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25/Mar/2021

Carrefour confirma compra do Grupo BIG no Brasil

O Carrefour Brasil informou ao mercado nesta quarta-feira (24/03) que chegou a um acordo para adquirir o Grupo BIG (ex-Walmart Brasil) por R$ 7,5 bilhões. A operação será estruturada em duas etapas: o pagamento, em dinheiro, de R$ 5,25 bilhões aos atuais controladores da empresa, o fundo de private equity Advent International e Walmart, e a incorporação dos 30% remanescentes do capital social pela subsidiária do grupo francês. A transação, que o Carrefour Brasil espera ser aprovada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) em 2022, tem o potencial de gerar sinergias de R$ 1,7 bilhão ao Ebitda (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da companhia após três anos da conclusão da operação.

A aquisição do Grupo BIG expandirá a presença do Carrefour Brasil em regiões onde tem penetração limitada, como o Nordeste e Sul do País, e que oferecem forte potencial de crescimento. A rede de lojas do Grupo BIG, portanto, apresenta forte complementaridade geográfica. O Grupo BIG detém ativo imobiliário de 181 lojas (47% do total) e 38 propriedades adicionais, totalizando aproximadamente R$ 7 bilhões de valor imobiliário, de acordo com uma análise independente. O Carrefour Brasil planeja converter as unidades Maxxi em Atacadão e parte das lojas BIG e BIG Bompreço para Atacadão ou Sam's Club. As demais lojas serão convertidas para a bandeira de hipermercado Carrefour.

A compra da rede varejista BIG pelo Carrefour sinaliza a intenção de crescimento no conceito de atacarejo (o varejo com preços de atacado). O Carrefour passa a ter um leque de oportunidades e fará o posicionamento de cada bandeira em um mercado, o atacarejo, que vem há anos puxando a expansão das varejistas no Brasil. O Carrefour pode deixar uma das suas marcas para atender o público transformador, o que o faria concorrer com o Assaí, do Pão de Açúcar. E outra bandeira, como o Sam's Club, para o público de maior renda. É uma estratégia interessante para ganhar espaço nas mais diferentes frentes.

No caso do Makro, com 30 lojas adquiridas em fevereiro do ano passado, por R$ 1,95 bilhão, está havendo a conversão de bandeira para Atacadão, que soma 214 lojas no País. Este mês, a rede de atacarejo informou que o plano é chegar a 250 este ano. A aquisição das lojas BIG é perfeita para o Carrefour: são lojas grandes, que facilmente podem ser convertidas em atacarejos. Trata-se de uma aquisição pesada, que há muitos anos não se via no Brasil. Mexe com o equilíbrio do setor, apesar de não haver uma grande concentração nacional, porque o varejo brasileiro é muito regionalizado. O Carrefour teve vendas brutas de R$ 71,7 bilhões no ano passado.

Cerca de 70% disso é Atacadão, bandeira de Atacarejo do grupo. Já o BIG registrou vendas líquidas de R$ 21,7 bilhões em 2020 e, até a compra do Makro, tinha uma atuação tímida em atacarejo, com a bandeira Maxxi. A operação pressiona o Grupo Pão de Açúcar (GPA), segundo colocado no ranking nacional do varejo alimentar, que acaba de fazer uma cisão das operações do Assaí, sua bandeira de atacarejo, concorrente direta do Atacadão. O GPA está muito bem com o Assaí, principalmente na Região Sudeste. Mas, com a compra do BIG, o Carrefour ganha espaço na Região Nordeste, principal mercado da rede, e aumenta sua presença na Região Sul, onde no passado o BIG comprou a rede Sonae. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.