10/Ago/2021
De acordo com as últimas estimativas da FAO, a produção mundial de arroz em 2020 aumentou 2,3% para 774,5 milhões de toneladas (514,3 milhões de toneladas base beneficiado). Em 2021, as novas projeções indicam um aumento de 1% para 782,4 milhões de toneladas. A produção asiática aumentou, graças à extensão das áreas plantadas e a melhores rendimentos na China e na Índia. Na Índia, a produção avançou 3,5%, enquanto na China, o aumento foi de apenas 0,5%. Na Tailândia, a produção teve alta de 3,7%, apesar da seca em meados do ano. Nos Estados Unidos, a safra aumentou 22% em comparação ao ano anterior.
Na América Latina, a produção também se recuperou, especialmente no Brasil. Na África subsaariana, a produção de arroz foi afetada pelas inundações no final do ciclo de cultivo, especialmente nas regiões ocidentais, e não se espera um incremento em relação a 2019, o que aumentará significativamente a demanda de importação em 2021. Em 2020, o comércio mundial do arroz cresceu 2,8% para 45,4 milhões de toneladas, contra 44,2 milhões de toneladas em 2019. As necessidades de importação foram maiores na América Latina e no Caribe, devido a um salto no consumo de arroz em resposta à pandemia de Covid-19.
A Índia, o maior exportador do mundo, viu suas exportações aumentarem 50% graças a preços extremamente competitivos. Em contraste, as vendas tailandesas caíram 25%, marcando seu nível mais baixo em vinte anos. O Vietnã resistiu melhor à onda indiana, com uma queda de apenas 4,5%, subindo para o segundo lugar no mundo e ultrapassando a Tailândia pela primeira vez. Em 2021, espera-se um aumento significativo no comércio mundial de 6% para 48,2 milhões de toneladas, ou seja, 2,7 milhões de toneladas a mais do que em 2020.
A demanda de importação deverá crescer fortemente em Bangladesh e na África Ocidental, como na Nigéria, Costa do Marfim e Senegal. Os estoques mundiais de arroz terminando em 2020 diminuíram 1,6% para 183 milhões de toneladas contra 186,1 milhões de toneladas em 2019. Entretanto, eles permanecem em níveis confortáveis, representando 36% do consumo mundial. Este declínio afetou principalmente a China, embora seus estoques permaneçam altos, equivalentes a 70% de seu consumo anual.
Além disso, espera-se que os estoques dos principais países exportadores aumentem novamente em 2020/2021 para 53 milhões de toneladas, já 30% dos estoques mundiais. Por outro lado, os estoques nos principais países importadores, particularmente nos países africanos, devem diminuir. Em 2021, os estoques mundiais poderão aumentar 0,5% para 184 milhões de toneladas. Fonte: Informativo Mensal do Mercado Mundial de Arroz - CIRAD. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.