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14/May/2024

Supermercados estão limitando venda de alimentos

Os reflexos das enchentes que atingem o Rio Grande do Sul já aparecem no varejo. Grandes redes de supermercados e de atacarejo começaram a racionar os volumes vendidos de arroz, leite, óleo de soja e feijão, produtos nos quais o Estado tem forte presença na produção nacional. No caso do arroz, o Rio Grande do Sul é responsável por 70% da produção nacional do grão. A Camil Alimentos, maior fabricante de arroz do País, descarta risco de desabastecimento do cereal no mercado interno. Apesar disso, há um movimento semelhante ao que ocorreu na pandemia com consumidores adquirindo produtos em volume superior ao seu padrão de consumo usual. A decisão de consumidores de fazer estoque por precaução é exatamente o que a Associação Brasileira de Supermercados (Abras) quer evitar. A entidade recomenda que os consumidores não façam estoques em casa para que todos tenham acesso contínuo ao produto.

A Abras monitora os estoques e o abastecimento de produtos essenciais. Até o momento, os estoques e as operações de abastecimento do varejo estão normalizados com diversas marcas, preços e promoções para atender à demanda de consumo tanto das lojas físicas quanto pelo e-commerce. No Grupo Pão de Açúcar, a decisão de racionar a venda de arroz, óleo de soja, feijão e leite é de âmbito nacional e vale para todas as lojas com as bandeiras Pão de Açúcar, Extra Mercado, Minuto Pão de Açúcar, Pão de Açúcar Fresh e Mini Extra, assim como para o comércio online. O Carrefour informa que passou a limitar a venda de arroz a um fardo por cliente (seis pacotes de 5 Kg) nas lojas físicas dos hipermercados espalhados pelo País, onde foi detectado um consumo acima do normal. A rede acrescenta que tem estoques suficientes para atender à demanda e que não existe, por ora, nem pressão de custos por parte dos fornecedores.

O governo federal autorizou, por meio de medida provisória, a importação de até 1 milhão de toneladas de arroz pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para recomposição dos estoques públicos. A medida, de caráter excepcional e válida apenas para este ano, foi publicada no dia 9 de maio em edição extra do Diário Oficial da União. Os estoques serão destinados, preferencialmente, à venda para pequenos varejistas das regiões metropolitanas. A Camil (que é a maior fabricante de arroz do País), afirma que aproximadamente 85% da safra do grão produzido no Rio Grande do Sul já estava colhida antes das fortes chuvas, com a produção concentrada na indústria ou nos armazéns de produtores. A avaliação preliminar é de baixo impacto do fenômeno climático na produção de arroz em virtude da colheita avançada.

Neste momento, há um movimento de antecipação de compras por parte do consumidor em volume superior ao seu padrão de consumo usual. Isso gera a percepção de desabastecimento, quando, estruturalmente, não vai faltar arroz no ano. O volume de arroz produzido no Brasil, somado ao acesso ao mercado internacional, garante a disponibilidade de consumo. De fato, há uma dificuldade de abastecimento do arroz do Rio Grande do Sul no curto prazo, em virtude das questões logísticas de escoamento. A Camil consegue suprir o varejo da Região Nordeste pelo arroz importado ou pelo Porto de Rio Grande. Atende ao mercado de São Paulo por meio da fronteira oeste do Rio Grande do Sul. O maior desafio de atendimento é na região ao norte de Porto Alegre, por conta de rodovias bloqueadas. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.