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14/Dez/2020

Camil prevê preços firmes para o arroz em 2021

A Camil Alimentos, líder no mercado de arroz no Brasil, está fechando um ano que considera ter sido excepcional para os resultados da companhia, com o consumo firme e preços recordes do cereal, e avalia oportunidades para crescer por meio de aquisições. O cenário de preços para o ano que vem segue positivo. É possível que o arroz fique no mesmo preço médio deste ano, talvez com uma dinâmica diferente. Este ano, o preço saiu de R$ 45,00 por saco de 50 Kg, para R$ 110,00 por saco de 50 Kg). A Camil é líder de vendas no Brasil, com 13% do mercado desse produto. Agora, há uma estabilidade maior de preços, mas o preço médio está elevado.

Isso vale para arroz, feijão, açúcar, pescado (sardinha). Nas operações internacionais, a dinâmica é parecida. A próxima safra brasileira, com colheita no início de 2021, está estimada em quase 11 milhões de toneladas de arroz, com leve queda ante 2020, quando exportações firmes e um dólar forte elevaram as cotações a níveis recordes no País, juntamente com picos de compras de consumidores geradas por temores de desabastecimento durante a pandemia. A Camil, em segundo no mercado brasileiro de feijão, com 7% de participação, é líder também em vendas de açúcar refinado, com a marca União, além de contar com a Coqueiro, de pescados enlatados.

As operações brasileiras respondem por dois terços dos negócios da companhia, que também tem unidades no Uruguai, Chile e Peru. A Camil trabalha com produtos alimentícios de mercados resilientes, mas nem por isso deixa de ter preocupações com as "cicatrizes" que serão deixadas pela crise econômica gerada pela pandemia neste ano. Por mais que a Camil não tenha tanta concentração de venda nos produtos de mais baixo preço, esse movimento de perda de renda, pode ter impacto. Por isso, independentemente de o ano de 2020 ter sido favorável, é preciso seguir focado em eficiência operacional. O mercado de arroz tem geralmente uma demanda agregada fixa, o que indica que o crescimento passa por ganho de fatia no comércio.

A percepção é de que essa consolidação no setor de grãos é um trabalho lento. A empresa está atenta a aquisições como vetor de expansão. Em grãos, há um grupo mais seleto de empresas que fariam sentido para a Camil adquirir. O entendimento é que comprar uma empresa maior, que tenha marca, pode fazer sentido. Assim, há de quatro a cinco empresas que estariam no radar. A demanda no mercado interno foi tão firme este ano que o Brasil precisou isentar de tarifas temporariamente, até o final do ano, uma cota de 400 mil toneladas para importações de arroz de fora do Mercosul, uma medida com a qual a Camil acabou se beneficiando.

Segundo a Camil, a medida foi boa para a indústria e consumidor, para frear os preços, em função do desbalanceamento entre oferta e demanda. Neste contexto, em que as indústrias brasileiras fecharam negócios de cerca de 200 mil toneladas de fora do Mercosul, segundo informações da associação Abiarroz, a Camil importou 25 mil toneladas dos Estados Unidos e outras 10 mil do produto da Guiana. A Camil não realizou mais compras de fora do Mercosul. A avaliação é de que o volume disponível de arroz é suficiente para o País fazer uma transição até a próxima safra. A empresa realizou exportações das operações do Uruguai para o Brasil, negócios esses que normalmente já são isentos de tarifa e respondem por grande parte das importações brasileiras. Fonte: Reuters. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.