13/May/2024
A Camil Alimentos viu aumento de aproximadamente 15% no preço do arroz nos últimos dez dias, em virtude das enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul e que podem levar a perdas na produção local. Há também impacto no custo logístico para buscar novas rotas para escoamento do produto. Há uma pressão significativa de aumento de preços finais. A Camil é a maior fabricante de arroz do País. O cereal é o principal produto comercializado pela empresa, que atua também em feijão, café, açúcar, massas, pescados e biscoitos. Os preços do produto em casca já retornaram ao intervalo de R$ 120,00 a R$ 125,00 por saco de 50 Kg. Esse era o patamar visto no mercado durante o período da entressafra do produto, de dezembro a fevereiro. Em março, antes da colheita, as cotações haviam recuado para níveis de R$ 95,00 a R$ 100,00 por saco de 50 Kg.
Agora, os preços estão no mesmo patamar do pré-colheita, com tendência de alta. É preciso ver como sairá a definição para a Conab importar arroz e o quanto isso irá se refletir nos preços. Aproximadamente 85% da safra de arroz do Rio Grande do Sul já estava colhida quando as lavouras foram inundadas. Na região central do Estado, uma das mais afetadas, entretanto, o ritmo de colheita era menor, com 60% da área retirada. As primeiras estimativas de impacto mostram que as perdas na safra devem levar a uma produção brasileira levemente inferior ao ano passado. A empresa busca manter o abastecimento do Rio Grande do Sul e do restante do País com o arroz originado no Estado, mas que há desafio logístico por pelo menos 80 interdições de rodovias. Nestes primeiros dez dias, houve aumento da demanda pelo consumidor final, semelhante ao que ocorreu no início da pandemia de Covid-19.
O consumidor final está se estocando e os clientes da Camil fazendo pedidos acima do histórico. A Camil também descartou eventual risco de desabastecimento do produto, ponderando que pode haver apenas impactos pontuais no curto prazo em virtude da maior demanda imediata dos consumidores finais e da dificuldade logística para responder ao fornecimento. Alguns varejistas já limitam a compra de arroz por consumidor. Na largada, pode haver algum ruído pontual, mas neste ano não vai faltar arroz no Brasil. Em relação à safra 2024/2025, ainda é cedo para estimar eventuais impactos das enchentes em área e produtividade do Rio Grande do Sul, mas usualmente há elevação do custo de preparação do solo em casos de fenômenos climáticos adversos. Nesta safra, as chuvas afetaram também a safra de arroz do Paraguai, Uruguai e Argentina. A disponibilidade de arroz no Mercosul tende a ser levemente menor.
O volume de arroz comercializado pela companhia no 1º trimestre deste ano fiscal tende a ser levemente inferior a igual período do ano fiscal anterior. Isso porque houve atraso de cerca de 30 dias na colheita do grão e posterior retardamento das compras pelos distribuidores e varejistas. O processo de menor nível de compras perdurou ao longo de março. Na segunda quinzena de abril, quando o preço do arroz chegou ao piso, os varejistas retornaram às compras, mas no fim do mês, as enchentes do Rio Grande do Sul trazem desafio à logística. A companhia busca rotas logísticas para garantir o fornecimento dos produtos no próprio Rio Grande do Sul, principal origem do grão, e às demais regiões do País. A eventual falta de abastecimento em lojas pode ocorrer pela intensidade maior de compra dos consumidores finais e pelo menor nível de estoque dos distribuidores. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.