada. Os importadores também estão na expectativa de ofertas de exportação provenientes das novas safras, que começarão a chegar no final de agosto e se estenderão até janeiro de 2025. Atualmente, o mercado depende principalmente das compras da Indonésia e das Filipinas para animar o comércio do arroz. As perspectivas de produção são promissoras nos principais países asiáticos, com um aumento esperado de 2%, e as ofertas de exportação serão potencialmente mais abundantes. Portanto, a evolução dos preços nos próximos meses será fortemente influenciada pelas decisões comerciais da Índia, Filipinas e Indonésia.

Na Índia, o preço do arroz parboilizado diminuiu levemente em julho, em um mercado relativamente calmo. A demanda da África continua baixa, já que os importadores esperam novas quedas de preços. Além disso, a oferta de exportação chega lentamente, pois os agricultores indianos preferem armazenar, aguardando os novos preços mínimos estabelecidos pelo governo para a próxima safra. Os operadores também esperam uma mudança na política comercial, com uma possível eliminação do imposto de 20% sobre as exportações de arroz parboilizado e a aplicação de um imposto fixo de US$ 90,00 por tonelada. Safras excepcionais são esperadas em 2024/2025 graças a chuvas mais favoráveis, o que deve incentivar ainda mais o governo indiano a liberar as exportações. Durante os primeiros sete meses do ano, as exportações indianas atingiram quase 10 milhões de toneladas, mas já uma queda de 25% em comparação ao ano passado na mesma época. Em julho, o arroz parboilizado indiano registrou uma média de US$ 542,00 por tonelada FOB, contra US$ 545,00 por tonelada anteriormente. No início de agosto, o preço continua caindo e está em US$ 540,00 por tonelada.

Na Tailândia, os preços caíram significativamente 7% em julho, atingindo seu nível mais baixo em três meses. Apesar da valorização do bath em relação ao dólar e preços competitivos, a demanda de importação continua baixa, já que os operadores esperam novas quedas de preços com o retorno da Índia ao mercado de exportação. Os exportadores tailandeses pretendem reativar as vendas graças às novas licitações da Indonésia, mas a competição será acirrada. No entanto, as exportações tailandesas já atingiram cerca de 6 milhões de toneladas durante os primeiros sete meses do ano, marcando um aumento de 30% em relação a 2023 no mesmo período. Em julho, o preço do arroz Thai 100%B registrou uma média de US$ 589,00 por tonelada, contra US$ 629,00 por tonelada em junho. O Thai parboilizado caiu para US$ 581,00 por tonelada, contra US$ 614,00 por tonelada anteriormente. O arroz quebrado A1 Super cedeu para US$ 447,00 por tonelada, contra US$ 464,00 por tonelada em julho. No início de agosto, os preços continuavam pressionados.

No Vietnã, os preços de exportação caíram entre 1% e 2% em julho, devido à oferta elevada. Mas, a queda foi relativamente moderada devido à forte demanda das Filipinas, seu principal marcado e maior importador mundial. Nos primeiros sete meses do ano, as exportações do Vietnã atingiram cerca de 5,3 milhões de tonelada, 10% a mais em comparação com 2023 no mesmo período, e podem chegar a 8,2 milhões de toneladas em 2024. Em julho, o arroz Viet 5% foi negociado a US$ 566,00 por tonelada, contra US$ 571,00 por tonelada anteriormente. O Viet 25% registrou U$ 537,00 por tonelada contra US$ 551,00 por tonelada. No início de agosto, os preços continuam caindo.

No Paquistão, os preços do arroz caíram 3% em julho, devido à falta de demanda de importação. Compradores e vendedores aguardam a nova safra, que chegará ao mercado a partir de setembro. Porém, as exportações acumuladas nos primeiros sete meses do ano atingiram 3,8 milhões de toneladas, 75% a mais em comparação ao ano passado no mesmo período. No total, as exportações do Paquistão podem ultrapassar o patamar histórico de 5 milhões de toneladas em 2024, contra 4,5 milhões de toneladas em 2023. Em julho, o Pak 25% esteve cotado a US$ 432,00 por tonelada contra US$ 549,00 por tonelada em junho. No início de agosto, os preços estão firmes devido à falta de arroz de qualidade suficiente para exportação.

Nos Estados Unidos, os preços do arroz caíram em julho, em um mercado relativamente calmo. Em julho, as exportações atingiram 265.000 toneladas contra 280.000 toneladas anteriormente, mas marcando um aumento de 45% em comparação com 2023 no mesmo período. O México volta a ser o principal destino, com 26% das exportações, seguido pelo Japão e Haiti, ambos com 10% das vendas norte-americanas. Em julho, o preço indicativo do arroz Long Grain 2/4 foi de US$ 792,00 por tonelada, contra US$ 805,00 por tonelada. No início de agosto, o preço registra recuo pata US$ 780,00 por tonelada. Fonte: Informativo Mensal do Mercado Mundial de Arroz - CIRAD. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.