11/Out/2021
Mesmo após concretizar três grandes aquisições nos últimos três meses, a Camil Alimentos afirma que há dinheiro em caixa e, mais do que isso, o apetite por aquisições estratégicas continua. As negociações mostram que a Camil continua firme em seu propósito de ser uma empresa de alimentos com amplo portfólio e posição forte na América Latina. Sobre a aquisição da marca Seleto, a Camil ainda não definiu se fará a produção internamente, o que exigiria a construção de uma linha de produção nova, ou se vai terceirizá-la. Investimentos também serão necessários no Equador, onde a Camil quer reestruturar a operação da Camilatam, injetar mais capital de giro e melhorar a distribuição. Ambos os negócios também exigirão investimentos em marketing e no backoffice das operações. Sobre a Santa Amália, a Camil está cautelosa com a integração, porque o modelo de negócio das empresas é muito diferente. A Camil Alimentos ainda possui grande capacidade financeira para fazer outras aquisições.
A empresa concluiu o segundo trimestre fiscal deste ano, encerrado em agosto, com caixa de R$ 1,366 bilhão, incluindo aplicações financeiras, e alavancagem (relação entre dívida líquida e Ebitda) de 1,6x. O indicador ainda não inclui a despesa com as compras recentes feitas pela empresa da Dajahu, de arroz do Equador; da Pastifício Santa Amália, de massas, e da marca de café Seleto, da JDE. Após a conclusão das operações, a companhia deve ficar com alavancagem entre 2,1 e 2,2 vezes. Ainda tem capacidade financeira para fazer outras aquisições. Mesmo após a conclusão das operações, a alavancagem da companhia deve ficar abaixo de um patamar considerado confortável, de 2,5 vezes. O atual patamar de dívida líquida mostra que temos capacidade grande para financiar outras aquisições alavancando a companhia. Concretizamos uma série de oportunidades e continuamos com muito apetite em olhar outras.
A empresa também vem trabalhando para melhorar o perfil de endividamento e alavancagem, refinanciamento empréstimos ou fazendo novos financiamentos para custear as aquisições. Sobre as novas operações, a expectativa é de conclusão da aquisição da mineira Santa Amália em outubro. A Camil comprou a empresa por R$ 260 milhões e assumirá o endividamento da companhia de R$ 150 milhões. A Superintendência Geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou a transação no fim de setembro. Era um desejo antigo de entrar na cadeia de trigo e trata-se de uma empresa que tem liderança no mercado de Minas Gerais. É um ativo que vai ajudar a entender a dinâmica nova de distribuição e de produto novo no portfólio. Em relação ao mercado de café, no qual adquiriu a marca Seleto da JDE, a empresa estuda a construção de uma nova planta fabril para a marca. O objetivo é recuperar o espaço que a marca teve no passado.
O trabalho nos próximos meses é para entrar neste mercado, revisando toda a plataforma de distribuição. No momento, é uma entrada sutil. O valor do negócio não foi divulgado pelas companhias. A empresa está entusiasmada com a entrada no setor, por ser segmento extremamente valorizado. Sobre a Dajahu, de arroz do Equador, a transação de US$ 36,5 milhões reforça a atuação da companhia na América Latina. A Camil assume a operação em 15 de setembro. A empresa estará focada nos próximos dois trimestres na execução das três novas categorias, que tendem a render melhores desempenhos para a empresa nos dois últimos trimestres do ano. Serão dois meses de operação no Equador, um mês com Santa Amália e talvez um mês com café. As cadeias de massas e café são consideradas sinérgicas às operações da Camil. Fonte: Valor Econômico e Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.