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16/Out/2020

Comércio mundial de arroz deve recuar em 2020

De com as últimas estimativas da FAO, a produção mundial em 2019 foi de 755 milhões de toneladas (501,3 milhões de toneladas base beneficiado), queda de 1% em relação a 2018. Em 2020, as projeções indicam uma recuperação de 1,5% a 766,7 milhões de toneladas (509,1 milhões de toneladas base beneficiado). Espera-se um aumento da produção na China e na Índia graças à ampliação das áreas plantadas e às melhores condições climáticas. No Sudeste Asiático, principalmente na Tailândia, a produção deve aumentar, mas menos do que o esperado, devido à seca que afetou 2ª safra em meados do ano. No resto da sub-região, a produção deve avançar.

Na África Subsaariana, e principalmente nas regiões ocidentais, as chuvas foram abundantes, favorecendo o desenvolvimento das lavouras. Mas, as inundações recentes, as piores em 60 anos, podem afetar as safras que começarão nas próximas semanas. As perspectivas de aumento da produção na África, de 2,9%, podem ser reduzidas. No Mercosul, a safra 2020 foi positiva, marcando um aumento global da produção de 3,2% em relação a 2019. Nos Estados Unidos, a produção deve avançar 17% devido ao aumento das áreas plantadas. Contudo, as más condições climáticas que afetaram as regiões de cultivo de arroz atrasaram as colheitas, o que também pode afetar a qualidade do arroz.

Em 2019, o comércio mundial caiu 9% para 44,2 milhões de toneladas contra 48,5 milhões de toneladas em 2018. Os principais importadores asiáticos, exceto as Filipinas, reduziram suas demandas de importação. As importações africanas recuaram em 2019, apontando para 16,7 milhões de toneladas contra 16,9 milhões de toneladas em 2018. Para 2020, as novas projeções mundiais foram reduzidas apontando para uma baixa de 0,3% para 44,1 milhões de toneladas. Dentro desta relativa estabilidade do comércio mundial, notam-se contrastes na oferta de exportação. As vendas da Tailândia devem cair drasticamente em 30%, marcando o nível mais baixo dos últimos 20 anos.

O Vietnã, que esperava-se superar a Tailândia, deve finalmente manter o terceiro lugar no ranking mundial. Por outro lado, a Índia deve registrar uma recuperação de 25% em suas exportações, consolidando assim sua liderança mundial. As primeiras projeções para 2021 indicam por enquanto um aumento significativo no comércio mundial de 6,9%, para 47,1 milhões de toneladas, 3 milhões de toneladas a mais do que em 2020. Os estoques mundiais de arroz ao final de 2019 aumentaram 4,8% para 184,7 milhões de toneladas contra 176,3 milhões de toneladas em 2018, atingindo o maior nível histórico.

Essas reservas representam 37% das necessidades mundiais. A melhora adicional se deve principalmente ao aumento das reservas na China e na Índia, bem como na Indonésia. Os países exportadores também elevaram suas reservas em 2019 para 45 milhões de toneladas, o equivalente a 25% dos estoques mundiais. As estimativas para 2020 indicam uma redução de 1,3% para 182,4 milhões de toneladas. Essa contração pode continuar em 2021 com uma projeção de 182,0 milhões de toneladas, ou 0,2% a menos que em 2020. Fonte: Informativo Mensal do Mercado Mundial de Arroz - CIRAD. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.