29/Nov/2021
A previsão de consenso do IRI (International Research Institute for Climate Society) aumentou as chances de desenvolvimento de um novo evento La Niña para 78% no trimestre outubro-dezembro de 2021. Com relação à precipitação, o IRI prevê para o trimestre outubro-dezembro em torno de 70% de chance de que as precipitações no Rio Grande do Sul fiquem abaixo do volume normal. Da mesma forma, o modelo CFSv2 (Climate Forecast System, da NOAA-CPC) segue prevendo que os volumes mensais das precipitações em outubro, novembro e dezembro irão ficar abaixo dos valores da Normal Climatológica, sendo a pior situação, a do mês de novembro. O INMET (Instituto Nacional de Meteorologia) prevê que as precipitações fiquem dentro da Normal nas áreas próximas à fronteira com o Uruguai e abaixo da Normal nas outras regiões do Rio Grande do Sul, em outubro. Já a previsão total de precipitação neste mês deve ficar em torno de 160-200 mm na Fronteira Oeste e de 130-160 mm na Campanha e na Região Central. A região da Zona Sul deve ser a com menor acumulado, com o Extremo Sul com volumes abaixo de 60 mm.
Para novembro, o modelo mostra chuvas abaixo da Normal em todo o Estado, com volumes acumulados entre 100-130 mm na Fronteira Oeste, Campanha e Região Central do Rio Grande do Sul. Áreas da Zona Sul e Planícies Costeiras Interna e Externa devem ficar com volumes acumulados em 70-100 mm. Em dezembro, toda a Metade Sul do Estado ainda deverá ter precipitações abaixo da média. Os volumes acumulados na Fronteira Oeste, Campanha, Região Central e norte das Planícies deverão ficar entrem 80-130 mm (maior variação nos volumes previstos pelo modelo). Já as áreas mais ao Sul, a previsão é de acumulados entre 60-80 mm. Com a neutralidade em curso e a expectativa de uma La Niña, o que se pode dizer é que haverá irregularidade nas precipitações, ora chove mais em uma região, ora em outra. Além disso, poderá haver períodos maiores sem chuva e outros até com chuva mais volumosa.
A atenção que se deve ter agora é com os meses de outubro e novembro, já que há certo consenso dos modelos de que as precipitações irão diminuir. Esses dois meses são cruciais para os orizicultores fazerem a semeadura de suas áreas. Logo, é de suma importância o acompanhamento da previsão do tempo, de curto e médio prazo, para melhor manejar este processo inicial da lavoura. Para o período de dezembro em diante, é necessário ainda ter cautela e acompanhar as próximas atualizações da previsão climática, visto que a La Niña ainda não está instalada/configurada e alguns aspectos ainda podem mudar. Com relação aos reservatórios, a situação melhorou após as últimas chuvas do mês de setembro, que foram bastante intensas em alguns municípios. A primavera é marcada pela alternância de dias frios e dias mais quentes, devido ao período de transição entre o inverno e o verão. Com isso, é normal observar estas alterações que, às vezes, vêm acompanhadas de mudanças no tempo. Ou seja, os temporais mais intensos, com queda de granizo, vendavais e chuva intensa, são mais comuns de acontecerem nesta época do ano. Fonte: Jossana Ceolin Cera - meteorologista e consultora do Irga.