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14/Dez/2021

Pressão baixista sobre os preços globais do arroz

Em novembro, os preços mundiais do arroz desceram na maioria dos mercados de exportação, após a chegada progressiva das novas colheitas asiáticas. Os importadores também tendem a reduzir suas demandas de importação na época da colheita. Além disso, antecipam novas quedas de preços quando a maior parte da safra principal asiática comece a chegar ao mercado em meados de dezembro. A Índia continua a liderar o mercado de exportação graças à abundantes estoques e apontando também excelentes perspectivas para a safra Kharif. A Índia poderia alcançar um novo recorde de vendas em 2021, superando 20 milhões de toneladas, 40% do comércio mundial de arroz e três vezes mais do que seus dois principais concorrentes asiáticos. O Vietnã e a Tailândia disputam-se o segundo lugar mundial, mas com uma vantagem para o Vietnã, apesar de uma boa recuperação das exportações tailandesas desde agosto passado. As perspectivas globais indicam uma forte recuperação no consumo devido às boas colheitas nas principais regiões produtoras de arroz.

O comércio mundial deverá crescer 7,5% em 2021, para 49,0 milhões de toneladas, contra 45,6 milhões de toneladas em 2020. Na Índia, os preços do arroz caíram novamente em 3% sob pressão das novas safras. As atividades de exportação permanecem extremante ativas, com 1,6 milhão de toneladas por mês. Em novembro, o arroz indiano 5% quebrado atingiu US$ 357 a tonelada FOB contra US$ 368 em outubro. Em dezembro, os preços ainda seguem fracos. Na Tailândia, os preços caíram 1%. Em meados de novembro, os exportadores tiveram que ajustar seus preços após a valorização do bath tailandês em relação ao dólar e preços internos mais altos. Entretanto, a oferta abundante e as perspectivas de crescimento na produção tailandesa enfraquecem os preços de exportação. As mesmas perspectivas tendem a levar a previsões de vendas externas mais otimistas em 2022. Em novembro, as exportações mensais teriam ultrapassado 790.000 toneladas, contra 774.000 toneladas em outubro.

As exportações tailandesas cresceram 2,5% em relação ao mesmo período do ano passado, mas atingindo apenas 6,0 milhões de toneladas contra 5,7 milhões de toneladas em 2020. Em novembro, o preço médio do arroz tailandês 100%B atingiu US$ 390 a tonelada FOB, contra US$ 393 em outubro. O arroz parboilizado caiu para US$ 386 contra US$ 389 em outubro. Em dezembro, os preços seguem fracos devido a uma diminuição da demanda de importação e a uma depreciação do bath em relação ao dólar. No Vietnã, os preços de exportação diminuíram 1% devido à diminuição da demanda de importação de seus principais clientes, a China e sobretudo as Filipinas onde as importações serão extremamente limitadas durante o período de colheita. Em novembro, as exportações vietnamitas teriam atingido 563.000 toneladas, contra 622.000 toneladas em outubro, mas marcando um avanço de 6,5% em comparação com o ano anterior no mesmo periodo.

Ao ritmo atual, as exportações poderiam atingir 6,6 milhões de toneladas em 2021, 7% a mais do que em 2020. Em novembro, o Viet 5% desceu para US$ 427 a tonelada FOB, contra US$ 433 em outubro. No Paquistão, os preços do arroz valorizaram-se ligeiramente graças à demanda de importação mais ativa do Sudeste Asiático, especialmente da China, Malásia e Indonésia. Por outro lado, a falta de contêineres ainda limita as atividades comerciais à África Ocidental. Em novembro, as exportações paquistanesas atingiram 395.000 toneladas, contra 250.000 toneladas em outubro, 3% abaixo do mesmo período do ano passado. Em novembro, o Pak 25% atingiu US$ 338 a tonelada FOB, contra US$ 334 em outubro. Em dezembro, os preços seguem enfraquecidos. Na China, as importações continuam aumentando e podem exceder 4,5 milhões de toneladas em 2021. Para cobrir o déficit de produção em relação às necessidades de consumo, a China aproveita da abundante oferta de exportação de seus vizinhos asiáticos e de preços externos mais atrativos.

O Vietnã continua sendo seu principal fornecedor, mas tende a diversificar suas fontes de abastecimento a partir da Tailândia, Birmânia, Índia e Paquistão. Nos Estados Unidos, os preços do arroz se recuperaram em 1% em um mercado bastante ativo. Em novembro, as exportações subiram acentuadamente para 345.000 toneladas contra 205.000 toneladas em outubro, marcando um avanço de 7% em relação mesmo período do ano passado. Em novembro, o preço indicativo do arroz Long Grain 2/4 foi de US$ 586 a tonelada FOB contra US$ 581 em outubro. Em dezembro, o preço está firme. No Mercosul, o mercado externo foi pouco ativo em novembro. As exportações brasileiras caíram para 18.000 toneladas (base beneficiado) contra 98.000 toneladas em outubro, 45% abaixo do mesmo período de 2020. Entanto, no Uruguai, as exportações melhoraram para 77.000 toneladas contra 44.000 toneladas em outubro, mas ainda 35% abaixo do mesmo período do ano passado.

Na Argentina, as vendas externas também estão progredindo com um aumento de 10%. O preço indicativo do arroz em casca brasileiro caiu novamente em 10% para US$ 235 a tonelada. Em dezembro, o preço do arroz em casca ainda segue fraco, a US$ 221 a tonelada. Na África Subsaariana, os preços internos permanecem relativamente estáveis. As colheitas estão em andamento na maioria dos países da região da África Ocidental, mas seriam afetadas pelas más condições climáticas. Os mercados domésticos ainda recebem pouco arroz local e a demanda de importação está bastante ativa. Em 2021, as importações deverão atingir um volume recorde de 17,8 milhões de toneladas contra 15,6 milhões de toneladas no ano anterior, o que equivale a 37% das importações mundiais. Fonte: Informativo Mensal do Mercado de Arroz CIRAD. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.