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18/Jul/2022

CAMIL divulga os resultados do 1º trimestre fiscal

A Camil Alimentos, multinacional de origem brasileira, obteve lucro líquido de R$ 96,8 milhões no primeiro trimestre fiscal de 2022, encerrado em maio deste ano. O resultado representa queda de 10,5% ante igual período do ano passado, quando a companhia registrou lucro de R$ 108,2 milhões. O lucro por ação também diminuiu 10,5% na comparação anual, para R$ 0,26. A companhia atua em arroz, feijão, café, açúcar, massas e pescados. A receita líquida aumentou 6,2%, de R$ 2,257 bilhões para R$ 2,397 bilhões no primeiro trimestre fiscal deste ano. No segmento alimentício Brasil, a receita aumentou 6,4%, para R$ 1,867 bilhão. O segmento alimentício internacional obteve receita líquida 5,2% maior para R$ 529,3 milhões. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) avançou 33% na mesma comparação, de R$ 183,9 milhões para R$ 244,6 milhões. A margem Ebitda subiu 2,1% do primeiro trimestre fiscal de 2021 para o primeiro trimestre fiscal deste ano, encerrando o período em 10,2%. Foi destacada a retomada pela companhia do patamar histórico de dois dígitos de margens.

O crescimento de rentabilidade é fruto do esforço contínuo da companhia de integrar com agilidade as quatro aquisições realizadas no último semestre, com expansão de novas categorias como massas e café no Brasil, e produtos saudáveis no Uruguai, assim como novos mercados com a aquisição do Equador. A alavancagem (relação entre dívida líquida e Ebitda) terminou o primeiro trimestre fiscal deste ano em 2,4 vezes ante 1,5 vez obtido em igual período do ano fiscal anterior. Os resultados desse trimestre mostram a força de crescimento com rentabilidade, agilidade em integração e bom desempenho das novas aquisições, além de reforçar o novo patamar de escala, representando o dobro do tamanho da Camil de cinco anos atrás quando abriu o capital. No período, a companhia investiu (Capex) R$ 28,6 milhões, 37% menos que no primeiro trimestre fiscal de 2021. Em volume de vendas, a Camil reportou crescimento de 6,8% no volume total vendido no primeiro trimestre fiscal deste ano em relação a igual período do ano passado, para 563,2 mil toneladas.

O crescimento de 43,7% no volume vendido no segmento internacional, para 172,2 mil toneladas, compensou o recuo de 4% no volume de vendas do Brasil, de 390,9 mil toneladas. O Brasil representa 65% do volume vendido pela companhia. No Brasil, o arroz lidera o volume de vendas da companhia, contribuindo com 34% do total. As vendas do grão em volume recuaram 9% na comparação anual, para 194,2 mil toneladas no primeiro trimestre fiscal de 2022, enquanto o preço líquido do produto recuou 5,1%, para R$ 3,45 por Kg. As vendas de feijão da Camil totalizaram 28,6 mil toneladas no período, avanço anual de 6,4%, enquanto o preço líquido subiu 17,4% para R$ 6,85 por Kg. Em grãos, no Brasil, os preços se sustentam em patamares elevados. Em açúcar, o preço líquido obtido foi 25,4% maior na comparação anual, para R$ 3,32 por Kg, enquanto o volume vendido da categoria recuou 14,8% para 134,4 mil toneladas.

O segmento de pescados mostrou aumento de 18,9% no preço líquido e queda de 30,6% no volume vendido, respectivamente para R$ 24,25 por Kg e 6,4 mil toneladas. O segmento de massas contribuiu com 25,3 mil toneladas vendidas com preço líquido de R$ 5,67 por Kg. O setor de café apresentou preço líquido de R$ 25,04 por Kg e 1,9 mil toneladas vendidas a partir do fim de março deste ano, quando a operação foi iniciada. Ambos não possuem base comparativa em relação ao primeiro trimestre fiscal do ano passado, porque são segmentos nos quais a empresa passou a atuar mais recentemente. No mercado internacional, o destaque foi o aumento de 52,4% no volume vendido no Uruguai na comparação do primeiro trimestre deste ano fiscal com o primeiro trimestre do ano fiscal passado, para 122,8 mil toneladas, que compensou a redução de volume vendido de 5,8% no Chile (21,5 mil toneladas) e 0,6% no Peru (16,4 mil toneladas). O Equador contribuiu com 11,6 mil toneladas vendidas, mas sem base comparativa pelo fato de que a operação da companhia no País se iniciou após o primeiro trimestre fiscal do ano passado.

O trimestre foi marcado pelo crescimento dos volumes do Uruguai e entrada no mercado equatoriano de arroz. Os resultados obtidos pela Camil no primeiro trimestre fiscal de 2022, encerrado em maio deste ano, foram positivos e satisfatórios, dado o atual cenário desafiador, com inflação em alta e queda do poder aquisitivo. O ponto principal de retorno dos 10% de margem veio das quatro aquisições feitas no ano passado, que ainda não foram totalmente contempladas pelo Ebitda. Já a queda no lucro líquido está atrelada ao aumento da taxa de juros no período, considerando que a companhia utilizou capital e alavancagem para as aquisições feitas no último ano. A queda de 4% no volume de vendas do Brasil no primeiro trimestre do ano fiscal de 2022 é atribuída à uma base comparativa muito forte, com uma nova onda de Covid-19 que gerou demanda adicional pelos produtos. Foi um primeiro trimestre atipicamente mais forte que o usual, e, por isso, se esperava que o volume deste trimestre fosse menor.

Mas, na comparação com o quarto trimestre do ano fiscal de 2021, há melhora no volume vendido, com crescimento de 7,8% nas vendas em volume no Brasil no primeiro trimestre fiscal de 2022 ante o quarto trimestre fiscal de 2021. Quanto ao incremento de 43,7% nos volumes vendidos no segmento internacional, que foi puxado por um avanço de 52,4% no volume vendido no Uruguai, o desempenho no país apresenta muita sazonalidade de pico de venda ou retração de venda em trimestres diferentes. No último trimestre, o comércio no Uruguai foi muito bom, mas há muita sazonalidade por questão de safras. O grande destaque da Camil no primeiro trimestre do ano fiscal de 2022 foi o fato de todas as quatro recentes aquisições feitas pela empresa ao longo do ano passado estarem em operação. No Equador, com arroz. Em massas, com a Santa Amália. No Uruguai, em alimentos saudáveis, com Silcom e em café, que ainda não se reflete o potencial completo nas operações, que é muito grande. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.