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13/Dec/2023

Tendência de alta para os preços globais do arroz

Em novembro, os preços mundiais do arroz subiram em média 2%, após da reativação da demanda do Sudeste Asiático, especialmente da Indonésia e das Filipinas, bem como dos países da África. Apesar da chegada das safras asiáticas ao mercado, os preços de exportação tendem a subir desde meados de novembro, em parte devido à redução da oferta do Vietnã, onde os preços são os mais altos do mercado. Além disso, as restrições de exportação da Índia continuam pesando sobre os preços mundiais, apesar do anúncio de algumas exceções, principalmente com países africanos. No início de dezembro, os preços mundiais já acusavam uma alta de 4% em relação a novembro. A oferta global de arroz deve ficar mais apertada ao longo do ano de 2024 e os preços mundiais mais firmes após a provável extensão das restrições da Índia, pelo menos até o final do primeiro semestre de 2024. Além disso, o fenômeno climático El Niño deve atingir as safras da Ásia. Nos últimos doze meses, os preços mundiais já aumentaram quase 40%, e alguns analistas não veem uma queda significativa antes de 2025. De fato, o equilíbrio entre produção e consumo continua precário, apesar da recuperação da produção mundial em 2023/2024.

Na Índia, os preços do arroz parboilizado caíram mais 2% em novembro por causa da chegada da nova safra ao mercado. A alíquota de 20% sobre as exportações do arroz parboilizado será prorrogado até o final de março de 2024. No entanto, os contratos estão aumentando, principalmente para África Oriental e Oriente Médio, devido aos fortes aumentos de preços dos concorrentes asiáticos. Além disso, o governo indiano está abrindo novas isenções de exportação para o arroz branco não-basmati. Os beneficiados incluem principalmente países da África, como Senegal, Mali e Gâmbia, Madagascar e Quênia. A essas isenções se somam às já anunciadas em outubro para Guiné, Costa do Marfim e Camarões. Assim, mais de 1 milhões de toneladas seriam destinadas aos países africanos, de um total de 2 milhões de toneladas previstas via acordo governamental. Entretanto, as isenções têm pouco impacto sobre os estoques já acumulados da Índia. O acúmulo de estoques públicos, mais de 15 milhões de toneladas a mais que no início de 2023, tende a aumentar o risco de danos pós-colheita, e parte deles pode acabar na produção de etanol. Em novembro, o arroz parboilizado indiano atingiu US$ 503,00 por tonelada FOB, contra US$ 511,00 por tonelada anteriormente. No início de dezembro, o preço se mantém estável em US$ 505,00 por tonelada.

Na Tailândia, os preços caíram levemente em relação a outubro, mas recuperando-se significativamente desde meados de novembro, com alta de 6% em apenas alguns dias devido à forte demanda, especialmente das Filipinas, que tradicionalmente importa arroz do Vietnã. Espera-se que as Filipinas importem mais 1 milhão de toneladas antes do final do ano. Além dessa demanda, há interesse significativo da Indonésia, Nigéria, África do Sul e Malásia. Nos primeiros onze meses do ano, as exportações tailandesas totalizaram 8 milhões de toneladas, 15% a mais do que em 2022. No total, as exportações podem atingir 8,8 milhões de toneladas, contra 7,7 milhões de toneladas em 2022. Em novembro, o preço do arroz tailandês Thai 100%B teve média de US$ 596,00 por tonelada, contra US$ 593,00 por tonelada em outubro. No início de dezembro, o preço é de US$ 640,00 por tonelada. O arroz tailandês parboilizado permaneceu estável em US$ 580,00 por tonelada em novembro, mas subindo para US$ 620,00 por tonelada no início de dezembro. O arroz quebrado A1 Super subiu 4%, para US$ 476,00 por tonelada, contra US$ 460,00 por tonelada, permanecendo relativamente estável desde o final de novembro.

No Vietnã, os preços de exportação aumentaram 4%, por causa dos suprimentos limitados e da forte demanda externa, especialmente das Filipinas. Os preços atingiram seu nível mais alto em uma década. Mas, ao mesmo tempo, as exportações continuam avançando, atingindo 7,8 milhões de toneladas nos primeiros onze meses do ano, 17% a mais do que em 2022. O país pode exportar 8,5 milhões de toneladas em 2023, contra 7,2 milhões de toneladas em 2022. Em novembro, o Viet 5% foi negociado a US$ 659,00 por tonelada, contra US$ 633,00 por tonelada em outubro. O Viet 25% esteve cotado a US$ 645,00 por tonelada em novembro, contra US$ 618,00 por tonelada em outubro. No início de dezembro, os preços estão estáveis.

No Paquistão, os preços do arroz subiram 2% em novembro, estimulados pela forte demanda das Filipinas. O Paquistão também está bem-posicionado para exportar para a Indonésia e a Malásia. Além disso, os países da África mostram interesse no arroz paquistanês para compensar as restrições indianas. Mas, a instabilidade cambial que o país vem enfrentando há meses está aumentando os riscos comerciais e limitando os negócios dos exportadores. Em novembro, o Pak 25% esteve cotado a US$ 499,00 por tonelada, contra US$ 491,00 por tonelada em outubro. No início de dezembro, os preços apresentam tendência de alta, para US$ 530,00 por tonelada.

Nos Estados Unidos, os preços de exportação se mantiveram estáveis na maior parte de novembro, mas começaram a cair no final do mês com a chegada da nova safra, que é 37% maior do que em 2022. As exportações aumentaram novamente em novembro para 245.000 toneladas, contra 215.000 toneladas em outubro, marcando um aumento de 10% em comparação ao ano passado na mesma época. O México é o maior cliente, respondendo por 23% das exportações dos Estados Unidos. O preço indicativo do arroz Long Grain 2/4 ficou estável no mês de novembro, a US$ 753,00 por tonelada. No início de dezembro, o preço registra avanço para US$ 745,00 por tonelada. Fonte: Informativo Mensal do Mercado Mundial de Arroz - CIRAD. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.