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17/Jan/2022

Camil: lucro líquido recua no 3º trimestre fiscal

A Camil Alimentos obteve lucro líquido de R$ 120,5 milhões no terceiro trimestre fiscal de 2021, encerrado em novembro do ano passado. O resultado representa queda de 6,9% ante igual período do ano passado, quando a companhia registrou lucro de R$ 129,5 milhões. O lucro por ação também diminuiu 6,9% na comparação anual, para R$ 0,33. A receita líquida aumentou 14%, de R$ 1,994 bilhão para R$ 2,273 bilhões no terceiro trimestre fiscal de 2021. No segmento alimentício Brasil, a receita aumentou 15,3% para R$ 1,663 bilhão. O segmento alimentício internacional obteve receita líquida 10,5% maior para R$ 610,5 milhões. Sobre os volumes de vendas, a companhia disse que o crescimento de 9,7% no segmento alimentício Brasil foi parcialmente compensado pela redução do volume internacional, de 14,6%. O volume total vendido no trimestre aumentou 1,4% em relação a igual período do ano anterior. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) caiu 15,3% na mesma comparação, de R$ 237 milhões para R$ 200,7 milhões.

A margem Ebitda cedeu 3,1 pontos porcentuais do terceiro trimestre fiscal de 2020 para terceiro trimestre fiscal de 2021, encerrando o período em 8,8%. A relação dívida líquida/Ebitda terminou o terceiro trimestre fiscal em 2,3 vezes ante 1,7 vez obtido em igual período do ano fiscal anterior. A Camil Alimentos espera uma melhor rentabilidade no segmento de massas neste primeiro semestre, após concluir a incorporação da Santa Amália, empresa de Minas Gerais que adquiriu no ano passado. A rentabilidade da Santa Amália está abaixo das demais categorias da Camil. A empresa foi incorporada em 31 de dezembro. Agora, está sendo possível capturar as sinergias comerciais, administrativas e de produção. Com a total incorporação, a rentabilidade tende a melhorar já no primeiro semestre. No terceiro trimestre fiscal de 2021, encerrado em novembro do ano passado, a companhia registrou vendas de 7,3 mil toneladas de massas com preço líquido médio de R$ 4,87 por Kg. O resultado considera, contudo, apenas um mês de operação do segmento sob a Camil, já que a operação foi concluída em novembro do ano passado. A performance foi satisfatória e empresa continua otimista na frente de massas.

A companhia prevê dois repasses de preço em massas, em virtude do aumento no valor pago pelo trigo. O primeiro será feito em fevereiro e o segundo deve ser realizado no primeiro semestre deste ano, sem data definida. De acordo com dados divulgados pela companhia, o preço médio do trigo atingiu R$ 1.601,90 por tonelada ao fim do terceiro trimestre fiscal do ano passado, alta anual de 25%. É uma questão semelhante para todos os players deste mercado, refletindo o aumento do trigo. Hoje, o aumento do volume de vendas da empresa no setor de massas é limitado pela capacidade produtiva da companhia, que estuda investimentos que precisam ser feitos para melhorar a estrutura e a capacidade. A queda de 6,8% no volume de açúcar vendido pela Camil no terceiro trimestre fiscal do ano passado reflete uma menor oferta da commodity. No período, a empresa vendeu 138,3 mil toneladas do produto no mercado interno. A queda nas vendas deve-se a um impacto no fornecimento do produto. No terceiro trimestre fiscal de 2021, encerrado em novembro do ano passado, o preço líquido de vendas do açúcar da Camil atingiu R$ 3,54 por Kg, alta anual de 58%.

O preço médio do produto alcançou R$ 147,54 por saca de 50 Kg, aumento de 54,5%. A empresa tem observado maior foco da concorrência no mercado nacional com empresas destinando maior volume ao mercado doméstico que ao internacional, o que gera maior competição local. Essa mudança de foco pode estar relacionada a questões como o elevado custo do frete marítimo internacional. A Camil espera uma redução nas vendas de sardinha no quarto trimestre fiscal de 2021, em virtude da oferta apertada do peixe. Observou-se impacto nas vendas no terceiro trimestre fiscal e deve haver um impacto maior no quarto trimestre fiscal. A restrição da oferta fará com que a empresa não consiga acompanhar o aumento sazonal da demanda, em período de Quaresma. No terceiro trimestre fiscal de 2021, encerrado em novembro do ano passado, as vendas de pescado da Camil no mercado interno recuaram 14,1% na comparação anual, para 7,2 mil toneladas. O preço líquido de venda do produto, contudo, aumentou 9,8%, para R$ 21,35 por Kg. A queda deve-se à restrição no suprimento de sardinhas.

A companhia trabalhou em diversas frentes e com novos fornecedores, como Marrocos, para amenizar o impacto. A empresa busca alternativas para compensar a queda nas vendas de sardinha, como o incremento na venda de atual e estímulo ao consumo do atum. Também está testando outros produtos, como cavalinha, buscando explorar alternativas para compensar a retração da sardinha. A Camil Alimentos espera rentabilidade com o café superior aos outros segmentos da companhia. A empresa entrou no setor no ano passado, com a aquisição das marcas Seleto, lançamento do Café União e compra da marca Café Bom Dia. A expectativa é que o café tenha margens melhores que em outros segmentos. A previsão é elevar as vendas de café no próximo ano. A expectativa é atingir vendas de 4 a 5 mil toneladas de café no médio prazo. As marcas ainda estão sendo incorporadas e a comercialização deverá iniciar em fevereiro e março. A empresa mantém otimismo com setor de café e espera aumentar volume de vendas de marcas adquiridas. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.