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20/Nov/2020

Varejo: GPA adota nova estratégia digital de vendas

O GPA divulgou uma nova estratégia digital. O plano gira em torno de seu novo marketplace, espécie de shopping virtual, que deve ser desenvolvido nos próximos meses. O cronograma é ambicioso e envolve o fornecimento de serviços de logística para os vendedores da plataforma, a monetização em cima de dados, a venda de mídia e ainda a criação de uma carteira digital no futuro. A estimativa é que, em três meses, existam cerca de 30 mil itens de parceiros na plataforma. Em 12 meses, a expectativa é que o número chegue a 400 mil.

A operação logística para vendedores do marketplace da companhia deve começar no primeiro trimestre de 2021. No momento, o marketplace está em funcionamento, mas o grupo ainda não opera a distribuição dos produtos de parceiros. Os especialistas dizem que essa notícia influencia a corrida dos ecossistemas de varejo brasileiros. Há empresas de bens duráveis aumentando seu sortimento e avançando sobre o setor de supermercados. Agora, é o movimento contrário: supermercadistas buscando aumentar o sortimento e ganhar mais share of wallet (quanto o cliente gasta mais em seu ecossistema).

O concorrente Carrefour também anunciou recentemente um novo plano de transformação digital. Na comparação com o GPA, ele sai na frente por ter um marketplace para o braço de atacarejo, o Atacadão. Essa plataforma é voltara para a venda para outros negócios, no modelo "B2B" (de empresa para empresa). No entanto, o modelo proposto pelo GPA conta com o James Delivery, que opera a última milha de entrega, pilar importante na composição de ecossistemas digitais. Fontes do setor avaliam que a maior diferença de estratégia entre as duas é que o Carrefour busca ser uma plataforma de referência no ramo de alimentos, enquanto o GPA tenta diversificar suas receitas e avançar sobre outros setores.

Para a HiPartners Capital & Work, os ecossistemas têm de desenvolver ao menos quatro pilares: tecnologia, meios de pagamento, venda de mídia e oferecimento de logística, pontos que o projeto do GPA pretende abordar. O dono das marcas Pão de Açúcar e Extra entra na corrida com vantagens competitivas em dados e recorrência de compra, na comparação com as empresas de bens duráveis. Por outro lado, as plataformas dessas empresas que chegaram antes na corrida digital têm seus demais pilares mais desenvolvidos.

O GPA já monetiza seus dados como forma de insights para fornecedores, no entanto, com a transformação digital da companhia, isso pode passar de uma receita marginal para um negócio, de fato. O objetivo é fazer monetização de mídia. A ideia é que os anúncios sejam hiper personalizados, baseados nos dados de compras dos usuários da plataforma. Para a futura carteira digital do grupo, a empresa ainda analisa o mercado e a competição das várias carteiras que existem, além de aguardar para entender os efeitos do PIX e do open banking no setor. Aqui, o concorrente Carrefour também indicou que deve fazer lançamentos, com uma conta digital por meio do Banco Carrefour.

Para a Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC), a estratégia do GPA faz sentido, pois busca estabelecer sinergias entre as vendas recorrentes e de menor tíquete médio que já tem, com as de menor recorrência e maior tíquete. Dessa maneira, os supermercadistas aumentam sua base de consumidores e fortalecem esse ambiente almejado de ecossistema. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.