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16/Out/2020

Preços globais do arroz caem com demanda fraca

Em setembro, os preços mundiais do arroz caíram após uma demanda de importação mais fraca. Importadores da Ásia e da África fizeram suas compras durante os meses de julho e agosto e não devem retornar significativamente ao mercado antes do início do ano que vem. A maioria dos exportadores indica vendas externas baixas, especialmente Tailândia e Vietnã. Em contraste, a Índia continua a exportar maciçamente graças a preços altamente competitivos. Nos Estados Unidos, setembro deste ano foi o pior mês em várias décadas, com vendas externas atingindo apenas 85.000 toneladas contra uma média mensal de 240.000 toneladas nos primeiros oito meses do ano. Os preços mundiais devem

permanecer fracos no resto do ano, devido às disponibilidades relativamente altas. Além disso, as principais colheitas do Hemisfério Norte estão começando a chegar ao mercado e continuarão até o final do ano. China e Índia, os dois maiores produtores mundiais, devem aumentar a produção graças à expansão da área de arroz e a melhores condições climáticas.

Na Índia, os preços do arroz recuaram novamente e continuam sendo os mais competitivos do mercado. As exportações indianas avançaram nos últimos seis meses, atingindo uma média mensal de 1,2 milhão de toneladas contra 850.000 toneladas anteriormente. Há forte interesse pelo arroz indiano, principalmente na África, mercado que responde por 60% das vendas indianas. No entanto, com a redução da demanda global, que afeta atualmente os preços internacionais, o volume de exportação da Índia pode cair durante o último trimestre do ano. Mas, as exportações da Índia podem atingir um novo recorde de 12,5 milhão de toneladas contra 9,8 milhões de toneladas em 2019. Em setembro, o arroz indiano 5% quebrado caiu para US$ 358,00 por toneladas FOB contra US$ 378,00 por tonelada em agosto. No início de outubro, o preço ainda está fraco, a US$ 350,00 por tonelada. O arroz indiano 25% também caiu para US$ 335,00 por tonelada ante US$ 350,00 por tonelada anteriormente.

Na Tailândia, os preços de exportação ficaram relativamente estáveis, mas diminuíram desde meados de setembro como resultado da menor demanda global e da forte competição entre os exportadores. Além disso, a oferta de exportação continua relativamente abundante e a chegada da safra principal, no final do ano, deve pesar ainda mais nos preços de exportação. As vendas tailandesas estão 30% abaixo do ano passado na mesma época e podem chegar a apenas 6,5 milhões de toneladas em 2020, o nível mais baixo dos últimos 20 anos. Em setembro, o preço do arroz tailandês 100% B ficou em US$ 491,00 por tonelada quase inalterado em relação a agosto. O Thai parboilizado subiu para US$ 493,00 por tonelada contra US$ 488,00 por tonelada anteriormente. O quebrado A1 Super ficou estável em US$ 413,00 por tonelada. Neste início de outubro, os preços estão em viés baixista, também afetados pela valorização do bath em relação ao dólar.

No Vietnã, os preços de exportação caíram 2% devido à redução da demanda internacional, principalmente das Filipinas, principal mercado vietnamita, com 40% das vendas do país, e que anunciou interromper as importações no último trimestre do ano para sustentar os preços internos de produção. Em setembro, as exportações do Vietnã recuaram 36% em relação a agosto e, ao ritmo atual, as vendas externas não devem chegar a 6 milhões de toneladas em 2020, caindo 10% em relação ao

ano passado. Em setembro, o Viet 5% estava cotado a US$ 469,00 por tonelada contra US$ 476,00 por tonelada em agosto. No Paquistão, os preços do arroz caíram 1%, também afetados pela redução da demanda global e pela concorrência com a Índia. A nova safra começa a chegar ao mercado e, apesar do mau tempo, deve avançar 10% em relação à safra anterior. Em setembro, o Pak 25% estava cotado a US$ 360,00 por tonelada contra US$ 364,00 por tonelada em agosto. Neste início de outubro, os preços ainda estão fracos.

Nos Estados Unidos, os preços de exportação caíram novamente 4% em um mercado extremamente lento. A nova safra começa a chegar ao mercado, mas poderia atrasar devido às más condições climáticas que afetaram todas as regiões produtoras de arroz. Em setembro, as vendas externas totalizaram apenas 85.000 toneladas. É o menor nível de exportação em mais de uma década, principalmente devido às baixas vendas para o México, que atingiram cerca de 7.500 toneladas somente, contra uma média mensal de 50.000 toneladas durante os primeiros oito meses do ano. No entanto, o México continua a ser o seu principal cliente, com 22% das exportações, seguido do Japão (15%) e do Haiti (12%). O preço indicativo do arroz Long Grain 2/4 ficou em US$ 595,00 por tonelada contra US$ 617,00 por tonelada em agosto. Neste início de outubro, o preço se mantém em torno de US$ 595,00 por tonelada. Fonte: Informativo Mensal do Mercado Mundial de Arroz - CIRAD. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.