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15/Dez/2020

Preços globais do arroz avançaram em novembro

Em novembro, os preços mundiais do arroz aumentaram dentro de um mercado mais ativo, principalmente graças às novas demandas de importação da China, Filipinas e Bangladesh. Este último, afetado pelas más condições climáticas na época da colheita em agosto, deve retomar significativamente as importações em 2021, após dois anos de ausência. Essas novas demandas tendem a reforçar os preços, especialmente no Vietnã, onde a oferta é limitada. A Índia, por outro lado, continua a exportar massivamente e é o principal beneficiário da retomada da demanda de importação. Os perdedores do dinamismo comercial da Índia são a Tailândia e o Vietnã, que verão suas vendas externas caírem este ano cerca de 30% e 15%, respectivamente.

A Tailândia deve recuar para o terceiro lugar do ranking mundial, atrás do Vietnã pela primeira vez em sua história. Os preços mundiais devem terminar o ano sob pressão como resultado da baixa disponibilidade exportável, à espera da chegada da nova colheita asiática dentro de algumas semanas, e que deve continuar durante o primeiro trimestre de 2021. As perspectivas para a produção global 2020/2021 são boas e indicam um aumento de 1,5% graças à extensão das áreas de arroz, especialmente na China e na Índia. O comércio mundial, estável este ano, deve apontar para um aumento acentuado em 2021 de 7% para 48 milhões de toneladas, devido ao aumento da demanda de importação no Sudeste da África e na África Subsaariana.

Na Índia, os preços do arroz subiram apenas 1% em novembro e continuam sendo os mais competitivos do mercado. Esse aumento deve-se principalmente à revalorização da rupia em relação ao dólar. A Índia também se aproveita da demanda de importação particularmente ativa, sobretudo na China e Bangladesh. As exportações indianas continuam progredindo a uma taxa mensal de 1,4 milhões de toneladas há seis meses, contra uma média de 860.000 toneladas no ano anterior. Mais da metade das exportações da Índia são destinadas à África. A Índia deve manter uma oferta de exportação significativa buscando reduzir seus estoques domésticos correspondentes a 33% de seu consumo anual contra uma média de 25% nos últimos cinco anos. Em 2020, as exportações indianas poderão quebrar um recorde, com mais de 14 milhões de toneladas contra 9,8 milhões de toneladas em 2019. Em novembro, o arroz indiano 5% esteve cotado a US$ 353,00 por tonelada FOB contra US$ 350,00 por tonelada em outubro. O arroz indiano 25% avançou para US$ 334,00 por tonelada contra US$ 330,00 por tonelada anteriormente. Neste início de dezembro, os preços permanecem relativamente fortes.

Na Tailândia, os preços de exportação aumentaram 3% em novembro, exceto para o quebrado, que permaneceu relativamente estável. Os preços de exportação estão sujeitos à pressão dos preços domésticos e à revalorização do bath frente ao dólar. As exportações mensais atingiram 495.000 toneladas em novembro contra 450.000 toneladas em outubro, mas ainda estão 30% abaixo do ano passado na mesma época. Esse atraso é particularmente significativo nos mercados da África, o principal destino do arroz tailandês. No total, as exportações tailandesas podem não ultrapassar 5,5 milhões de toneladas em 2020, o nível mais baixo dos últimos vinte anos, o que o coloca atrás do Vietnã pela primeira vez. Em novembro, o preço do arroz tailandês 100% B registrou uma média de US$ 476,00 por tonelada contra US$ 464,00 por tonelada em outubro. O Thai parboilizado subiu para US$ 473,00 por tonelada contra US$ 459,00 por tonelada anteriormente. Por outro lado, o A1 Super quebrado aumentou apenas 0,7% para US$ 408,00 por tonelada contra US$ 405,00 por tonelada. Neste início de dezembro, os preços se mantêm firmes.

No Vietnã, os preços de exportação avançaram consideravelmente em novembro, a uma média de 6%. A demanda de importação do Sudeste Asiático tem sido forte, enquanto os suprimentos exportáveis tendem a encolher, à espera da safra principal de inverno/primavera, que começa a chegar no início de 2021. Estima-se que em novembro as exportações do Vietnã tenham atingido 352.000 toneladas contra 320.000 toneladas em outubro. No entanto, elas permanecem 20% abaixo da média dos três meses anteriores. As exportações estão 5% menores do que no mesmo período do ano passado, e não devem ultrapassar 6 milhões de toneladas em 2020. Em novembro, o Viet 5% esteve cotado a US$ 500,00 por tonelada contra US$ 473,00 por tonelada em outubro. O Viet 25% também subiu para US$ 474,00 por tonelada contra US$ 450,00 por tonelada anteriormente. Neste início de dezembro, os preços tendem ao recuo.

No Paquistão, ao contrário de outros mercados, os preços do arroz caíram 4% em novembro. Os exportadores enfrentam forte concorrência da Índia, cujos preços continuam sendo os mais competitivos. No entanto, as exportações do Paquistão continuam avançando com as maiores disponibilidades, graças à produção recorde em 2020. As exportações em outubro atingiram 220.000 toneladas contra 188.000 toneladas em setembro, mas continuam 20% menores do que no ano anterior. No ritmo atual, as vendas externas podem recuar para 3,5 milhões de toneladas contra 4,5 milhões de toneladas em 2019. Em novembro, o Pak 25% esteve cotado a US$ 340,00 por tonelada contra US$ 354,00 por tonelada em outubro. Neste início de dezembro, os preços tendem ao avançar.

Nos Estados Unidos, os preços do arroz diminuíram cerca de 1% em novembro, mas dentro de um mercado bastante ativo. Estima-se que as exportações atingiram um recorde de 430.000 toneladas em novembro. Esse volume histórico deve-se a novas compras do México, correspondendo a um terço das vendas externas dos Estados Unidos em novembro, mas também graças às compras do Brasil nos últimos dois meses. O País importou mais de 90.000 toneladas (base beneficiado), representando o maior volume de arroz norte-americano comprado pelo Brasil desde 2003. Em novembro, o preço indicativo do arroz Long Grain 2/4 foi, em média, US$ 587,00 por tonelada contra US$ 593,00 por tonelada em outubro. Neste início de dezembro, o preço permanece estável. Fonte: Informativo Mensal do Mercado Mundial de Arroz - CIRAD. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.