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05/Nov/2020

RS: chuvas abaixo da média com fenômeno La Niña

Em análise realizada no dia 8 de outubro, o Instituto Americano de Meteorologia e Oceanografia (NOAA) manteve o cenário de La Niña em andamento com chance de 85% de prosseguir até o fim da primavera e 60% no verão 2021 no Hemisfério Sul. No decorrer do outono, o fenômeno chegará ao fim. Enquanto a NOAA trabalha com desvios de temperatura entre -1°C e -1,5°C com ápice entre novembro e janeiro, simulações dinâmicas rodadas por outros órgãos internacionais de meteorologia e oceanografia indicam desvios mais modestos, perto de -1°C entre outubro e dezembro. Ainda é possível que o La Niña não tenha desvios tão significativos e tanta duração, já que em profundidade aparecem áreas com água mais quente no Oeste do Pacífico. De qualquer forma, o efeito do La Niña é percebido desde o inverno, com chuva inferior ao normal no Centro e Sul do Brasil e, também, a demora na regularização da precipitação entre Minas Gerais e Mato Grosso. Somente no decorrer de novembro, a chuva será regularizada na maior parte do País.

O calor histórico dará lugar a temperaturas mais amenas nos dois últimos terços da primavera, especialmente na Região Sudeste. Por outro lado, na Região Sul, especialmente no Rio Grande do Sul, aumenta-se a chance de estiagens regionalizadas entre o fim da primavera e o decorrer do verão. A temperatura em novembro ficará acima da média histórica no interior dos três Estados da Região Sul e dentro da média histórica nas capitais e ao longo do litoral. Apesar do desvio acima do normal, o calor não será persistente durante todo o mês. Esperam-se algumas madrugadas frias na primeira e segunda quinzenas do mês, fruto do fenômeno La Niña. Os picos de calor devem ocorrer já no primeiro final de semana de novembro (entre os dias 4 e 6) e outro próximo a virada da quinzena. Em dezembro e janeiro, a temperatura permanece mais elevada que o normal em todo o Rio Grande do Sul, com destaque para a região oeste do Estado que deverá registrar os maiores desvios. Por fim, no trimestre fevereiro, março e abril, o calor permanecerá acima do normal no oeste e norte do Rio Grande do Sul, mas a temperatura permanecerá dentro da média histórica na maior parte da Região Sul.

Ao longo do mês de outubro, o tempo firme contribuiu para uma aceleração no plantio de arroz em grande parte do Rio Grande do Sul. A chuva registrada no penúltimo final de semana do mês passado também foi favorável para a germinação do grão na Fronteira Oeste e Campanha. Para os próximos meses, o Fenômeno La Niña moderado manterá a chuva abaixo da média no trimestre novembro, dezembro e janeiro, de acordo com a simulação da Universidade de Colúmbia. Em novembro, espera-se chuva abaixo da média na Região Sul do Brasil. A simulação canadense CanSIPS indica algo entre 50mm e 75mm menos chuva que o normal na região norte do Rio Grande do Sul, sendo que a média histórica de novembro nesta área varia entre 100mm e 150mm. Mesmo com a precipitação inferior ao normal, esperam-se alguns episódios de chuva ao longo de novembro, um deles acontecendo, aproximadamente, entre os dias 5 e 10 e outro entre os dias 20 e 25. O primeiro episódio alcança de forma mais abrangente, especialmente, o norte do Estado, enquanto as demais áreas terão chuva mal distribuída.

O segundo evento consegue alcançar também áreas da Fronteira Oeste, Norte e Noroeste, enquanto na região Central e Zona Sul, não há previsão de nenhum episódio significativo de chuva e há a possibilidade de o mês terminar com menos de 50mm em muitos municípios. Em dezembro, ainda há previsão de chuva abaixo da média na maior parte da Região Sul, com desvios mais modestos. No centro, oeste e sul do Rio Grande do Sul, estima-se até 50mm menos chuva que o normal, enquanto nas demais áreas os desvios tendem a ser um pouco menores. Lembrando que a média histórica para o mês de dezembro já não é muito alta no Estado. Janeiro será um dos poucos meses em que há previsão de chuva entre a média e acima da média na maior parte da Região Sul. Somente a Zona Sul do Rio Grande do Sul permanecerá com precipitações inferiores ao normal. Fonte: Irga. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.