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24/Mai/2022

CAMIL ALIMENTOS mantém estratégia de expansão

Mesmo em ano de juros elevados, inflação em alta e arrefecimento da economia, a Camil Alimentos pretende seguir com a maioria de seus projetos de expansão. Os que necessitam grande volume de recursos estão sendo reavaliados e podem ser freados momentaneamente, mas os de menor aporte e aquisições de outras empresas, continuam. A expansão orgânica dentro das próprias plantas que praticamente independe de investimentos, vai continuar. Ela é muito mais dependente da venda e de captar valor no mercado. É um investimento pequeno com alocação de capital de giro por maior volume vendido. Neste ano, a companhia já tem aprovado aporte de R$ 20 milhões para ampliação da capacidade produtiva de café da fábrica de Varginha (MG), de 36 mil toneladas anuais para 60 mil toneladas anuais, e de R$ 150 milhões para uma nova termoelétrica em Cambaí (RS), onde será gerado energia renovável a partir de casca de arroz. A ampliação da fábrica de café deve ser concluída em meados de outubro e novembro deste ano e a conclusão da termoelétrica está prevista para julho de 2023.

Por outro lado, projetos que exigem grande volume de recursos tendem a ser postergados pela empresa. Em cenário de taxa de juros superior a 12%, custo de captação superior a 14%, é preciso avaliar custo de capital e taxa de retorno. De fato, a empresa está rediscutindo a intensidade e velocidade de alguns investimentos. Entre os projetos que podem ser repensados pela Camil está a construção de uma nova fábrica de arroz em Cambaí, na região de Itaqui (RS). A definição de execução do projeto neste ano será feita nos próximos meses. O projeto, se aprovado, é para 18 a 24 meses. Caso seja aprovado, a companhia vai aportar de R$ 100 milhões a R$ 150 milhões no projeto no ano fiscal de 2022, iniciado em março, e outros R$ 100 milhões a R$ 150 milhões no próximo ano. Já no crescimento inorgânico, por meio de fusões e aquisições, a Camil segue ativa. Fica menos atrativo fazer aquisição dado o custo elevado de capital, mas geralmente são nestes momentos que surgem algumas oportunidades.

Novos M&As compõem a estratégia da empresa de se consolidar como multinacional de alimentos tanto nos segmentos em que já atua quanto nos que possuem convergência com sua operação. Esses investimentos possibilitam à companhia operar em segmentos de margem de rentabilidade superior à média histórica da empresa, de 10% a 11%. À medida que faz investimentos em categorias com melhor perfil de rentabilidade, a tendência é elevar a rentabilidade média geral, juntamente com esforço de recuperar rentabilidade nos segmentos em que atua. A situação financeira da companhia permite novos aportes e operações de M&As. A empresa encerrou o ano fiscal de 2021 com alavancagem (relação entre dívida líquida e Ebitda) de 2 vezes, abaixo do limite considerado pela própria empresa de 3,5 vezes. Hoje, há capacidade financeira de fazer aquisições relevantes superior a R$ 1 bilhão. O nível de alavancagem tem espaço para atender compromissos e seguir a estratégia de crescimento. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.