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17/Oct/2023

Preços globais do arroz recuam após as fortes altas

Em setembro, os preços mundiais do arroz caíram 1,5% como resultado de um ajuste entre a oferta de exportação e a demanda mundial. No entanto, eles ainda estão 40% mais altos que em 2022, na mesma época, e 15% a mais que em junho passado, especialmente os preços da Tailândia e do Vietnã. Os preços tailandeses sofreram uma redução de 4% em um mês, enquanto os preços do Vietnã caíram apenas 1%. Em contraste, os preços do Paquistão continuaram a subir, em uma média de 4%. O arroz parboilizado indiano, o único arroz não-basmati negociado atualmente, subiu 10% em setembro relação a agosto. No início de outubro, os preços ainda estão caindo, depois de quase três meses de tensões após a interrupção parcial das exportações indianas de arroz não-basmati e a introdução de um imposto de exportação de 20% sobre o arroz parboilizado.

A queda nos preços mundiais se deve à oferta de exportação relativamente estável e à demanda global mais moderada em comparação ao ano passado. A incerteza sobre o que a Índia realmente venderá nos próximos meses torna os exportadores cautelosos, baixando seus preços para atrair novos clientes antes do retorno da Índia. Por sua vez, os importadores estão adiando suas compras, à espera de novos cortes de preços, mitigando assim as atividades comerciais. Além disso, países como as Filipinas impuseram tetos de preços ao consumo, o que tem impacto sobre os preços de exportação, especialmente no Vietnã, seu principal fornecedor. Na Ásia, as colheitas começaram agora e continuarão por vários meses, se desenvolvendo bem graças às condições climáticas favoráveis durante o período do plantio. No entanto, espera-se que o fenômeno climático El Niño afete as colheitas em 2024.

Na Índia, os preços do arroz parboilizado subiram 10% em setembro. A proibição das exportações de arroz branco não-basmati continua em vigor. Há algumas exceções, mas para volumes relativamente pequenos. As autoridades indianas estão aplicando uma taxa de exportação de 20% sobre as exportações de arroz parboilizado. Mas, muitos países importadores não estão dispostos a pagá-la ou esperam que seja suspensa em ainda outubro. Para reavivar as vendas de arroz basmati, o governo anunciou uma redução no preço mínimo de exportação para US$ 850,00 por tonelada, contra US$ 1.200,00 por tonelada anteriormente. O plantio da safra Kharif (85% da produção total da Índia) progrediu, beneficiando-se das boas chuvas de setembro. De acordo com as últimas previsões, a safra Kharif pode aumentar em 3,7% e atingir um nível recorde de quase 120 milhões de toneladas. Em setembro, o arroz parboilizado atingiu uma média de US$ 528,00 por tonelada FOB, contra US$ 494,00 por tonelada. No início de outubro, o preço registra média de US$ 515,00 por tonelada.

Na Tailândia, os preços caíram 4% em um mês, com exceção do arroz quebrado, que caiu apenas 1,5%. Apesar da forte demanda externa, especialmente da Indonésia, das Filipinas e dos países da África, a oferta continua satisfatória. A nova desvalorização do bath em relação ao dólar também contribuiu para a queda nos preços de exportação. Contudo, os preços continuam 45% mais altos que no ano passado na mesma época. Nos primeiros nove meses do ano, as exportações tailandesas totalizaram mais de 6 milhões de toneladas, 10% a mais que em 2022. As exportações podem atingir 8,5 milhões de toneladas em 2023, contra 7,7 milhões de toneladas em 2022. Em setembro, o preço médio do arroz Thai 100%B atingiu US$ 629,00 por tonelada, contra US$ 553,00 por tonelada em agosto. O arroz parboilizado caiu para US$ 614,00 por tonelada em setembro, contra US$ 638,00 por tonelada em agosto. O arroz quebrado A1 Super caiu para US$ 468,00 por tonelada, contra US$ 474,00 por tonelada em agosto. No início de outubro, os preços continuam fracos à medida que a nova safra começa a chegar ao mercado.

No Vietnã, os preços de exportação caíram 1% em setembro, mas ainda estão 55% mais altos que em setembro de 2022. As exportações tendem a aumentar, inclusive no segmento de arroz parboilizado. Os compradores estão resistentes em pagar a taxa de 20% sobre o arroz parboilizado indiano. Nos primeiros nove meses do ano, as exportações do Vietnã atingiram 6,6 milhões de toneladas, 24% a mais que em 2022. O país pode exportar cerca de 8,4 milhões de milhões de toneladas em 2023, contra 7,2 milhões de toneladas em 2022. Em setembro, o arroz Viet 5% foi negociado a US$ 625,00 por tonelada, contra US$ 633,00 por tonelada em agosto. O Viet 25% marcou US$ 610,00 por tonelada, contra US$ 615,00 por tonelada em agosto.

No Paquistão, os preços do arroz permaneceram firmes em setembro, com aumento médio de 4%. No entanto, desde o final de setembro, os preços estão com tendência de queda, como resultado da nova oferta exportável após a recuperação da produção, que deve aumentar 30% em comparação com a desastrosa safra 2022. Como no Vietnã, o Paquistão está baixando seus preços para atrair clientes e assinar novos contratos antes que a Índia retome as exportações. O Paquistão espera tirar proveito do alto preço mínimo do arroz basmati indiano, um preço que as autoridades indianas precisaram baixar para reavivar as exportações. Em setembro, o Pak 25% esteve cotado a US$ 538,00 por tonelada, contra US$ 520,00 por tonelada em agosto. No início de outubro, o preço está em US$ 495,00 por tonelada.

Nos Estados Unidos, os preços do arroz subiram em relação a agosto. O aumento dos preços asiáticos começa a impactar os preços do Hemisfério Ocidental, como resultado de uma nova perspectiva exportações. Em setembro, as exportações norte-americanas subiram para 182.000 toneladas, contra 147.000 toneladas em agosto, leve avanço de 1,5% em relação ao ano passado na mesma época. O preço indicativo do arroz Long Grain 2/4 subiu 3% em setembro, para US$ 746,00 por tonelada, contra US$ 725,00 por tonelada em agosto. No início de outubro, os preços futuros estão em torno de US$ 347,00 por tonelada. Fonte: Informativo Mensal do Mercado Mundial de Arroz - CIRAD. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.