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22/Jun/2023

RS: estiagem e insumos afetam margens do produtor

Levantamento de custo de produção agrícola no Rio Grande do Sul mostrou margens apertadas para as culturas de soja, milho, trigo e arroz na safra 2022/2023, considerando a seca de variados níveis que atingiu os municípios visitados. O dado faz parte do Programa Campo Futuro, da Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul), da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP. A coleta de dados ocorreu de 29 de maio a 2 de junho nos municípios de Carazinho, Cruz Alta, Tupanciretã, Uruguaiana, Bagé e Camaquã. A produtividade média da soja variou de 18 sacas de 60 Kg por hectare, em Bagé, até 37 sacas de 60 Kg por hectare em Camaquã e Carazinho.

De forma geral, a expectativa de colheita era de cerca de 60 sacas de 60 Kg por hectare. Em relação ao arroz, a produtividade esperada de 180 sacos de 50 Kg por hectare não foi atingida em Uruguaiana, que colheu 160 sacos de 50 Kg por hectare. O trigo surpreendeu os produtores de Carazinho e Cruz Alta, que colheram safras recordes. Os insumos pesaram nos custos de produção, principalmente, fertilizantes e herbicidas. Em Carazinho, os fertilizantes para o milho subiram 68% e os herbicidas para a soja, 146%. O aumento dos custos, em algumas regiões, chegou a 30%, em média. Os resultados desta safra 2022/2023 foram mais difíceis em termos financeiros do que a SAFRA anterior. Embora em termos de produção, da quebra de safra, esta não foi tão grande quanto a anterior, ela se espalhou mais, foi bem mais uniforme. Não teve uma região que foi atingida e outras não sofreram nada. Foi bem ampla. Todas as regiões tiveram quebras significativas.

Em relação ao trigo, o ano foi singular, sendo o melhor da série histórica, embora os custos estejam extremamente elevados. Nas regiões de Carazinho e Cruz Alta, a produtividade foi histórica. Foi um inverno muito frio e seco. A chuva que faltou no início da safra de verão foi o que ajudou o trigo no período de colheita. Em Carazinho, por exemplo, os produtores conseguiam cobrir os custos das lavouras de trigo e garantiram uma média de R$ 600,00 por hectare, "o que é muito considerável para a realidade do trigo. Em Cruz Alta, o negócio ficou bem mais apertado, mas, mesmo assim, sobrou cerca de R$ 100,00 de margem e em Tupanciretã, quebrou. Não pagou nem o custo operacional. As regiões em que o levantamento considera apenas uma cultura, como Bagé, com soja, e Uruguaiana, com arroz, a pressão em termos de caixa foi maior por não haver outra cultura para dar suporte. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.