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15/Jan/2024

Preços globais do arroz no maior nível em 15 anos

Em dezembro, os preços mundiais do arroz subiram em média 4,5%, atingindo os máximos valores em 15 anos, com um aumento de 40% em relação a janeiro de 2023. A demanda do Sudeste Asiático permaneceu firme e os suprimentos exportáveis continuam relativamente apertados até meados de fevereiro. O aumento dos preços mundiais durante a maior parte de 2023 deveu-se em parte ao equilíbrio precário entre a produção global e as necessidades de consumo. O fenômeno climático El Niño, marcando períodos de seca, afetou as principais regiões produtoras e a oferta global ficou mais restrita, especialmente nos países exportadores que enfrentam pressões inflacionárias internas. A Índia continua a restringir as exportações de arroz branco e mantém uma taxa de 20% sobre as exportações de arroz parboilizado. Essas medidas restritivas devem permanecer em vigor pelo menos até o final do primeiro semestre de 2024.

De acordo com as últimas previsões, a situação alimentar global permanecerá frágil como resultado do fenômeno El Niño, que pode durar até o final do primeiro semestre de 2024. Os preços mundiais também permanecerão altos e há o risco de que os suprimentos exportáveis sejam menos abundantes, especialmente na Ásia. Nessas condições, prevê-se uma contração no comércio mundial, apesar da forte demanda de importação da China, Indonésia, Filipinas e Malásia. Do lado dos exportadores, a provável redução adicional nas exportações da Índia não beneficiará a Tailândia e o Vietnã, devido os menores suprimentos de exportação. Em contraste, o Paquistão vai se beneficiar plenamente para acrescentar as exportações graças ao forte crescimento da produção em 2023. Da mesma forma, a perspectiva de exportação dos Estados Unidos é favorável, graças à recuperação significativa na produção de arroz.

Na Índia, os preços do arroz parboilizado subiram 2% em dezembro, mas continuam sendo os mais competitivos do mercado, apesar da taxa de exportação de 20%, que deve permanecer em vigor até o final de março de 2024. A demanda de importação de arroz parboilizado continua forte, especialmente dos países da África Oriental e do Oriente Médio. Além disso, desde o anúncio da proibição das vendas de arroz branco não-basmati em julho de 2023, cerca de 3 milhões de toneladas foram exportadas. Os países da África têm sido os principais beneficiários das isenções concedidas pelo governo indiano. Essas vendas não afetam muito os estoques que a Índia vem acumulando, os quais apresentam 15 milhões de toneladas a mais que no início de 2023. Isto tende a aumentar o risco de danos pós-colheita, e parte deles pode acabar na produção de etanol. Em dezembro, o arroz parboilizado indiano atingiu US$ 513,00 por tonelada FOB, contra US$ 503,00 por tonelada anteriormente. No início de janeiro, os preços se mantêm estáveis.

Na Tailândia, os preços subiram 10% em dezembro em decorrência da forte demanda externa, em reação às restrições da Índia. A demanda das Filipinas e da Indonésia foi particularmente forte, bem como dos países africanos, principalmente da Nigéria e da África do Sul. Em 2023, as exportações tailandesas aumentaram 15% para 8,8 milhões de tonelada, contra 7,7 milhões de toneladas em 2022. Em dezembro, o preço do arroz tailandês Thai 100%B esteve cotado na média de US$ 655,00 por tonelada contra US$ 596,00 por tonelada em novembro. O arroz parboilizado subiu 9% para US$ 631,00 por tonelada, contra US$ 580,00 por tonelada. O arroz quebrado A1 Super aumentou um pouco menos, US$ 489,00 por tonelada, contra US$ 476,00 por tonelada em novembro. No início de janeiro, os preços apresentam tendências baixistas devido a uma certa moderação das atividades comerciais.

No Vietnã, ao contrário de seus concorrentes, os preços de exportação permaneceram relativamente estáveis em dezembro e continuam sendo os mais altos do mercado devido aos limitados suprimentos de exportação e à falta de novos contratos importantes. No entanto, as exportações do Vietnã também se beneficiaram das restrições indianas e aumentaram 15% para 8,3 milhões de toneladas, contra 7,2 milhões de toneladas em 2022, ultrapassando a faixa de 8 milhões de toneladas pela primeira vez. No entanto, as exportações vietnamitas podem cair em 2024 como resultado da contração da demanda global e do provável retorno da Índia ao mercado internacional, no segmento de arroz branco, no segundo semestre do ano. Em dezembro, o Viet 5% foi negociado a US$ 661,00 por tonelada, contra US$ 659,00 por tonelada em novembro. O Viet 25% esteve cotado a US$ 643,00 por tonelada, contra US$ 645,00 por tonelada em novembro. No início de janeiro, os preços se mantêm estáveis.

No Paquistão, os preços do arroz subiram 4% em dezembro devido à forte demanda do Sudeste Asiático. Os países da África também mostram interesse no arroz paquistanês, para compensar as restrições indianas. Em novembro, as exportações mensais do Paquistão atingiram um recorde de 666.000 toneladas, e espera-se que ultrapassem as 600.000 toneladas em dezembro. Em 2023, as exportações do Paquistão atingiram 4,3 milhões de toneladas, mas ainda 6% abaixo de 2022. Para 2024, as perspectivas de exportação são boas, com uma previsão de 5 milhões de toneladas. Em dezembro, o Pak 25% foi negociado em uma média de US$ 519,00 por tonelada, contra US$ 499,00 por tonelada em novembro. No início de janeiro, os preços registram um aumento significativo para US$ 550,00 por tonelada.

Nos Estados Unidos, os preços do arroz caíram 1% em dezembro, devido à oferta abundante graças ao aumento na produção de 37% em relação a 2022. Em dezembro, as exportações aumentaram para 345.000 toneladas contra 245.000 toneladas em novembro, totalizando 2,7 milhões de toneladas contra 2,3 milhões de toneladas em 2022, aumento de 17%. O México foi novamente o principal cliente, respondendo por 23% das exportações dos Estados Unidos. O preço indicativo do arroz Long Grain 2/4 atingiu US$ 745,00 por tonelada em dezembro, contra US$ 753,00 por tonelada anteriormente. No início de janeiro, os preços se mantêm estáveis. Fonte: Informativo Mensal do Mercado Mundial de Arroz - CIRAD. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.