ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

13/Out/2021

Marcas próprias de arroz ganham espaço no varejo

Em um ambiente de concorrência acirrada, a marca do próprio varejista tem sido a saída das redes de supermercados grandes e pequenas para fidelizar os clientes e preencher o espaço deixado pela redução da oferta de marcas econômicas. As marcas próprias são mais em conta do que as líderes. No entanto, não são tão baratas como as “taleban” – em referência às táticas de guerrilha no Afeganistão. O avanço das marcas próprias de itens básicos em supermercados, hipermercados e atacarejos ocorre pelo crescimento das vendas e pela incorporação de novos produtos. Levantamento da consultoria GS Ciência do Consumo mostra que, de janeiro a setembro, as vendas de marca própria cresceram 72,5% nos pães industrializados, 68% no arroz, 64% no café, 39% nas sopas e caldos, 24% nos legumes congelados, 14% no biscoito doce e 13% no macarrão, ante igual período de 2020.

De três anos para cá, as marcas próprias ganharam muita força, e o que era privilégio das grandes redes passou a acontecer nas pequenas, em empresas regionais com 10 a 15 lojas. Com o crescimento das marcas próprias, o espaço dentro dos supermercados ficou mais disputado financeiramente pelas indústrias. Esse é outro motivo que tem dificultado o acesso de marcas econômicas às grandes varejistas. Sete anos atrás, 13 supermercados, com faturamento superior a R$ 15 milhões e que juntos têm 262 lojas, criaram a Associação Unigrupo Brasil para fazer diretamente as importações. Desde fevereiro deste ano, esses varejistas criaram uma marca exclusiva e comum a todos, chamada “Casa de Mãe”. A associação começou com 11 itens e está chegando a 40 este mês. A meta é ter toda a linha de produtos, entre alimentos, higiene e limpeza, chegando a 2 mil itens em três anos.

A ideia de marca única para todos os varejistas é reduzir os custos de negociação com a indústria, por conta do volume maior. Dependendo da categoria, a diferença de preço entre a marca própria e a marca líder é de pelo menos 20%. A marca da associação não quer ser o primeiro preço. O crescimento exponencial da procura dos varejistas para ter a sua própria marca tem sido motivado pela necessidade de tornar o cliente fiel à loja em razão da concorrência, sobretudo, dos marketplaces. Outro motivo é a disparada da inflação. São vários movimentos acontecendo ao mesmo tempo, segundo a Amicci, consultoria especializada em marcas próprias. No último ano, por exemplo, a empresa engordou sua lista de clientes com 30 novos varejistas, a maioria do setor de supermercados. Antes da inflação dar um galope, a consultoria atendia 60 varejistas. Os produtos mais demandados para desenvolvimento de novos projetos neste momento de inflação alta são os básicos: arroz, feijão, café, papel higiênico, artigos de higiene e fralda. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.