10/May/2024
O governo federal calcula que a importação de até 1 milhão de toneladas de arroz pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) exigirá R$ 4 bilhões em orçamento extra. As estimativas circulam entre os técnicos do Ministério da Agricultura, da equipe econômica e da Casa Civil que estruturam a medida provisória que vai autorizar a abertura de crédito extraordinário para socorro ao Rio Grande do Sul. Na prática, a MP vai abrir o crédito extraordinário que possibilita a compra do cereal no mercado externo. A autorização para Conab realizar a compra também será feita via MP. Posteriormente, o Ministério da Agricultura deve publicar edital autorizando a Conab a realizar a aquisição e estabelecendo volumes.
A previsão é de que um primeiro leilão da companhia vai abranger 200 mil toneladas de arroz descascado, embalado e pronto para distribuição. Pelos cálculos do governo, o arroz importado tende a custar em torno de US$ 700,00 por tonelada de cereal beneficiado. O produto deve vir sobretudo do Paraguai, já que é isento de alíquota de importação e tem logística rodoviária facilitada via Foz do Iguaçu (PR). O leilão deve permitir entrada também de cereal da Argentina, Uruguai e Bolívia, em mecanismo semelhante aos editais de Prêmio para Escoamento de Produto (PEP) e Prêmio Equalizador Pago ao Produtor Rural (Pepro).
Posteriormente, a Conab tende a disponibilizar os lotes do cereal a preços mais baixos por meio do Programa de Venda em Balcão, nas Regiões Norte, Nordeste e Sudeste. A tentativa do governo é frear aumento expressivo de preços do arroz no mercado interno, enquanto o escoamento do produto originado no Rio Grande do Sul está prejudicado em virtude das fortes enchentes. O Estado responde por 70% da produção nacional de arroz e 80% do abastecimento interno do produto. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.