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19/Fev/2021

RS recebe chuvas superiores à média para o arroz

No Rio Grande do Sul, o mês de janeiro/2021 teve precipitação acumulada superior a 100 milímetros, na maioria das regiões. A região da Campanha foi a que registrou os maiores volumes, entre 200 mm e 250 mm. Os altos volumes ocorridos de chuva foram ótimos para melhorar o nível dos reservatórios e dos rios, assim como a frequência de chuvas, satisfatória para o adequado desenvolvimento das culturas de sequeiro. Com os elevados volumes ocorridos, a anomalia da precipitação ficou positiva na maioria das regiões, onde a Campanha teve entre 100 mm e 200 mm acima do volume normal para o mês. A média mensal das temperaturas mínima e máxima ficou dentro do normal em janeiro. Apenas na região metropolitana de Porto Alegre, ambas ficaram um pouco acima do normal. O relatório da NOAA (National Oceanic and Atmospheric Administration), divulgado no dia 11 de fevereiro, aponta que o La Niña deve se manter no trimestre março-abril-maio de 2021, com 62% de probabilidade. A transição entre o La Niña e a fase Neutra tem 60% de chance de ocorrer no trimestre abril-maio-junho.

O sistema acoplado oceano-atmosfera esteve consistente com a fase fria do ENOS (La Niña), indicando sua continuação. Pelo mapa da anomalia da Temperatura da Superfície do Mar (TSM), observa-se que as águas do Oceano Pacífico Equatorial se mantiveram mais frias que o normal durante janeiro. Porém, a intensidade das anomalias negativas diminuiu, pois o La Niña está em processo de enfraquecimento. Chama atenção que grande área do Oceano Pacífico Equatorial, entre a costa da América do Sul e o centro do Oceano, esteve com a temperatura das águas quase neutras, indicando que o La Niña Clássico esteve desconfigurado, e isso, aliado à um Oceano Atlântico Sul aquecido, pode ter favorecido a maior passagem de sistemas frontais durante janeiro no Estado. As anomalias nas quatro regiões do Pacífico foram de: -0,8 °C, -0,7 °C, -1,1 °C e -1,2 °C, respectivamente nas regiões do Niño1+2, Niño 3, Niño 3.4 e Niño 4. O valor do último trimestre (novembro-dezembro-janeiro) foi de -1,2 °C. Embora o La Niña esteja enfraquecendo, vale ressaltar que, ainda assim, as chuvas poderão ser irregulares, com períodos secos, e precipitações ocorrendo de forma mal distribuída.

A temperatura das águas do Oceano Atlântico Sul continuou apresentando anomalias positivas em janeiro e deverá continuar assim por todo o fevereiro. Essas águas com temperaturas mais elevadas são importantes, pois fornecem maior quantidade de calor e umidade à região, favorecendo a ocorrência de chuvas no Rio Grande do Sul. Ainda há uma grande bolha de águas com anomalias negativas da temperatura, indicando que o resfriamento em superfície ainda permanecerá por algum tempo. A outra grande bolha, a de anomalias positivas, tem se apresentado com posição estável, tendo aumentado apenas a intensidade do aquecimento. Há pequenas bolhas com anomalias positivas à leste (próximo da costa da América do Sul), perto da superfície. São elas que estão favorecendo a diminuição do resfriamento em superfície, na região Niño1+2. Conforme colocado no último boletim da previsão climática, fevereiro era para ser de chuvas abaixo da média em todas as regiões do Rio Grande do Sul. Porém, a primeira quinzena do mês teve maior frequência de chuvas, e toda a Metade Sul já está com anomalias positivas na precipitação. Ou seja, o modelo errou a previsão para este mês.

Contudo, para o próximo trimestre (março-abril-maio) os modelos continuam indicando que o volume de precipitação ficará abaixo da média. O modelo do IRI (International Research Institute for Climate Society) aponta para um trimestre (março-abril-maio) com probabilidade de 40% a 45% das chuvas ficarem abaixo da média. O modelo do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) mostra que o mês de março deverá ser de chuvas abaixo da média em toda a Metade Sul do Estado, com exceção da Zona Sul e Planície Costeira Interna, que deverão registrar chuvas acima do normal. No entanto, não significa que haverá ausência de chuvas, pois a previsão diária da precipitação indica que haverá ao menos três eventos de chuva no Estado. Para abril, o modelo indica chuvas dentro do normal na Zona Sul e abaixo do normal para as demais regiões, com o total de chuva prevista variando entre 100 mm e 160 mm. Em maio, o modelo prevê chuvas entre normal e abaixo do normal para as regiões da Zona Sul e Planícies Costeira Interna e Externa. Para as demais regiões, prevê chuvas abaixo da média climatológica.

O modelo da NOAA, CFSv2, discorda das previsões do Inmet apenas para maio, pois prevê chuva acima do normal na Metade Sul do Rio Grande do Sul. Embora o La Niña esteja perdendo força, a atmosfera ainda demora um tempo para responder à essa mudança. Com isso, chuvas irregulares ainda deverão ocorrer, assim como períodos mais secos prolongados, intercalados com períodos chuvosos. Atenção, também, para as temperaturas, que poderão ser amenas após a passagem de sistemas frontais, podendo vir a ser um risco para aquelas lavouras de arroz semeadas tardiamente e que estão em período crítico para temperaturas mais baixas. Não se descarta também, o risco para queda de granizo, visto que se tem observado fortes temporais localizados nas últimas semanas. Fonte: Irga. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.