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20/Out/2022

Preços globais do arroz devem permanecer firmes

Em setembro, os preços mundiais do arroz aumentaram, em média, 5%, após o anúncio das restrições nas exportações da Índia. Os incrementos variaram de acordo com as origens. Os preços da Índia e do Paquistão aumentaram significativamente, de 8 a 9%, enquanto os preços da Tailândia e do Vietnã subiram apenas 3%. Neste contexto de tenção nos preços e na oferta de exportação, o comércio mundial foi revisto para 53 milhões de toneladas em 2023, já 2 milhões de toneladas a menos do que a previsão anterior, contra 53,7 milhões de toneladas esperados em 2022. Esta diminuição leva em conta a redução prevista da produção da Índia e do Paquistão, bem como uma provável contração do consumo de arroz na China, o maior produtor, consumidor e importador do mundo.

No final de setembro, os preços mundiais estavam começando a se estabilizar, até diminuir. As autoridades indianas estão sob pressão do setor de exportação para relaxar as restrições. Por sua vez, a Tailândia e o Vietnã, embora vejam novas oportunidades na política indiana, preferem limitar os aumentos de preços, beneficiados em grande parte pela valorização do dólar, de modo a não desestimular os compradores e poder captar rapidamente os mercados temporariamente não abastecidos pela Índia enquanto as restrições à exportação permanecem em vigor. Portanto, a orientação dos preços mundiais nos próximos meses dependerá da evolução da política comercial da Índia. Enquanto isso, espera-se que os preços mundiais permaneçam firmes, apesar da chegada gradual da principal cultura asiática.

Na Índia, os preços do arroz subiram entre 8% e 9%, após a interrupção das exportações de arroz quebrado e a introdução de uma taxa de imposto de 20% sobre as exportações de outras categorias de arroz. Entretanto, o setor de exportação indiano obteve certas facilidades para liberar mercadorias já nos portos de embarque e para executar contratos assinados antes de 9 de setembro. Além disso, alguns países estão assinando contratos de importação de arroz indiano parboilizado, que não é afetado pelas novas medidas. Mesmo assim, há poucos contratos novos. Os compradores esperam mais clarificação na política de exportação da Índia. Os importadores mostram interesse nas ofertas da Tailândia e no Vietnã, cujas perspectivas de exportação foram reforçadas para o último trimestre deste ano e para 2023. Em setembro, o arroz indiano 5% esteve cotado a US$ 371,00 por tonelada FOB contra US$ 344,00 por tonelada em agosto. O arroz indiano 25% subiu 9% para US$ 360,00 por tonelada contra US$ 330,00 por tonelada. Neste mês de outubro, os preços estão recuando, mas ainda mais altos do que em agosto.

Na Tailândia, os preços aumentaram em média 3% em setembro, graças à reativação do mercado de exportação. As medidas indianas são uma vantagem para a Tailândia e o Vietnã, cujos preços eram pouco competitivos em comparação à Índia, limitando até agora as oportunidades de exportação. Os exportadores tailandeses estão oferecendo inclusive preços atrativos para captar novos mercados antes que a Índia reverta sua política de exportação. A Tailândia espera exportar entre 7,5 e 8 milhões de toneladas este ano, recuperando o segundo lugar do mundo à frente do Vietnã. O preço do arroz Thai 100%B atingiu US$ 436,00 por tonelada em setembro contra US$ 425,00 por tonelada em agosto. O arroz parboilizado subiu para US$ 436,00 por tonelada contra US$ 424,00 por tonelada. O quebrado A1 Super esteve cotado a US$ 375,00 por tonelada em setembro contra US$ 365,00 por tonelada em agosto. Neste mês de outubro, os preços estão recuando, devido à desvalorização do bath em relação ao dólar.

No Vietnã, os preços se recuperaram 3% em setembro, mas permanecem abaixo da média trimestral. Este aumento relativamente moderado, comparado com os preços da Índia e Paquistão, incentiva a reativação do mercado externo. As Filipinas e a Malásia apontam para novas necessidades de importação, sendo o Vietnã o principal fornecedor. Em setembro, as exportações do país, embora ter caído para 662.000 toneladas contra 727.000 toneladas anteriormente, tiveram avanço de 13% em relação a 2021 na mesma época. O Viet 5% foi negociado a US$ 409,00 por tonelada contra US$ 396,00 por tonelada em agosto. O Viet 25%, esteve cotado a US$ 390,00 por tonelada contra US$ 381,00 por tonelada. Neste mês de outubro, os preços permanecem firmes graças aos novos contratos de exportação.

No Paquistão, os preços do arroz aumentaram significativos 9% em setembro, devido à ruptura nas cadeias de abastecimento após as graves inundações no país. As previsões de produção foram revisadas para baixo, o que terá impacto nas exportações nos próximos meses. Em 2022, as exportações podem atingir 4,5 milhões de toneladas contra 4,9 milhões de toneladas inicialmente previstos. Entretanto, estas seriam 15% mais altas do que em 2021. Em setembro, o Pak 25% subiu para US$ 378,00 por tonelada contra US$ 352,00 por tonelada em agosto. Neste mês de outubro, a tendência é de queda nos preços.

Nos Estados Unidos, os preços do arroz aumentaram 1% no mês de setembro em um mercado pouco ativo. Apesar de um aumento das ventas externas para 155.000 toneladas, contra 127.000 toneladas em agosto, as exportações continuam fracas e podem cair 25% em comparação com 2021. Os Estados Unidos são afetados pela concorrência do Mercosul na América Central, especialmente no México, seu principal mercado, representando 25% de suas vendas externas. Para enfrentar a inflação, o México reduziu as tarifas de importação, facilitando a entrada do arroz da América do Sul. O preço indicativo do arroz casca Long Grain 2/4 subiu para US$ 686,00 por tonelada contra US$ 679,00 por tonelada em agosto. Neste mês de outubro, os preços permanecem firmes. Fonte: Informativo Mensal do Mercado Mundial de Arroz - CIRAD. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.