28/Sep/2023

Sétima maior rede de supermercados do País, com faturamento de R$ 11,2 bilhões em 2022, o Grupo Pereira, de Santa Catarina, inaugurou nesta quarta-feira (27/09), a primeira loja de sua bandeira de atacarejo, a Fort Atacadista, em Santos (SP), em um ponto onde antes funcionava o Makro Atacadista. A meta a curto prazo, provavelmente já em 2024, é chegar à cidade de São Paulo com uma loja de atacarejo nas imediações da Marginal do Tietê. A estreia da rede na capital paulista depende de encontrar um ponto comercial adequado, o que é o principal desafio do momento. A empresa, que já tem uma loja Fort em Jundiaí (SP), inaugurada em 2022, está acostumada com a concorrência dos gigantes nacionais do setor e dos varejistas regionais paulistas. Tanto que já atua com o atacado tradicional no estado de São Paulo. Além do formato de lojas de atacarejo da Fort, o Grupo Pereira opera com as bandeiras Comper, de supermercados, e Bate Forte, de atacado.

E, nesta quarta-feira (27/09), também inaugurou sua segunda loja da Fort no Rio Grande do Sul, em Viamão. Fundado em 1962 pelo casal de agricultores Ignácio e Hiltrudes Pereira, que começaram vendendo secos e molhados com uma carroça, depois evoluíram para um caminhão e, posteriormente, para uma loja física de supermercado, o Grupo Pereira tem sua sede em Campo Grande, Mato Grosso do Sul. Com as duas novas lojas inauguradas nesta quarta-feira (27/09), o grupo chega a 111 pontos de venda, dos quais metade de atacarejo, que responde por 70% da receita atual da companhia. O restante está pulverizado entre supermercados, o atacado tradicional, varejo farmacêutico, postos de gasolina, serviços de logística, agência de viagem e crédito oferecido por meio do cartão próprio. A rede está hoje em seis Estados: Santa Catarina, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Rio Grande do Sul e São Paulo, e no Distrito Federal.

Segundo a Mixxer Desenvolvimento Empresarial, esse ‘zigue-zague’ na ocupação de mercados reflete um movimento que vem se intensificando entre grupos regionais de varejo. Eles ganharam musculatura em sua região de origem e se expandiram territorialmente para outros Estados, com vários formatos de loja. Esses grupos regionais são antenados com o que está acontecendo no mercado. Vinte anos atrás, quem liderava esses processos de expansão eram as gigantes nacionais, como Carrefour e GPA. Hoje, contudo, são as redes regionais. Elas se profissionalizaram, cresceram e se tornaram mais relevantes não só no mercado, mas também para os fornecedores. Entre os expoentes dessa tendência, está o Grupo Mateus, forte nas Regiões Norte e Nordeste, que abriu capital na B3 em 2021; a rede Savegnago, líder no interior de São Paulo; e o Grupo Pereira. Sobre se modelo de atacarejo poderia estar próximo do esgotamento por causa da desaceleração da inflação, o Grupo Pereira admite que deflação é um desafio para os varejistas.

Mas, por ter uma cesta bem variada de produtos, consegue manter o ritmo de crescimento. Além disso, as lojas de atacarejo da companhia, por estarem voltadas mais ao consumidor final, equipadas com padaria, açougue e uma boa área de frutas, verduras e legumes, seriam mais resilientes em tempos de concorrência acirrada e inflação em baixa. Nos últimos cinco anos, o grupo dobrou de tamanho e projeta repetir esse desempenho entre 2023 e 2027, inaugurando mais lojas nos Estados onde já está e sem precisar abrir o capital. Neste ano, os investimentos devem somar R$ 660 milhões, parte dos recursos para a abertura de dez novas lojas. O grupo cresceu entre 20% e 25% ao ano e não teve nenhum grande salto. Sobre a possibilidade de abrir capital, não está descartada, futuramente. Mas, o grupo está pronto para isso: já é 100% auditado, tem um conselho consultivo nos moldes de um conselho de administração e um estatuto social compatível com o de empresa de capital aberto. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.