21/Jul/2022
Em junho, os preços mundiais do arroz avançaram, principalmente devido à forte recuperação dos preços do Paquistão estimulados pela demanda chinesa e pela redução da oferta exportável. Na Índia, apesar da queda da rupia em relação ao dólar, os preços de exportação permaneceram estáveis em um mercado pouco ativo. No Vietnã, os preços ficaram relativamente firmes, sofrendo para ganhar espaço nos mercados da África Ocidental onde a demanda mostra sinais de mitigação, à medida que os importadores
buscam suprimentos mais baratos.
No final de junho, os preços de exportação tendiam a cair devido à firmeza do dólar em relação às principais moedas asiáticas, a maioria das quais está em seu nível mais baixo em relação ao dólar. Neste mês de julho, os preços mundiais ainda estão fracos, exceto na Índia, onde se teme que a escassez de água tenha um impacto sobre a colheita principal. Entretanto, os rumores de uma possível restrição das exportações indianas são, até agora, completamente infundados. Na Tailândia, com a desvalorização do bath em relação ao dólar, as ofertas de exportação são mais competitivas. A chegada próxima da 2ª safra tailandesa também está pesando nos preços. O comércio mundial pode aumentar 3,8% em 2022, para 53,5 milhões de toneladas contra 51,5 milhões de toneladas em 2021.
Na Índia, os preços do arroz permaneceram estáveis em junho, apesar da desvalorização da rupia em relação ao dólar. A volatilidade se concentra ainda no mercado de frete, o que tende a mitigar as exportações. Somente o preço do arroz quebrado ficou firme devido à forte demanda da China e do Vietnã. As exportações indianas atingiram 11 milhões de toneladas nos primeiros seis meses do ano, embora ainda estejam 3% atrasadas ante 2021. Em junho, o arroz indiano 5% ficou estável em US$ 341,00 por tonelada FOB. O arroz indiano 25% subiu para US$ 326, ,00 por tonelada contra US$ 325,00 por tonelada em maio. Neste mês de julho, os preços estão mais firmes por causa de uma possível estagnação da produção de 2022.
Na Tailândia, os preços caíram em média 3% em junho, como resultado da desvalorização do bath em relação ao dólar. A moeda tailandesa está em seu nível mais baixo dos últimos 5 anos. A demanda africana é fraca, parcialmente compensada pela demanda de importação do Oriente Médio. A tendência baixista dos preços deve continuar, mas será limitada por causa do aumento nos custos de produção como resultado dos altos preços de fertilizantes e combustíveis. Em junho, as exportações aumentaram para 595.000 toneladas contra 450.000 toneladas em maio, com avanço de 50% em relação a 2021 na mesma época. O preço do arroz Thai 100%B atingiu US$ 439,00 por tonelada em junho contra US$ 454,00 por tonelada em maio. O arroz parboilizado caiu para US$ 436,00 por tonelada contra US$ 454,00 por tonelada em maio. O arroz quebrado A1 Super resistiu melhor, com queda de apenas 0,7%, a US$ 410,00 por tonelada em junho contra US$ 413,00 por tonelada anteriormente. Neste mês de julho, os preços continuam fracos à medida que a 2ª safra começa a chegar ao mercado.
No Vietnã, os preços de exportação aumentaram novamente em junho devido à forte demanda das Filipinas, seu principal mercado, que responde por quase 50% das exportações vietnamitas. As vendas para a África Ocidental também melhoraram, apesar da forte concorrência da Índia. Em contraste, as vendas para a China caíram. Em junho, as exportações atingiram 726.000 toneladas contra 710.000 toneladas em maio, avanço de 6,5% em relação ao ano passado na mesma época. O Viet 5% foi negociado a US$ 423,00 por tonelada em junho contra US$ 419,00 por tonelada em maio. O Viet 25% aumentou para US$ 405,00 por tonelada contra US$ 399,00 por tonelada. Neste mês de julho, os preços estão estáveis.
No Paquistão, os preços do arroz aumentaram significativamente 12% em junho. A demanda chinesa tem permanecido forte, enquanto a oferta de exportação tende a diminuir. A nova safra do país só começará a chegar em meados de setembro. Porém, no final de junho, os preços começaram a cair com força à medida que os importadores se distanciam do mercado paquistanês, favorecendo o arroz indiano, que é mais barato. Em junho, Pak 25% subiu para US$ 390,00 por tonelada contra US$ 349,00 por tonelada em maio. Neste mês de julho, os preços estão recuando.
Nos Estados Unidos, os preços do arroz subiram 3% no mês de junho, em um mercado mais ativo. A oferta exportável será menor este ano devido à perspectiva de redução da produção de arroz em 2022. Em dois anos, a produção norte-americana caiu 20%, como resultado da redução das áreas plantadas, substituídas por culturas mais rentáveis. Em junho, as exportações atingiram 242.000 toneladas contra 165.000 toneladas em maio, mas atraso de 11% em relação a 2021 na mesma época. O preço indicativo do arroz de Long Grain 2/4 aumentou para US$ 676,00 por tonelada em junho contra US$ 656,00 por tonelada em maio. Em meados de junho, o preço ainda estava firme em torno de US$ 685,00 por tonelada. Neste mês de julho, os preços estão enfraquecidos. Fonte: Informativo Mensal do Mercado Mundial de Arroz - CIRAD. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.