06/May/2024
Segundo pesquisa do Instituto Foodservice Brasil (IFB), o brasileiro aumentou o consumo em alimentação fora de casa no mês de março. As vendas de grandes redes de lanchonetes e restaurantes cresceram 14,4% em março de 2024 ante março 2023, em termos nominais. Se descontada a inflação no período, houve um avanço real de 9,7% no volume vendido, melhor desempenho desde janeiro de 2023. O ticket médio gasto pelo consumidor nas redes também aumentou, uma alta de 2,7% no período de um ano, já descontada a inflação do período, alcançando R$ 42,50 em março de 2024, ante R$ 41,40 em março de 2023. O ticket médio, na verdade, ele não reflete apenas a inflação. Ele reflete também o hábito das pessoas. Por exemplo, o consumo de mais itens.
Quando se consome mais itens, aumenta a cesta de consumo, por consequência, o ticket médio. Quando essas redes fazem promoção de combo, por exemplo, sanduíche e refrigerante, e o cliente acaba consumindo sobremesa, isso aumenta o ticket médio. Ou seja, é uma composição de consumo de mais ou menos itens. A pesquisa é realizada mensalmente com 17 grandes redes de alimentação fora do lar associadas ao IFB. Entre os associados ao instituto estão Mc Donald's, Bob's, Habib's, Burger King, AmPm, Giraffas e Domino's. O deflator usado para obter o volume real de vendas é o item alimentação fora do domicílio, apurado pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Nos 12 meses encerrados em março de 2024, os preços da alimentação fora de casa acumulavam uma alta de 4,71% pelo IPCA. O estudo mostrou ainda que houve um aumento de 8,6% no número de transações efetuadas, ou seja, de vendas efetivadas a clientes, em março deste ano ante o mesmo mês do ano passado. As lojas localizadas nos centros comerciais, como shoppings, supermercados, aeroportos e strip malls, registraram um crescimento de 12,9% no faturamento em março, ante igual mês de 2023, enquanto as lojas de rua tiveram expansão de 16,2%. O resultado apurado contabiliza tanto alimentos consumidos em estabelecimentos comerciais quanto os entregues via serviços de delivery. A participação do canal delivery nas vendas subiu de uma fatia de 21,5% em fevereiro para 22,8% em março, maior resultado desde abril de 2023, quando essa proporção alcançou 23,3%.
Antes da pandemia, o volume de vendas do delivery era de 9% nos gastos no total Brasil. Durante a pandemia, ele ultrapassou, chegou a 26%, até 27%, quase 30% (do volume de vendas). E aí ele agora representa 20%. Ele não vai voltar mais ao patamar que era em 2019, antes da pandemia. Mas ele também não supre o que as vendas pelo estabelecimento representam. O volume vendido via delivery aumentou 178% em comparação ao período pré-pandemia. As refeições feitas presencialmente nos estabelecimentos têm recuperado importância nas vendas desde a reabertura dos restaurantes, após o choque inicial provocado pela Covid-19, mas essa modalidade permanece abaixo dos patamares de 2019. No terceiro trimestre de 2019, o consumo na loja respondia por 50% das vendas, caindo a 27% no terceiro trimestre de 2020.
No terceiro trimestre de 2023, o consumo no local já representava 44% do total de visitas, o que mostra recuperação, porém ainda abaixo do patamar pré-pandemia. Há melhora no consumo nesse setor, mas ainda é cedo para comemorar. O volume de vendas em 2023 fechou em R$ 216 bilhões. Em 2022, era de R$ 215 bilhões. Não teve um aumento muito grande. Está acontecendo uma recuperação, mas lenta. O IFB espera um desempenho melhor neste ano e no próximo, com alta real de 5% nas vendas tanto em 2024 quanto em 2025. A redução na taxa de desemprego e o aumento na massa salarial têm favorecido o setor de alimentação fora de casa, mas ainda há instabilidade. As perspectivas para os próximos dois anos dependem de um crescimento consistente da economia. Um avanço sólido na atividade econômica, que garantisse ganho real na renda e redução no endividamento, levaria a uma alta sustentável do consumo. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.