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08/Nov/2023

Varejo: Grupo Vestcasa aposta em clube de compras

Imagine um "Grande Bazar" do século 21. Sob um mesmo teto, há uma enorme diversidade de itens à venda: picanha, sorvete, vinho, taças, palmito, chocolates, produtos para pets, roupa de cama, entre muitos outros. E também artigos de segunda mão, como TVs, computadores, sofás, patinetes, carrinhos de bebê e até drones. No meio de um grande salão, uma empilhadeira apita, avisando aos clientes que se desloca com um novo lote de produtos. Na megaloja não tem piso de porcelana, ar-condicionado nem muitos vendedores, destaca Ahmad Yassin, CEO do Grupo Vestcasa. É a eficiência de atacarejo. O grupo, que começou 50 anos atrás como uma confecção de artigos de cama, mesa e banho, está se reinventando. Em 2008, foi para o varejo com pequenas lojas de fábrica, a fim de enfrentar a forte concorrência dos importados chineses. Agora, além de continuar crescendo com as lojas tradicionais, a varejista aposta em megalojas no formato de clube de compras para o público de menor renda. Também acaba de trazer um brechó de bens duráveis para dentro das megalojas.

Com cerca de 5 mil itens, o consumidor paga uma anuidade de R$ 70,00 para virar sócio. Em troca, tem descontos de até 70% em relação ao preço da concorrência. Comparado aos preços da própria loja, os sócios podem obter um abatimento de até 30% em relação aos não sócios. Não é preciso ser sócio para comprar, mas, neste caso, o diferencial de preço é menor. O plano da companhia para 2024 é inaugurar 100 pontos de venda, dos quais 25 megalojas com clube de compras e 75 lojas pequenas, no formato tradicional. Neste ano, serão 70 novas lojas, sendo que 50 já foram abertas. Do total previsto até dezembro, 9 são megalojas e 61 lojas de pequeno porte. No auge da expansão, a rede chegou a ter mais de 200 lojas de fábrica, 80% delas franquias. Elas estavam espalhadas pelos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Geras e Santa Catarina. Com a pandemia, houve um enxugamento. Nos últimos três anos, foram fechados 140 pontos de venda. Hoje, são 120 lojas em operação e, destas, 26 megalojas com clube de compras. Atualmente, as franquias representam apenas 15% do total.

O foco do crescimento é em lojas próprias e concentradas no estado de São Paulo. Por causa de margens apertadas, dificuldades de logística e até questões culturais, é difícil operar em diferentes Estados com competitividade. Para se tornar competitivo e eficiente, as redes têm de ser regionais. Quanto às franquias, a empresa não pretende deixar de operar nesse modelo, mas admite que a meta não é expandir. Há conflito entre o pensamento do franqueado e o da empresa. O desacordo ocorre porque a empresa está em constante mudança e nem sempre os franqueados estão dispostos a mudar também. A decisão de posicionar a varejista como um clube de compras com megalojas despojadas surgiu em agosto de 2020, com a abertura da primeira megaloja. Em uma viagem aos Estados Unidos, o empresário visitou a Costco, um clube de compras com lojas semelhantes a armazéns, que vendem mercadorias com preços muito baixos. E decidiu replicar esse modelo na sua empresa. Tudo que o pessoal precifica muito alto e não tem volume de compra, a Vestcasa compra grandes volumes e marca um preço mais baixo. O empresário afirma que a inspiração para mudança não veio do Sam's Club.

O verdadeiro clube de compras é a Costco, porque é democrática, atende da classe A à classe D. No Sam's só há pessoas das classes A e B. O empresário não admite o rótulo de clube de compras para as camadas de menor renda. Diz que as megalojas são frequentadas por consumidores de todos os perfis econômicos. No entanto, ressalta que o Brasil é um País de classe C. A Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC) avalia que o modelo de megaloja criada pela Vestcasa é totalmente novo. É uma combinação de coisas que já existem (atacarejo, clube de compras e loja de descontos) que juntas viram uma coisa nova. O grande desafio desse modelo de loja é convencer o consumidor a fazer a assinatura. Isto é, ter de pagar uma cifra anual para pode comprar com desconto. Uma das grandes dificuldades dos clubes do compras logo que começaram atuar no País foi exatamente essa. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.