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14/Jun/2022

CARREFOUR investirá na conversão de lojas do BIG

O Carrefour Brasil vai investir R$ 2,1 bilhões na conversão de 124 lojas de um total de 374 unidades do Grupo Big como parte da integração entre as duas empresas. O trabalho será iniciado agora, e a conclusão está prevista para o fim de 2023. As informações constam em uma apresentação publicada na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) no domingo (12/06). As conversões foram definidas assim: 38 lojas do Maxxi Atacado, 28 do Big e 4 do TodoDia passarão a operar sob a marca Atacadão (do Grupo Carrefour). Outras 47 unidades do Big vão virar Carrefour e, por fim, 7 unidades do Big serão transformadas em Sam's Club. Esse processo acontecerá em dois formados, sendo que 35 lojas passarão por uma desmobilização, com fechamento por dois meses. Mas, outras 89 lojas não precisarão ser desmobilizadas por inteiro e serão fechadas por apenas três dias para as mudanças. Dos R$ 2,1 bilhões previstos com as conversões, R$ 1,9 bilhão virá de investimentos (capex) e R$ 200 milhões em despesas operacionais (opex).

Com a conversão das unidades, o grupo espera um aumento relevante na densidade das vendas. Hoje, os hipermercados da bandeira Big vendem R$ 13 mil por m², enquanto as lojas do Carrefour e Sam's Club chegam a R$ 23 mil por m², cada, e o Atacadão, R$ 35 mil por m². Há uma produtividade material a ser conquistada através da conversão de lojas. A apresentação destaca o Sam’s Club como um dos principais aceleradores do crescimento do novo grupo. A bandeira tem potencial para inauguração de 40 novas lojas nos próximos quatro anos. Esse potencial está principalmente na região metropolitana de São Paulo (SP) e Rio de Janeiro (RJ), seguido de capitais e cidades de grande e médio porte. O Sam’s Club já tem 43 lojas em operação e chegará a 50 após a conversão de sete unidades do Big durante o processo de integração entre as empresas. A rede conta com 2,1 milhões de sócios, dos quais 1,2 milhão de membros pagantes no momento. O negócio é voltado para o público de classes A e B, com maior poder aquisitivo.

Cada cliente do Sam’s Club gasta R$ 340,00 na sua cesta média enquanto no Carrefour esse gasto é de R$ 140,00. Os produtos importados respondem por 19% das vendas da rede, e os itens da marca própria contribuem com 15%, em um sinal de boa aceitação. O Carrefour reiterou que as sinergias previstas são de ao menos R$ 2,0 bilhões por ano até 2025, divididas da seguinte forma: R$ 700 milhões em receita, R$ 800 milhões de corte de custos com mercadorias, R$ 500 milhões em redução de despesas gerais e administrativas. Foram destacados os potenciais ganhos de eficiência em custos indiretos para a operação. Em 2021, a base de custos indiretos combinados de Carrefour e Big foi de R$ 7 bilhões. A previsão é de ganho de ao menos 3% nas seis maiores categorias mapeadas, como limpeza, seguros e planos de saúde. Neste último item, por exemplo, o custo médio mensal do plano por funcionário é de R$ 272,00 no Big versus R$ 215,00 no Carrefour.

A apresentação aponta ainda a perspectiva de melhoria do custo das mercadorias vendidas (CMV) com base em melhores termos e condições com fornecedores. A expectativa é de um impacto de aproximadamente 1% da base de custos, o que deve ser refletido no preço ou na rentabilidade do novo grupo combinado. Na parte logística, o novo grupo estima enxugar o total de centros de distribuição de 64 para 51. Nessa redução, dez galpões serão fechados (um do Atacadão, três da Maxxi, quatro do Carrefour e dois do Big) e outros dois (ambos da Maxxi) serão unificados. Há ainda um galpão que atende tanto a Maxxi quanto o Big. Os cortes nos centros de distribuição ocorrerão em Estados onde o grupo tem uma concentração mais elevada desses imóveis, como são os casos de São Paulo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, por exemplo. O Carrefour concluiu a aquisição do BIG na semana passada, quando assinou um novo acordo de acionistas. A operação foi fechada entre as partes em 2021 e recebeu aval do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) em maio de 2022.

A transação cria uma gigante no ramo do varejo de alimentos, com 936 lojas, R$ 93 bilhões em vendas líquidas e R$ 6,5 bilhões de Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado. É também o maior adquirente de suprimentos do setor, com R$ 75 bilhões em compras por ano junto a fornecedores. Estão previstos 18 meses para garantir uma integração de sucesso. Esse processo abrange conectar as áreas de tecnologia da informação, a cadeia de suprimentos, realizar as conversões de lojas e capturas de sinergias divulgadas. A operação foi fechada pelo preço de referência de R$ 7,5 bilhões, sendo 70% (R$ 5,3 bilhões) pagos em dinheiro e 30% via entrega de ações (116,8 milhões de ações). O novo grupo combinado tem o Carrefour SA como principal acionista, com 68% de participação, seguido por Península e Advent, com 7% e 4%, respectivamente. O grupo Walmart resta com 1%, e outras 20% das ações estão pulverizadas entre vários acionistas.

Com a aquisição do Grupo Big, a empresa tem hoje um comércio eletrônico que cobre 5 mil cidades e tem GMV (Volume Bruto de Mercadorias) de R$ 3,5 bilhões, o que representa 3,4% de penetração nas vendas da companhia. É o único player com capacidade de analisar dados em todos os canais de venda. Os dados da companhia são capazes de fornecer informações para a própria empresa e para a indústria. A força da companhia está exatamente da diversidade de formatos e, agora, o Sam's Club entra nessa estratégia, já que não havia uma bandeira parecida na companhia antes da compra do Big. Será possível monitorar o comportamento de mais de 80 milhões de tíquetes. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.