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14/Feb/2024

Comércio mundial de arroz deverá recuar em 2024

De acordo com as últimas estimativas da FAO, a produção mundial de arroz em 2023 avançou apenas 0,6%, para 790,0 milhões de toneladas (524,6 milhões de toneladas base beneficiado), contra 785,5 milhões de toneladas em 2022. No Paquistão, a produção aumentou 30%, retornando ao nível de 2021. Isso compensa parcialmente as reduções na Índia, Tailândia e China. Nos Estados Unidos, após uma safra decepcionante em 2022, a produção marcou uma forte recuperação de 37%, retornado ao nível de 2021. Em contraste, a produção no Mercosul diminuiu novamente devido às más condições climáticas. O comércio mundial de arroz em 2023 recuou 6%, para 52,7 milhões de toneladas, contra 56,1 milhões de toneladas anteriormente.

Essa queda se deve principalmente à redução das importações chinesas, mas também ao aumento da produção em algumas regiões deficitárias, principalmente na África, no Oriente Médio e no sul da Ásia. Além disso, a decisão da Índia de proibir as exportações de arroz não-basmati (um quarto das exportações indianas e 11% das exportações mundiais) contribuiu para acentuar a queda no comércio mundial. O forte aumento nos preços mundiais, causado em grande parte por essas restrições, forçou alguns países importadores a adiar e/ou reduzir suas procuras de importação.

No entanto, parte da redução das exportações indianas foi compensada pela Tailândia e pelo Vietnã, que aumentaram significativamente suas vendas externas em 15% em 2023. Em contraste, as exportações de arroz da Índia, em todas as categorias agregadas, caíram 20%. As primeiras projeções para 2024 apontam para uma nova contração do comércio mundial de 2%, para 52,0 milhões de toneladas. Os estoques mundiais de arroz terminando em 2023 permaneceram relativamente estáveis em 196,7 milhões de toneladas, contra 196,9 milhões de toneladas em 2022, representando 38% das necessidades de consumo mundial, 3% acima da média dos últimos cinco anos.

Em 2023, as reservas da China recuaram novamente para compensar a estagnação da produção e a redução das importações. Entretanto, os estoques chineses continuam abundantes, correspondendo a 70% do consumo doméstico anual e 50% dos estoques mundiais. Na Índia, os estoques aumentaram 4%, em grande parte devido às restrições à exportação. Os estoques dos principais países exportadores atingiram 57,5 milhões de toneladas em 2023, equivalentes a 30% dos estoques mundiais. Em 2024, espera-se que os estoques mundiais aumentem 1%, atualmente estimados em 198,8 milhões de toneladas. Fonte: Informativo Mensal do Mercado Mundial de Arroz - CIRAD. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.