16/Apr/2024
De acordo com as últimas estimativas da FAO, a produção mundial de arroz em 2023 avançou apenas 0,5%, para 792,8 milhões de toneladas (526,4 milhões de toneladas base beneficiado), contra 789,1 milhões de toneladas em 2022. A produção mundial voltou ao seu nível de 2021, revelando melhores perspectivas na Ásia, África e América do Norte. No Paquistão, a produção aumentou 30%, retornando ao nível de 2021, e compensando parcialmente as reduções na Índia, Tailândia e China. Nos Estados Unidos, após uma safra ruim em 2022, a produção marcou uma forte recuperação de 37%, retornado ao nível de 2021. Em contraste, a produção no Mercosul diminuiu novamente, devido às más condições climáticas. O comércio mundial de arroz em 2023 caiu 6,4%, para 53,0 milhões de toneladas, contra 56,4 milhões de toneladas anteriormente.
Essa queda se deve principalmente à redução das importações chinesas, mas também ao aumento da produção em algumas regiões deficitárias, principalmente na África, no Oriente Médio e no sul da Ásia. Além disso, a decisão da Índia de proibir as exportações de arroz não-basmati contribuiu para acentuar a queda no comércio mundial. O forte aumento nos preços mundiais, causado em grande parte por essas restrições, forçou alguns países importadores a adiarem e/ou reduzirem suas procuras de importação. No entanto, parte da redução das exportações indianas foi compensada pela Tailândia e pelo Vietnã, que aumentaram significativamente suas vendas externas em 15% em 2023. Em contraste, as exportações indianas de arroz, em todas as categorias agregadas, caíram 20%. As primeiras projeções para 2024 apontam para uma nova contração do comércio mundial de 3,4%, para 51,3 milhões de toneladas.
Os estoques mundiais de arroz terminando em 2023 diminuíram levemente para 196,4 milhões de toneladas, contra 196,9 milhões de toneladas em 2022, representando 37% das necessidades de consumo mundial. Em 2023, as reservas chinesas recuaram para compensar a estagnação da produção e a redução das importações. Entretanto, os estoques chineses continuam abundantes, correspondendo a 70% do consumo doméstico anual e 50% dos estoques mundiais. Na Índia, os estoques aumentaram 4%, em grande parte devido às restrições à exportação. Os estoques dos principais países exportadores atingiram 57,5 milhões de toneladas em 2023, equivalentes a 30% dos estoques mundiais. Em 2024, espera-se que os estoques mundiais aumentem em 1,4%, atualmente estimados em 199,1 milhões de toneladas. Fonte: Informativo Mensal do Mercado Mundial de Arroz - CIRAD. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.