13/Jun/2024
A Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz) afirmou que o recuo do governo ao anular o leilão da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para compra de arroz importado representa o reconhecimento de um grande erro. A entidade criticou as irregularidades identificadas no leilão, como a participação de empresas externas ao setor, e afirmou que não há necessidade técnica para a compra de arroz importado. Houve um aumento da produção e da área plantada no início deste ano, capaz de compensar as perdas da quebra de safra no Rio Grande do Sul em 2023/2024.
A estimativa é de que 85% da safra havia sido colhida antes dos eventos climáticos extremos, o que indica perda de apenas 15% da produção. Além disso, segundo o Instituto Rio-Grandense do Arroz (Irga), a colheita da safra 2023/2024 deve ficar em 7,14 milhões de toneladas, mesmo com as perdas pelas inundações de maio. O número é bem próximo ao registrado na safra anterior, de 7,23 milhões de toneladas. Os problemas na oferta ocorreram por questões de logística, com bloqueio de estradas no Rio Grande do Sul, que levou os produtores a deixarem de atender temporariamente o varejo. Mas, há um bom porcentual de abastecimento e o mercado mostra sinais de estabilidade, com normalização da logística e dos preços em torno de R$ 5,00 a R$ 6,00 por Kg.
O leilão seria um desestímulo no desenvolvimento do setor arrozeiro no Brasil e a expectativa é de que o governo não insista em comprar arroz importado para baixar os preços locais. Somente a Índia tem preços do arroz a R$ 4,00 por Kg. Este valor está abaixo do custo de produção e a indústria não consegue repassar ao consumidor. Isso pode comprometer o setor e autossuficiência do Brasil na produção de arroz. A faixa de preços brasileira atual ainda mantém o arroz como produto inclusivo na cesta básica, junto ao feijão à salada, e o produto importado da Ásia não tem a mesma qualidade da produção nacional. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.