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17/Nov/2020

Estoques globais de arroz seguem em crescimento

De acordo com as últimas estimativas da FAO, a produção mundial em 2019 foi de 754,7 milhões de toneladas (501,1 milhões de toneladas base beneficiado), 1% a menos que em 2018. Em 2020, as projeções indicam uma recuperação de 1,5% a 766,1 milhões de toneladas (508,7 milhões de toneladas base beneficiado). Espera-se que a produção chinesa e a indiana aumentem devido a maiores áreas plantadas e melhores condições climáticas. No Sudeste Asiático, especialmente na Tailândia, a produção deve aumentar, mas menos do que o previsto por causa da seca que afetou a 2ª safra na metade do ano. No resto da sub-região, acredita-se em um avanço geral da produção. Na África Subsaariana, e especialmente nas regiões ocidentais, as chuvas abundantes têm incentivado o desenvolvimento das culturas.

Mas as recentes inundações, as piores dos últimos sessenta anos, podem impactar as safras que já estão sendo colhidas. Assim, as perspectivas de aumento da produção a África poderiam ser reduzidas. No Mercosul, a temporada 2020 foi boa, marcando um aumento geral na produção de arroz de 3,2% em comparação com 2019. Nos Estados Unidos, a colheita tem sido atrasada pelas más condições climáticas nas principais regiões produtoras de arroz do sul. Entretanto, a produção interna cresceu 17% graças à expansão das áreas semeadas. O comércio mundial caiu 9% para 44,2 milhões de toneladas contra 48,5 milhões de toneladas em 2018. Os principais importadores asiáticos, exceto as Filipinas, reduziram suas demandas de importação. As importações da África também caíram em 2019, totalizando 16,7 milhões de toneladas contra 16,9 milhões de toneladas em 2018. Em 2020, as novas projeções globais foram revistas para cima em 0,4%, para 44,4 milhões de toneladas.

Dentro desta relativa estabilidade do comércio mundial, há contrastes do lado dos exportadores. As vendas da Tailândia diminuíram 30%, marcando o nível mais baixo dos últimos 20 anos. O Vietnã ultrapassou a Tailândia, subindo para o segundo lugar no ranking mundial com um avanço, em relação ao concorrente tailandês, de 15% nos primeiros dez meses do ano. A Índia, por outro lado, apresenta uma boa recuperação de suas exportações, de 25%, graças aos preços competitivos, consolidando assim sua liderança mundial. As projeções iniciais para 2021 indicam um aumento significativo no comércio mundial de 6,9% para 47,2 milhões de toneladas, 2,8 milhões de toneladas a mais do que em 2020. Os estoques finais mundiais de arroz no final de 2019 aumentaram em 4,7% para 184,8 milhões de toneladas em comparação com 176,4 milhões de toneladas em 2018, atingindo o nível histórico mais alto.

Esses estoques representam 37% das necessidades globais. O aumento adicional se deve principalmente ao incremento das reservas da China, Índia e Indonésia. Os países exportadores também elevaram suas reservas em 2019 para 45 milhões de toneladas, o equivalente a 25% dos estoques mundiais. As estimativas para 2020 indicam um declínio de 1,3%, para 182,4 milhões de toneladas. Esta redução poderia se repetir em 2021, cuja projeção é de 182 milhões de toneladas, 0,2% menor do que em 2020. Fonte: Informativo Mensal do Mercado Mundial de Arroz - CIRAD. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.