ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

03/Nov/2020

Varejo: vendas nos supermercados estão caindo

Segundo a Associação Paulista de Supermercados (Apas), a disparada da inflação dos alimentos e o corte pela metade do auxílio emergencial recebido por 65 milhões de brasileiros já reduziram em até 10% as vendas das redes de atacarejos nas últimas semanas. Nos supermercados, o movimento se repete. A freada era previsível por causa da redução do auxílio emergencial de R$ 600,00 para R$ 300,00 desde setembro. No entanto, esse movimento de queda nas vendas ganhou força com a escalada de preços dos alimentos, que continua. Em outubro, a prévia da inflação, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor-15 (IPCA-15) atingiu 0,94%. O resultado é mais que o dobro da inflação registrada em setembro e a maior alta para o mês em 25 anos.

Os alimentos responderam pela metade da inflação ao consumidor, com destaques para a carne bovina (4,83%), item de maior peso entre os alimentos, óleo de soja (22,34%), arroz (18,48%) e leite longa vida (4,26%), por exemplo. O consumidor deixou de comprar o supérfluo nas últimas semanas e só leva o básico quando os preços estão extremamente convidativos. Com a pandemia, a população abasteceu a despensa, estocou alimento e comprou de tudo: salgadinho, chocolate, iogurte, vinho, diz um empresário do setor. Isso levou a um pico de vendas nos supermercados, que ocorreu em maio. Naquele mês, a alta real nas vendas, descontada a inflação, foi de 11,4% ante maio de 2019. Em agosto, último dado disponível e antes do corte do auxílio emergencial, o crescimento havia desacelerado para 1,6% na comparação com o mesmo mês do ano passado.

Hoje, a venda dos supérfluos caiu e a quantidade de básicos também recuou. Com a redução do auxílio emergencial e sem uma contrapartida de aumento do emprego, a perspectiva é que o consumo perca fôlego e a alta de preços arrefeça. O 13º dos aposentados, por exemplo, já foi pago este ano e essa injeção extra de recursos no último bimestre não vai ocorrer. A percepção do setor é de que os aumentos de preços, que sustentaram a escalada inflacionária dos alimentos, chegaram no limite. Um sinal dessa mudança já foi captado: nos últimos 15 dias, fabricantes de óleo de soja e beneficiadores de arroz pararam de reajustar diariamente os preços como faziam até então. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.