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19/Set/2022

Preços mundiais do arroz continuam pressionados

Em agosto, os preços mundiais do arroz recuaram 1,5% em média, influenciados principalmente pela queda dos preços do Vietnã e do Paquistão. Em contraste, os preços da Tailândia se fortaleceram em 2% graças à recuperação do bath em relação ao dólar. A demanda de importação foi geralmente moderada, exceto em Bangladesh, onde as necessidades de importação estão aumentando para suprir estoques e mitigar as pressões inflacionárias nos mercados domésticos. No final de agosto, o mercado mundial estava pressionado, o que foi agravado no início de setembro pelo anúncio da Índia de proibir as exportações de arroz quebrado, que representam 20% das exportações indianas de arroz, e de aplicar um imposto de 20% sobre todas as categorias de arroz, exceto arroz parboilizado e Basmati. Estas medidas têm como objetivo reduzir a pressão sobre os preços domésticos. No passado, tais restrições tiveram um forte impacto sobre os preços mundiais, como durante o primeiro semestre de 2008.

Entretanto, o contexto atual é muito diferente. Mais de três quartos das exportações mundiais previstas em 2022 já foram realizadas. Além disso, está iniciando o período de colheita principal na Ásia, que chegará progressivamente no mercado até meados de 2023. Isto deve relaxar a pressão sobre os suprimentos com aumentos relativamente moderados nos preços mundiais nos próximos meses. Além disso, não há certeza de que a Índia mantenha as medidas anunciadas devido à pressão do setor exportador indiano e dos países importadores que, em um contexto já inflacionário, estão pouco dispostos em pagar uma sobretaxa de 20% sobre o arroz indiano. Em meados de setembro, os mercados reagiram ao anúncio da Índia com aumentos de 3% em poucos dias, favorecendo os exportadores da Tailândia e do Vietnã que têm ainda ampla oferta de exportação graças ao aumento da produção.

Na Índia, os preços do arroz permaneceram estáveis em agosto, apesar da forte demanda de Bangladesh e das perspectivas de redução da produção de arroz. Apesar da oferta abundante, as autoridades indianas anunciaram a proibição das exportações de arroz quebrado e impõem uma taxa de exportação de 20% sobre outras categorias de arroz, exceto o arroz Basmati e o arroz parboilizado, o que pode incitar alguns compradores a preferir este último. Após este anúncio, os mercados asiáticos reagiram com um aumento médio de 3% em poucos dias. Se estas medidas forem mantidas, os preços mundiais devem permanecer firmes nos próximos meses, apesar da chegada gradual das colheitas principais na Ásia. Em agosto, o arroz indiano 5% esteve cotado a US$ 344,00 por tonelada FOB, estável em relação a julho. O arroz indiano 25% também ficou estável, a US$ 330,00 por tonelada. Neste mês de setembro, os preços estão subindo com força.

Na Tailândia, os preços avançaram 2% em agosto, devido à recuperação do bath em relação ao dólar. O mercado de exportação esteve calmo, mas as perspectivas são positivas, com exportações 57% maiores em relação ao ano anterior. A Tailândia espera exportar entre 7,5 e 8 milhões de toneladas em 2022, recuperando assim o segundo lugar no mundo à frente do Vietnã. O preço do arroz Tai 100%B atingiu US$ 425,00 por tonelada contra US$ 418,00 por tonelada em julho. O arroz parboilizado subiu para US$ 424,00 por tonelada contra US$ 420,00 por tonelada. O quebrado A1 Super caiu para US$ 365,00 por tonelada, contra US$ 394,00 por tonelada. Neste mês de setembro, os preços estão firmes, estimulados pela demanda do Oriente Médio e, sobretudo, após o anúncio das restrições à exportação na Índia.

No Vietnã, os preços de exportação caíram fortes 5% em agosto, devido à mitigação na demanda das Filipinas e da China, seus dois principais mercados. O Vietnã também sofre com a forte concorrência do Camboja, especialmente no mercado chinês. Após o anúncio das restrições às exportações indianas, o mercado de exportação do Vietnã começou a se recuperar com o retorno dos importadores. Espera-se também que as Filipinas retomem novos contratos. Por outro lado, o Vietnã continua sua política concentrada na qualidade do arroz, favorecendo os mercados mais exigentes do mundo em termos de padrões sanitários e organolépticos (Estados Unidos, União Europeia e Japão). O arroz aromático e glutinoso representa quase 60% das exportações vietnamitas. Em agosto, O Viet 5% foi negociado a US$ 396,00 por tonelada contra US$ 419,00 por tonelada em julho. O Viet 25% caiu para US$ 381,00 por tonelada contra US$ 403,00 por tonelada. Neste mês de setembro, os preços estão firmes.

No Paquistão, os preços do arroz caíram entre 3% e 4% em um mês devido à desvalorização da rupia em relação ao dólar. Os preços já diminuíram em 10% nos últimos três meses. Em condições normais, este declínio deveria continuar em setembro com a chegada da nova safra. Entretanto, as graves inundações que afetaram grande parte do país e o anúncio de novas medidas tarifárias pela Índia estão pesando sobre os preços. As exportações nos primeiros oito meses do ano avançaram 45% em relação a 2021. Em agosto, Pak 25% caiu para US$ 352,00 por tonelada contra US$ 364,00 por tonelada em julho. Neste mês de setembro, os preços estão firmes em US$ 375,00 por tonelada.

Nos Estados Unidos, os preços do arroz avançaram 1% no mês de agosto, em um mercado lento. Os novos suprimentos estão chegando ao mercado, mas serão menores após do novo declínio da produção em 2022. O preço indicativo do arroz Long Grain 2/4 subiu para US$ 679,00 por tonelada contra US$ 674,00 por tonelada em julho. Neste mês de setembro, o preço está mais firme, em US$ 685,00 por tonelada. Fonte: Informativo Mensal do Mercado Mundial de Arroz - CIRAD. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.