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17/Nov/2020

Preços globais do arroz caem com fraca demanda

Em outubro, os preços mundiais do arroz caíram novamente na maioria dos mercados de exportação, exceto no Vietnã, onde permaneceram relativamente firmes devido ao atraso da safra de outono/inverno. Tal atraso foi causado por fortes inundações, que também afetaram o Camboja. A redução de preços foi significativa especialmente na Tailândia, onde os exportadores tentam reduzir as diferenças de preços com o Vietnã e são afetados por uma demanda global que continua fraca. Nesta época do ano, a demanda de importação é geralmente menor em função das colheitas principais do Hemisfério Norte, que estão no pico e durarão até o início do próximo ano. As perspectivas para a produção mundial são boas, com um aumento de 1,5% em 2020/2021 graças a uma extensão das áreas de arroz, especialmente na China e na Índia. O comércio mundial deve permanecer relativamente estável, com um leve aumento em relação a 2019. Em contraste, espera-se que o comércio mundial aumente acentuadamente em 2021 devido a um possível aumento da demanda de importação no Sudeste Asiático e na África Subsaariana.

Na Índia, os preços do arroz baixaram 2% em outubro e permanecem os mais competitivos do mercado, em parte graças à depreciação da rupia em relação ao dólar. As exportações indianas continuam a avançar apesar da demanda global enfraquecida e das dificuldades logísticas que ainda existem nos portos marítimos indianos. Os operadores indianos mantêm uma oferta significativa, procurando reduzir as enormes reservas nacionais. As vendas externas podem aumentar 25% para 12,3 milhões de toneladas, contra 9,8 milhões de toneladas em 2019. Em outubro, o arroz indiano quebrado 5% baixou para US$ 350,00 por tonelada FOB contra US$ 358,00 por tonelada em setembro. O arroz indiano 25% também caiu para US$ 330,00 por tonelada contra US$ 335,00 por tonelada anteriormente. No início de novembro, os preços permanecem estáveis.

Na Tailândia, os preços de exportação tiveram uma significativa queda de 7% em outubro. Eles sofrem os impactos da redução da demanda mundial e da chegada da nova safra ao mercado. As exportações mensais, no entanto, tendem a aumentar graças à reativação da demanda africana. As vendas externas em outubro foram de cerca de 450.000 toneladas em comparação com as 390.000 toneladas de setembro. No entanto, a venda externa está 30% menor do que na mesma época do ano passado, e pode não exceder 5,5 milhões de toneladas em 2020, nível mais baixo dos últimos 20 anos, colocando assim o país atrás do Vietnã pela primeira vez. Em outubro, o preço médio do arroz tailandês 100%B foi de US$ 464,00 por tonelada contra US$ 491,00 por tonelada em setembro. O parboilizado tailandês caiu para US$ 459,00 por tonelada contra US$ 493,00 por tonelada anteriormente. No início de novembro, os preços estão firmes, graças aos novos embarques de exportação e à valorização do bath em relação ao dólar.

No Vietnã, os preços de exportação permaneceram firmes em outubro, subindo 1% em relação a setembro. Este aumento se deve, por um lado, à contração das reservas na tentativa de atender à demanda doméstica e, por outro lado, às graves inundações que estão atrasando a colheita principal. Em outubro, o Vietnã exportou apenas 320.000 toneladas em comparação com 378.000 toneladas em setembro. A demanda das Filipinas, seu principal mercado, permaneceu fraca, enquanto os embarques para a África e China aumentaram. As exportações estão 8% menores que no mesmo período do ano passado. Ao ritmo atual, as vendas externas não devem exceder 6 milhões de toneladas em 2020, mas avançaram para o 2º lugar no mundo, atrás da Índia. Pela primeira vez, as exportações do Vietnã excederam as vendas da Tailândia. Em outubro, o Viet 5% esteve cotado a US$ 473,00 por tonelada contra US$ 469,00 por tonelada em setembro. O Viet 25% subiu para US$ 450,00 por tonelada contra US$ 448,00 por tonelada anteriormente. No início de novembro, os preços permanecem firmes.

No Paquistão, os preços do arroz caíram 2% em outubro como resultado da forte concorrência da Índia e do aumento da oferta de exportação. A nova safra chega ao mercado e a produção deve aumentar em 10% em relação à safra anterior. As exportações avançaram em setembro para 188.000 toneladas em comparação com 168.000 toneladas em agosto. No entanto, elas continuam 20% abaixo em relação ao ano anterior, na mesma época. No ritmo atual, as vendas externas não devem ultrapassar 3,5 milhões de toneladas, frente a 4,5 milhões de toneladas em 2019. Em outubro, o Pak 25% esteve cotado a US$ 354,00 por tonelada contra US$ 360,00 por tonelada em setembro. No início de novembro, os preços ainda estão fracos.

Nos Estados Unidos, os preços de exportação caíram novamente em outubro, embora a queda tenha sido menos significativa do que no mês anterior. Os clientes tradicionais, que são o México e o Haiti, têm sido lentos em repassar novos contratos. Os Estados Unidos contam agora com as necessidades de importação do Brasil para reativar suas vendas ao exterior. Em outubro, o Brasil teria comprado mais de 55.000 toneladas de arroz norte-americano. Foi o segundo maior cliente, depois do México, cujas compras ultrapassaram 92.000 toneladas. As vendas externas subiram acentuadamente para quase 290.000 toneladas contra apenas 85.000 toneladas em setembro. O México é seu principal cliente com 24% das exportações, seguido pelo Japão (14%) e Haiti (12%). O preço indicativo médio do arroz Long Grain 2/4 foi de US$ 593,00 por tonelada em outubro contra US$ 595,00 por tonelada em setembro. No início de novembro, o preço continua recuando e está cotado a US$ 585,00 por tonelada. Fonte: Informativo Mensal do Mercado Mundial de Arroz - CIRAD. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.