17/Nov/2021
Em outubro, os preços mundiais do arroz subiram, influenciados mais uma vez pelos preços vietnamitas que fortaleceram por causa da forte demanda interna e externa. Em contraste, os preços indianos continuaram caindo e as vendas externas se mantem fortes. A Índia está tentando reduzir parte de seus estoques antes da chegada da nova safra que será abundante. A demanda de importação, especialmente da África Ocidental, está ativa e poderia atingir volumes recordes em 2021. As perspectivas globais indicam uma forte recuperação no consumo devido às boas colheitas nas principais regiões produtoras de arroz. O comércio mundial deverá crescer 8% para 49,2 milhões de toneladas contra 45,5 milhões de toneladas em 2020. Com a chegada gradual da nova colheita asiática e estoques ainda altos, os preços de exportação devem em tendência baixista nas próximas semanas. Na Índia, os preços do arroz caíram 1%. Em outubro, a rupia indiana permanece fraca em relação ao dólar, mas tende a subir em novembro.
Esta contração adicional dos preços melhora ainda mais a competitividade da Índia e explica o forte interesse dos importadores pelo arroz indiano. As vendas indianas continuam num patamar de 1,5 milhão de toneladas por mês. As últimas previsões indicam um volume recorde de exportação de 17,5 milhões de toneladas em 2021, já mais de um terço das exportações mundiais. Em outubro, o arroz indiano com 5% de quebrados atingiu US$ 368 a tonelada FOB contra US$ 374 a tonelada em setembro. Em novembro, os preços seguem enfraquecidos. Na Tailândia, os preços se recuperaram em média 1%, mas com altas maiores para o arroz de baixa qualidade, apesar da pouca demanda de importação. O bath tailandês tende a se fortalecer, o que explica parte deste aumento. Por outro lado, as recentes inundações atrasam a colheita principal, que começará nas próximas semanas. As más condições climáticas reduzem as disponibilidades exportáveis. Em outubro, as exportações mensais atingiram 550.000 toneladas, contra 638.000 toneladas em setembro.
A demanda do Oriente Médio está ativa, mas não compensaria o atraso acumulado durante o primeiro semestre do ano. As exportações tailandesas ainda estão 5% abaixo do mesmo período do ano passado. No total, deverão atingir 5,5 milhões de toneladas, contra 5,7 milhões de toneladas em 2020. Este é o nível mais baixo desde 1997. Em outubro, o preço médio do arroz 100%B tailandês atingiu US$ 393 a tonelada, contra US$ 389 a tonelada em setembro. O arroz parboilizado ficou estável em US$ 389 a tonelada. Em novembro, os preços seguem fracos devido a uma diminuição da demanda de importação. No Vietnã, os preços de exportação subiram 6%. Nos últimos dois meses, os preços vietnamitas subiram 11%, devido à forte demanda do Sudeste Asiático, em particular das Filipinas, da China e da África Ocidental. Os preços internos também continuam firmes devido às compras governamentais para reabastecer os estoques internos. Em outubro, as exportações vietnamitas subiram para 619.000 toneladas, contra 594.000 toneladas em setembro, uma alta de 3% em relação ao ano anterior.
Ao ritmo atual, as exportações poderão atingir 6,6 milhões de toneladas em 2021, 7% a mais do que em 2020. Em outubro, o arroz Viet 5% foi negociado a U$ 433 a tonelada, contra US$ 409 a tonelada em setembro. Em novembro, os preços seguem em tendência baixista. No Paquistão, os preços do arroz se incrementaram, principalmente nas categorias de baixa qualidade, mas continuam sendo os mais baixos do mercado. A China está mostrando interesse no arroz Pak 5%. Os importadores africanos também têm interesse, mas em quantidades limitadas devido aos altos custos do frete marítimo. As exportações paquistanesas atingiram 250.000 toneladas em outubro contra 255.000 toneladas em setembro, de 5% abaixo do mesmo período do ano passado. Em novembro, os preços permanecem firmes. Na China, as exportações continuam a recuar, enquanto as importações estão mais fortes antes das perspectivas da safra 2021.
A produção chinesa deverá apresentar um déficit de 5 milhões de toneladas em relação às necessidades de consumo, o que deveria reativar as compras externas durante o último trimestre do ano. O Vietnã, seguido pela Birmânia, Tailândia e Paquistão, são os principais fornecedores. Nos Estados Unidos, os preços do arroz diminuíram 0,5% em um mercado pouco ativo. Em outubro, as exportações atingiram apenas 205,000 toneladas contra 227.000 toneladas em setembro. No entanto, as vendas externas ainda estão 11% acima do ano passado no mesmo período. Em outubro, o preço indicativo do arroz Long Grain 2/4 foi de US$ 581 a tonelada, contra US$ 584 a tonelada em setembro. Em novembro, o preço tende a se recuperar para US$ 485 a tonelada. Na Bolsa de Chicago, os preços futuros do arroz em casca subiram ligeiramente, marcando uma média de US$ 302 a tonelada, contra US$ 300 a tonelada no mês anterior. Em novembro, os preços seguem enfraquecidos, ao redor dos US$ 295 a tonelada. o Mercosul, o mercado tende a se reativar.
O Brasil deve exportar um total de 75.000 toneladas ao México durante o último trimestre do ano. No Uruguai, as exportações cresceram para 44.000 toneladas, contra 40.000 toneladas em setembro, 40% abaixo do mesmo período do ano passado. Na Argentina, as vendas externas também estão progredindo e tiveram uma alta de 10% em outubro. O preço indicativo do arroz em casca brasileiro caiu 8% para US$ 261 a tonelada, contra US$ 284 a tonelada em setembro. Em novembro, o preço do arroz em casca caiu mais, para US$ 241 a tonelada. Na África Subsaariana, os preços domésticos continuam subindo em função do abastecimento ainda fraco de arroz local. O alto custo do frete marítimo continua a pressionar os preços do arroz importado. Entretanto, a demanda de importação está começando a crescer, antecipando aos suprimentos esperados o final do ano. Em 2021, as importações poderão atingir um volume recorde de 17,8 milhões de toneladas, contra 15,6 milhões de toneladas no ano anterior, equivalendo a 37% das importações mundiais. Fonte: Informativo Mensal do Mercado Mundial de Arroz – CIRAD. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.