13/Mar/2024
Em fevereiro, os preços mundiais do arroz caíram em média 2%, com exceção da Índia, onde os preços do arroz parboilizado permaneceram firmes em função da forte demanda doméstica e da África. As quedas mais significativas foram observadas na Tailândia e no Vietnã, em parte devido à forte concorrência entre os exportadores. A queda se deve também à redução da demanda de importação, já que os importadores acreditam em novas quedas com a chegada da nova safra da Ásia de inverno-primavera. Na Índia, os preços continuam competitivos, apesar da taxa de 20% sobre as exportações de arroz, que foi prorrogada sem prazo definido. Mas, a verdadeira questão é saber quando serão liberadas as exportações de arroz branco não-basmati.
Os especialistas apostam no segundo semestre do ano, após as eleições gerais na Índia, programadas para o final de abril e início de maio. Nos Estados Unidos, os preços se fortaleceram expressivamente, após meses de estabilidade, graças à forte atividade nos mercados regionais da América Central, devido à redução da oferta de exportação dos países do Mercosul. Enquanto isso, é provável que os preços mundiais permaneçam sob pressão nos próximos meses, apesar do recuo observado em fevereiro. Além disso, há expectativa de redução na demanda global de arroz, em especial da China, cujas importações poderem não ultrapassar 2,5 milhões de toneladas em 2024. Em contraste, as importações da Indonésia devem aumentar novamente em 2024, passando para o segundo lugar no ranking mundial, atrás das Filipinas.
Na Índia, o preço do arroz parboilizado aumentou 4,5% em fevereiro, mas continua sendo o mais competitivo do mercado, apesar da taxa de exportação de 20%, prorrogada sem prazo definido. A proibição das exportações de arroz branco não-basmati mantém o mercado mundial sob pressão, apesar das isenções concedidas pelo governo indiano aos países que dependem do arroz indiano para a segurança alimentar, principalmente os países da África e do Sudeste Asiático. Em 2024, as exportações indianas podem cair para 16,5 milhões de toneladas, contra 17,9 milhões de toneladas em 2023, dos quais 40% seriam arroz parboilizado. Em fevereiro, o preço do arroz parboilizado indiano atingiu US$ 549,00 por tonelada FOB, contra US$ 525,00 por tonelada anteriormente. No início de março, o preço permanece firme em US$ 555,00 por tonelada.
Na Tailândia, os preços caíram 5% em função da forte concorrência com o Vietnã. Além disso, a demanda de importação estive fraca, pois os importadores antecipam novas reduções de preço com a chegada de novas ofertas no mercado. O crescente controle dos mercados de exportação pelas autoridades tailandesas, por meio de contratos governo a governo (G2G), também contribui para a queda nos preços de exportação. No entanto, não se pode descartar um aumento nos preços de exportação devido à produção menor prevista em 2024 por causa da falta de água durante a 2ª safra. As autoridades pediram aos produtores de arroz que reduzissem sua área cultivada e a substituíssem por culturas menos consumidoras de água e mais lucrativas. No entanto, a oferta de exportação continua satisfatória, e as vendas externas podem chegar a 8,4 milhões de toneladas em 2024, contra 8,7 milhões de toneladas em 2023. Em fevereiro, o preço do arroz tailandês Thai 100%B atingiu US$ 635,00 por tonelada, contra US$ 666,00 por tonelada em janeiro. O arroz parboilizado também caiu para US$ 623,00 por tonelada, contra US$ 643,00 por tonelada. Em contraste, o arroz quebrado A1 Super permaneceu relativamente estável em US$ 484,00 por tonelada, contra US$ 487,00 por tonelada. No início de março, os preços tendem a subir devido à revalorização do bath em relação ao dólar e à nova demanda da Indonésia.
No Vietnã, os preços de exportação caíram 4% em fevereiro com a chegada da safra de inverno-primavera. Apesar de ser mais altos que os preços tailandeses, o Vietnã continua ganhando licitações, especialmente na Indonésia, muito ativa novamente este ano no mercado de importação, tornando-se o segundo maior importador do mundo, com 3,3 milhões de toneladas previstas em 2024. No entanto, as Filipinas continuam sendo seu principal mercado, respondendo por 40% das exportações do Vietnã. Em 2024, as vendas externas podem cair para 7,8 milhões de toneladas contra 8,2 milhões de toneladas em 2023. Em fevereiro, o arroz Viet 5% foi negociado a US$ 625,00 por tonelada, contra US$ 652,00 por tonelada anteriormente. O Viet 25% esteve cotado a US$ 600,00 por tonelada, contra US$ 624,00 por tonelada em janeiro. No início de março, os preços continuam pressionados.
No Paquistão, os preços do arroz subiram novamente em fevereiro, especialmente nos segmentos de baixa qualidade, enquanto os preços do arroz de alta qualidade caíram devido à fraca demanda da China e de países africanos interessados no arroz tailandês, mais competitivo. No entanto, as perspectivas para as exportações paquistanesas são promissoras para 2024, podendo atingir um nível recorde de 5,5 milhões de toneladas contra 4,5 milhões de toneladas em 2023, graças a um suprimento de exportação mais abundante. Em fevereiro, o Pak 25% foi negociado a US$ 570,00 por tonelada, contra US$ 551,00 por tonelada em janeiro. No início de março, os preços estão firmes em US$ 575,00 por tonelada.
Nos Estados Unidos, os preços do arroz se fortaleceram graças às sólidas vendas externas nos mercados regionais da América Latina. Os Estados Unidos se aproveitam das ofertas limitadas de exportação dos países do Mercosul, seus principais concorrentes nessa região. Em fevereiro, as exportações dos Estados Unidos atingiram 395.000 toneladas, contra 330.000 toneladas em janeiro, aumento de 50% em relação a 2023 na mesma época. O preço indicativo do arroz Long Grain 2/4 atingiu US$ 773,00 por tonelada em fevereiro, contra US$ 748,00 por tonelada anteriormente. No início de março, o preço segue firme em US$ 815,00 por tonelada. Fonte: Informativo Mensal do Mercado Mundial de Arroz - CIRAD. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.