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07/Out/2020

Tendência é de que o preço do arroz siga elevado

Turbinados pela demanda mundial aquecida, os preços do arroz devem se manter elevados nos próximos meses, a despeito do corte na tarifa de importação, segundo um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Embora o governo brasileiro tenha anunciado a suspensão provisória dos impostos de importação de arroz para uma cota de 400 mil toneladas, a tendência é que não haja efeito imediato significativo sobre os preços do grão, uma vez que o Brasil compra arroz de países do Mercosul, já livres de tarifa e atualmente sem excedentes para exportação. O aumento esperado de importação, portanto, terá que vir da Ásia, onde os países não são fornecedores tradicionais do Brasil, ao menos em quantidades elevadas. O encarecimento do arroz tem pressionado, sobretudo, o orçamento das famílias de baixa renda.

Os brasileiros mais pobres perceberam um aumento de 15,41% no grão em setembro, depois de já ter ficado 3,43% mais caro em agosto, uma das principais pressões sobre a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor - Classe 1 (IPC-C1) no último mês, conforme os dados divulgados nesta terça-feira (06/10), pela Fundação Getúlio Vargas. O IPC-C1, usado para mensurar o impacto da movimentação de preços entre famílias com renda mensal entre 1 e 2,5 salários-mínimos, acelerou de um aumento de 0,55% em agosto para um avanço de 0,89% em setembro. Em setembro, o IPC-C1 ficou acima da variação da inflação média apurada entre as famílias com renda mensal entre 1 e 33 salários-mínimos, obtida pelo Índice de Preços ao Consumidor - Brasil (IPC-BR), também da FGV, que teve elevação de 0,82% no mês. No acumulado em 12 meses, a taxa do IPC-C1 ficou em 4,54%, também superior à do IPC-BR, de 3,62%.

Alguns fatores combinados explicam a alta recente do arroz: a produção doméstica oscila em patamar relativamente estável há sete anos; a alta do dólar tornou mais atraente ao produtor exportar a colheita; a maior demanda externa por arroz incentivou também o aumento do volume exportado pelo Brasil; e o volume importado diminuiu; enquanto o consumo doméstico cresceu em função do isolamento social e dos programas de reforço de renda da população mais pobre. Como o mercado mundial encontra-se bastante aquecido, espera-se uma elevação dos preços nos próximos meses. Dessa forma, até que os contratos de importação sejam realizados e o arroz possa chegar da Ásia, os preços, tanto internos quanto externos, já deverão estar maiores. Fonte: Agência Estado.