14/Feb/2024
Em janeiro, os preços mundiais do arroz subiram novamente, mas começaram a cair em meados do mês. Na Tailândia, os preços subiram 2%, assim como o arroz parboilizado indiano. Em contraste, os preços do Vietnã caíram de 1,5 a 3%, segundo as categorias. Apesar das restrições de exportação remanescentes da Índia, a concorrência entre os exportadores asiáticos continua forte. Um aumento expressivo nos preços vietnamitas ou tailandeses abre espaço para os concorrentes asiáticos, em especial a Birmânia, cujos preços são mais competitivos. Por enquanto, o mercado espera do retorno da Índia ao mercado de exportação, mas não seria antes da chegada da safra Rabi no segundo trimestre do ano. Contudo, apesar da recuperação da oferta de exportação, os preços mundiais permanecem altos devido às tensões no Mar Vermelho, elevando os preços de transporte, que triplicaram desde dezembro.
O alongamento das rotas marítimas, via Cabo da Boa Esperança, cria uma escassez de navios, dificultando o fluxo do comércio. O comércio mundial deverá encolher ainda mais devido a uma redução na demanda de importação, especialmente da China, cujas compras externas não excederiam 2,5 milhões de toneladas em 2024, em contraste com as 6,6 milhões de toneladas em 2022. Essa redução compensará a forte demanda prevista das Filipinas e da Indonésia, respectivamente o primeiro e o segundo maiores importadores do mundo. Do lado dos exportadores, embora espere-se uma nova contração nas exportações da Índia, isso será amplamente compensado pelos suprimentos da Tailândia, e do Paquistão cujas vendas externas podem aumentar 40% em relação a 2023. Espera-se que a produção global em 2023/2024 supere o consumo mundial que deve cair pelo segundo ano consecutivo.
Na Índia, o preço do arroz parboilizado subiu 2,5% em janeiro, mas continua sendo o mais competitivo do mercado, apesar da taxa de exportação de 20%. A proibição das exportações de arroz branco não-basmati continua em vigor, mas as isenções concedidas pelo governo indiano permitiram a exportação de mais de 3 milhões de toneladas entre o último trimestre de 2023 e o início de 2023, principalmente para países da África e do Sudeste Asiático. No total, a Índia teria exportado 17,9 milhões de toneladas em 2023, incluindo 13 milhões de toneladas de arroz branco parboilizado e não basmati e 4,9 milhões de toneladas de arroz basmati. Benin, Senegal, Togo e Guiné foram os principais destinos do arroz não basmati. Até 2024, a Índia poderia exportar entorno de 17 milhões de toneladas. Em janeiro, o arroz parboilizado indiano atingiu U$$ 525,00 por tonelada FOB, contra US$ 513,00 por tonelada anteriormente. No início de fevereiro, o preço permanece firme em US$ 550,00 por tonelada.
Na Tailândia, os preços subiram 2% em decorrência da forte demanda externa. Em 2023, as exportações tailandesas aumentaram 15%, para 8,8 milhões de toneladas. A Indonésia foi o principal cliente, respondendo por 16% das exportações tailandesas, seguida pela África do Sul e pelo Iraque, com 10% cada. A China e as Filipinas, embora tenham respondido por apenas 5% das exportações cada, foram os principais clientes durante o último trimestre de 2023, na sequência das restrições indianas. Em 2024, as exportações podem se aproximar de 9 milhões de toneladas graças à demanda ativa da Indonésia e apesar das previsões de contração no comércio mundial. Em janeiro, o preço do arroz tailandês Thai100%B marcou uma média de US$ 666,00 por tonelada, contra US$ 655,00 por tonelada em dezembro. O Thai parboilizado subiu para US$ 643,00 por tonelada, contra US$ 631,00 por tonelada em dezembro. Em contraste, o arroz quebrado A1 Super caiu para US$ 487,00 por tonelada, contra US$ 489,00 por tonelada em dezembro. No início de fevereiro, os preços estão pressionados pela valorização do bath em relação ao dólar.
No Vietnã, os preços de exportação caíram de 1,5% a 3% em janeiro, se aproximando dos preços da Tailândia. No momento, o Vietnã está se concentrando mais em seu mercado interno, antecipando o feriado de Tet, e os contratos externos são mais escassos. Mas, espera-se uma recuperação no final de fevereiro ou início de março. Em 2023, as exportações vietnamitas aumentaram 15% para 8,3 milhões e toneladas, contra 7,2 milhões de toneladas em 2022. Em 2024, as exportações do Vietnã podem diminuir devido à redução da demanda global e o retorno previsto da Índia no mercado mundial no segundo semestre do ano. Em janeiro, o Viet 5% foi negociado a US$ 652,00 por tonelada, contra US$ 661,00 por tonelada em dezembro. O Viet 25% marcou US$ 624,00 por tonelada, contra US$ 643,00 por tonelada, mas ainda acima de seu concorrente tailandês. No início de fevereiro, os preços continuam pressionados.
No Paquistão, os preços do arroz subiram de 4% a 6% e janeiro devido à forte demanda do Sudeste Asiático. Há interesse do arroz paquistanês por parte dos países africanos, devido às restrições da Índia. Em dezembro, as exportações mensais do Paquistão dispararam para 850.000 toneladas. Tradicionalmente, as exportações paquistanesas aumentam durante o último trimestre do ano, mas em 2023 foram três vezes maiores do que em 2022. No total, as exportações atingiram 4,5 milhões de toneladas em 2023, contra 4,6 milhões de toneladas em 2022. Em 2024, o Paquistão pode exportar 5 milhões de toneladas graças a uma oferta de exportação mais abundante. Em janeiro, o Pak 25% foi negociado a US$ 551,00 por tonelada, contra US$ 519,00 por tonelada em dezembro. No início de fevereiro, os preços se mantêm estáveis, mas permanecem altos, a US$ 575,00 por tonelada.
Nos Estados Unidos, os preços do arroz permaneceram firmes em janeiro graças à demanda relativamente forte. Em janeiro, as exportações atingiram 330.000 toneladas contra 337.000 toneladas em dezembro, mas representando quase o dobro de janeiro de 2022. Em 2023, as exportações norte-americanas atingiram 2,7 milhões de toneladas contra 2,3 milhões de toneladas em 2022, aumento de 17%. O México foi novamente o principal cliente, respondendo por 23% das exportações dos Estados Unidos. O preço indicativo do arroz Long Grain 2/4 atingiu US$ 748,00 por tonelada em janeiro, contra US$ 745,00 por tonelada anteriormente. No início de fevereiro, o preço se mantém estável. Fonte: Informativo Mensal do Mercado Mundial de Arroz - CIRAD. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.