14/Abr/2022

Em março, os preços mundiais do arroz tiveram uma alta média de 2%, motivados pelo aumento dos preços do arroz quebrado. A guerra na Ucrânia, que afeta os mercados de grãos, leva os importadores de milho e trigo a procurar arroz quebrado para ração animal. Este é o caso da China, o maior mercado do mundo para ração animal. A demanda por arroz quebrado também tende a aumentar nos mercados domésticos nos países exportadores asiáticos, como na Tailândia, deixando pouco espaço para a demanda externa. No entanto, os aumentos de preços do arroz permanecem relativamente moderados em comparação com os preços de outras commodities agrícolas e energéticas. Isto inclui as altas nos preços de insumos e fretes marítimos, já fortemente impactados pela pandemia de Covid-19. Entre os fatores no aumento moderado dos preços do arroz está a chegada gradual da 2ª safra na Ásia, que parece ser promissora graças às boas condições climáticas. As perspectivas de produção em 2022 são boas, principalmente nos grandes produtores asiáticos que podem ser menos afetados pelo aumento dos custos nos insumos. Em contraste, os países da África podem ser atingidos por um duplo golpe: alto custo nas importações e insumos para a produção local.

Na Índia, os preços do arroz permanecem estáveis, o que é um bom sinal do principal exportador mundial, que atingiu um recorde de vendas em 2021, representando 42% das exportações mundiais. A Índia também atende a forte demanda externa por arroz quebrado para ração animal. Além disso, a demanda doméstica por arroz pode aumentar se os consumidores reduzirem o consumo de trigo devido ao forte aumento dos preços. A Índia é o segundo maior consumidor de trigo depois da China. Portanto, os preços do arroz indiano podem subir no segundo semestre do ano. Em março, o arroz indiano 5% permaneceu estável em US$ 345,00 por tonelada FOB. O arroz indiano 25% também permaneceu estável a US$ 325,00 por tonelada. Neste início de abril, os preços apresentam tendência de queda por causa do aumento da oferta interna com a chegada da 2ª safra.

Na Tailândia, os preços subiram apenas 1% em março, exceto o arroz quebrado que aumentou 6% em um mês e atinge a mesma cotação que o Thai 25%. A demanda doméstica por arroz quebrado para ração animal também está aumentando, deixando pouco espaço para atender a demanda externa. O mercado de exportação está bastante ativo e os exportadores tailandeses esperam aumentar as vendas externas para 8 milhões de toneladas em 2022. Em março, o preço do arroz tailandês 100%B (menos de 5% quebrado) alcançou US$ 419,00 por tonelada contra US$ 415,00 por tonelada em fevereiro. O arroz parboilizado também subiu para US$ 414,00 por tonelada contra US$ 409,00 por tonelada. O quebrado A1 Super subiu para US$ 403,00 por tonelada contra US$ 381,00 por tonelada. Neste início de abril, os preços permanecem firmes.

No Vietnã, os preços de exportação tiveram uma alta de 5% em março devido à forte demanda da China e das Filipinas, seus principais clientes. Em 2022, as exportações do país devem permanecer estáveis em torno de 6,5 milhões de toneladas. A estratégia comercial do Vietnã consiste em fortalecer seus mercados asiáticos, que já respondem por mais de três quartos das vendas externas, e consolidar as exportações para a União Europeia, no âmbito do acordo de livre comércio, e com uma perspectiva global de exportar menos em volume, mas faturar mais em valor melhorando da qualidade do arroz exportado. Em março, o Viet 5% foi negociado a US$ 418,00 por tonelada contra US$ 399,00 por tonelada em fevereiro. O Viet25% também subiu para US$ 393,00 por tonelada contra US$ 378,00 por tonelada. Neste início de abril, os preços permanecem firmes.

No Paquistão, os preços do arroz diminuíram em média 1% em março e continuam em linha com os preços indianos. Em contraste, o arroz quebrado paquistanês aumentou 10% devido à forte demanda chinesa, superando ainda o preço do Pak 25%. Em março, Pak 25% foi negociado a US$ 326,00 por tonelada contra US$ 329,00 por tonelada em fevereiro. O arroz quebrado paquistanês subiu para US$ 348,00 por tonelada no final de março contra US$ 323,00 por tonelada um mês antes. Neste início de abril, os preços permanecem enfraquecidos.

Nos Estados Unidos, os preços do arroz subiram 2,3% em março em um mercado pouco ativo. A oferta exportável tende a diminuir com as perspectivas de queda na produção devido as altas de preços nos mercados mundiais de grãos e oleaginosas, o que poderia limitar novamente as áreas arrozeiras em 2022. Em março, as exportações atingiram 230.000 toneladas contra 300.000 toneladas em fevereiro. O preço indicativo do arroz Long Grain 2/4 subiu para US$ 620,00 por tonelada contra US$ 606,00 por tonelada em fevereiro. Neste início de abril, os preços se mantêm firme, subindo acentuadamente para US$ 655,00 por tonelada. Fonte: Informativo Mensal do Mercado Mundial de Arroz - CIRAD. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.